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Falo sobre composição, valor nutritivo dos alimentos e biodisponibilidade dos nutrientes. Interações entre nutrientes: reação de Maillard e outras reações com proteínas, principalmente AGEs (Advanced Glycation End Products) e a relação desses compostos com as doenças crônicas: Diabetes, Alzheimer, câncer, doenças cardiovasculares entre outras. Atualmente, dedico-me mais ao conhecimento dos AGEs (glicação das proteínas dos alimentos e in vivo).

"Os AGEs (produtos de glicação) atacam praticamente todas as partes do corpo. É como se tivéssemos uma infecção de baixo grau, tendendo a agravar as células do sistema imunológico. O caminho com menos AGEs; escapa da epidemiologia dos excessos de alimentação" disse Vlassara. http://theage-lessway.com/

ATENÇÃO: A sigla AGEs não significa ácidos graxos essenciais.

Consulte também o http://lucitojalseara.blogspot.com/ Alimentos: Produtos da glicação avançada (AGEs) e Doenças crônicas.

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domingo, 15 de maio de 2011

333- Respiração pós-colheita

AMARANTE, Cassandro Vidal Talamini do; STEFFENS, Cristiano André and ESPINDOLA, Bruno Pansera. Preservação da qualidade pós-colheita de araçá-vermelho através do tratamento com 1-metilciclopropeno e do acondicionamento em embalagens plásticas, sob refrigeração. Rev. Bras. Frutic. [online]. 2009, vol.31, n.4, pp. 969-976. ISSN 0100-2945.

Observe que o pico da produção de etileno ocorre antes do pico da curva de respiração ou pico climatérico.


Observe abaixo um esquema da curva de respiração de um fruto climatérico hipotético, através da produção de CO2 em relação ao tempo de armazenamento.  Pode ser observado a subida climatérica, o pico climatérico e a senescência. Cada fruto climatérico descreve uma curva diferente em relação a espécie e a temperatura, ou seja, mais ou menos acentuada.


Peço permissão aos autores ...
-KOBLITZ, Maria Gabriela Bello. Matérias-primas alimentícias: composição e controle de qualidade/Maria Gabriela Bello Koblitz, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 301p.
..para colocar o trecho do seu livro abaixo. Está muito bom esta parte do livro que fala no desenvolvimento fisiológico e maturação das frutas e hortaliças.
Frutas e hortaliças continuam como entidades vivas mesmo após a colheita. Ocorrem reações metabólicas e mantém o mesmo metabolismo fisiológico de quando estavam presos à planta-mãe. Antes da colheita, as perdas decorrentes da respiração e da transpiração, por exemplo, são repostas pela planta-mãe, por meio da seiva, que contém água, compostos fotossintetizados (como açúcares e aminoácidos) e minerais. A respiração e a transpiração continuam após a colheita, e a reposição de água e compostos eliminados durante esses processos depende das próprias reservas  e do teor de umidade das frutas e das hortaliças.

Maturação de frutas 

A escolha do momento da colheita de um fruto é um dos fatores que mais influencia na vida útil e na qualidade final do fruto. 
Frutos colhidos imaturos são mais sujeitos a enrugamento e apresentam qualidade inferior quando amadurecem. 
Frutos colhidos muito maduros podem apresentar textura mole e sabor insípido.
Frutas colhidas muito cedo ou muito tarde são mais suscetíveis a desordens fisiológicas.
O desenvolvimento de frutos pode ser dividido em três estágios principais:
Crescimento
Maturação
Senescência 





A figura acima e  abaixo colocadas, ilustram as etapas de desenvolvimento de um fruto. O crescimento ou pré-maturação, ocorre por divisão celular e, posteriormente, por crescimento individual das células. Nesse estágio o fruto ainda depende da planta-mãe para o fornecimento de energia através da fotossíntese, na absorção de água e minerais, no transporte de materiais orgânicos e no controle do processo de desenvolvimento através dos fitormônios: auxina, giberelina e citocinas.
A maturação tem início antes do final do crescimento e envolve diferentes alterações fisiológicas e bioquímicas nos diferentes vegetais.
Nos frutos, o amadurecimento corresponde ao período final da maturação e vai até o início da senescência. 

A atividade metabólica de um tecido vegetal pode ser medida pela taxa respiratória do vegetal, ou seja quando ele absorve oxigênio ou quando ele elimina o dióxido de carbono. O conhecimento da taxa respiratória é importante para avaliação da vida de prateleira dessa matéria-prima.

Os frutos colhidos que apresentam aumento da taxa respiratória durante a fase de amadurecimento (subida climatérica- período que ocorrem as mudanças bioquímicas do amadurecimento, iniciada pela produção autocatalítica do etileno), atingindo a um máximo valor (pico climatérico) e declinando na fase de senescência são conhecidos como frutos climatéricos. Portanto, uma redução no teor de O2 (menos que 10%) ou um aumento de CO2 (5 a 10%) levam a uma redução da taxa respiratória, acima disso leva a anaerobiose.
Temperaturas mais baixas reduzem a taxa respiratória, contudo abaixo de 10°C podem levar o vegetal a processos fermentativos (figura 1.5), com produção de compostos como álcool etílico e acetaldeído. Esta tolerância varia entre as espécies de frutas e hortaliças. A suscetibilidade a injúria (danos pelo frio) no limite mínimo de temperatura varia bastante. A banana sofre injúria pelo frio em temperaturas inferiores a 11°C, enquanto cultivares de maçã e pera podem suportar armazenamento a 0°C por longos períodos.  O congelamento da água pode provocar rompimento da parede celular, acarretando danos à célula.

Temperaturas mais elevadas tornam a maturação mais rápida, mas isso ocorre até 30°C quando pode ocorrer a morte do tecido vegetal (fig. 1.5). A atividade enzimática diminui em temperaturas superiores a 30°C, podendo ter desenvolvimento da cor comprometida, inibição da produção de licopeno (pigmento vermelho do tomate). Temperaturas altas geralmente causam perda de pigmento e o tecido desenvolve uma aparência aguada e translúcida.

As principais mudanças que ocorrem no fruto durante o amadurecimento estão descritas abaixo da figura 1.1:



















A figura ao lado ilustra as alterações físico-químicas ocorridas durante o desenvolvimento do abacaxi.
A senescência ocorre quando os processos bioquímicos anabólicos (síntese) dão lugar aos processos catabólicos (degradação), levando a morte dos tecidos. Durante a senescência o vegetal fica mais suscetível à desidratação e à proliferação de microrganismos.

http://www.lfdgv.ufsc.br/P%F3s-colheita%20Horti.pdf

domingo, 16 de maio de 2010

182- Frutas climatéricas e não climatéricas -maturação






José Carlos Fachinello & Jair Costa Nachtigal

A maturação é a fase do desenvolvimento da fruta em que ocorrem diversas mudanças físicas e químicas, tais como alterações na coloração, no sabor, na textura, mudanças na permeabilidade dos tecidos, produção de substâncias voláteis, formação de ceras na epiderme, mudanças nos teores de carboidratos, de ácidos orgânicos, nas proteínas, nos compostos fenólicos, nas pectinas, entre outros.
A determinação do grau de maturação adequado, por ocasião da colheita da fruta, é de grande importância para que o produto atinja o mercado ou a indústria em perfeitas condições.
O grau de maturação ideal é bastante variável com a espécie e, também, com o cultivo. Outro fator que determina o ponto de colheita é o destino que será dado à fruta, assim frutas destinadas ao consumo “in natura” devem ser colhidas maduras ou ligeiramente firmes, enquanto que as destinados à industrialização ou armazenamento podem ser colhidas com um grau de maturação menos avançado.
As mudanças ocorridas durante a fase da maturação são desencadeadas, principalmente, pela produção de etileno e, em conseqüência, aumento na taxa respiratória.
A respiração consiste na decomposição oxidativa de substâncias de estrutura química mais complexa, como amido, açúcares e ácidos orgânicos, em estruturas mais simples, como CO2 e água, havendo produção de energia.
O processo respiratório continua a ocorrer mesmo com a colheita da fruta e está intimamente ligado com a temperatura. Em geral, temperaturas mais elevadas, tanto antes como após a colheita, aumentam a taxa respiratória, reduzindo, com isso, a longevidade da fruta.
De acordo com o modelo de respiração apresentado acima, as frutas podem ser classificados em dois grupos:
a) Frutas Climatéricas - são aquelas que apresentam um período em que ocorre uma elevação na taxa respiratória, devido à produção autocatalítica de etileno. Esta produção de etileno, ácido ribonuclêico (RNA) e proteínas, juntamente com aumento na taxa respiratória e com a decomposição de certas estruturas celulares, marcam a transição entre a fase de maturação e senescência (Figura 02). Ex.: maçã, abacate, banana, manga, figo, mamão, maracujá, melancia.

As frutas climatéricas podem ser colhidas mesmo que ainda não estejam maduros, pois a maturação é atingida após a colheita. No entanto, as frutas não devem ser colhidas muito jovens, devido a perdas nas qualidades organolépticas.
As principais frutas climatéricas são maçã, pêra, pêssego, ameixa, goiaba, figo, caqui, abacate, mamão, manga, maracujá, banana, cherimólia, damasco, melão e tomate.
b) Frutas Não Climatéricas - são aquelas que não apresentam elevação na taxa respiratória próximo ao final do período de maturação, ou seja, a taxa respiratória apresenta um declínio constante até atingir a fase de senescência (Figura 03). Ex.: abacaxi, morango, lima, laranja, tangerina, cereja, uva, pepino.
As frutas não climatéricas devem permanecer na planta até atingirem a fase de maturação, visto que não ocorrem modificações nos parâmetros físicos e químicos após a colheita.
Dentre as principais frutas não climatéricas destacam-se os citros em geral, a uva, o morango, o abacaxi, a cereja, a romã, a nêspera e a carambola.

Figura 03 - Caracterização da respiração em frutas não climatéricas

Chitarra, Adimilson Bosco / Tecnologia de Pós Colheita para Frutas Tropicais. Fortaleza: Instituto de Desenvolvimento da Fruticultura e Agroindústria – FRUTAL / Sindicato dos Produtores de Frutas do Estado do Ceará – SINDIFRUTA. Nº p. Il. Inclui Bibliografia. CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Pós colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. Lavras: FAEPI, 1990.

181- Controle da atmosfera de armazenamento - respiração em frutas



O controle da atmosfera pode ser implantada, a partir do momento em que se verifique possibilidade de extensão do período de conservação, sem o comprometimento da qualidade sensorial. As técnicas de armazenamento póscolheita que reduzem as taxas respiratórias, retardam o amadurecimento e previnem as desordens fisiológicas dos produtos, permitindo a manutenção da qualidade de produtos hortifrutícolas.
A atmosfera controlada tem adquirido grande importância nos últimos anos no transporte marítimo de produtos vegetais perecíveis. É usada no transporte de bananas da América Latina para a Europa, de maçã da Nova Zelândia para a Europa e de pêssegos, ameixas e nectarinas para os Estados Unidos (BRACKMANN & CHITARRA, 1998).

A técnica de atmosfera controlada tem como principal objetivo a redução, a um valor mínimo, das trocas gasosas relacionadas à respiração do produto. As baixas concentrações de O2 e aumento de CO2 no ambiente sob atmosfera controlada reduzem a síntese de etileno, diminuindo sua ação sobre o metabolismo dos frutos. O efeito da redução do O2 atua na inibição da cadeia respiratória, em que o O2 é necessário no processo oxidativo. A ação do CO2 ocorre no ciclo dos ácidos tricarboxílicos, inibindo diversas enzimas e reduzindo a atividade deste ciclo e, conseqüentemente, do metabolismo do fruto (CHITARRA, 1998).

A concentração de O2 no ar ambiente é de 21 % e de CO2 é de 0,03 %. Os limites mínimos para concentração final de O2 e máximos para a concentração final de CO2 são determinados pela fisiologia do produto armazenado: a concentração mínima de O2 édelimitada pelo risco de anaerobiose e a concentração máxima de CO2 o delimita pelo risco de injúrias.

Para Moreira (2000) e Tompson (1998), o maior benefício da atmosfera controlada é prevenir o início do amadurecimento e a senescência dos produtos em função da espécie do fruto, da cultivar, do estádio de maturação e das respostas fisiológicas decorrentes do etileno. De acordo com Brackmann e Chitarra (1998), para se obter o benefício da AC, o nível de O2 deve ser reduzido de 1% a 3% e o nível de CO2 deve ser aumentado de 3% a 15%, dependendo do produto. Segundo Chitarra e Chitarra (1984), após a colheita, as bananas sofrem modificações químicas, tendo em vista a continuidade dos processos metabólicos, sendo a hidrólise do amido a mudança que caracteriza o advento do climatério. Além da hidrólise do amido, o amadurecimento está relacionado com outras modificações complexas, entre as quais: aumento da taxa respiratória, da produção de etileno, da concentração de açúcares, solubilização de substâncias pécticas, degradação da clorofila, aumento das concentrações de ácidos orgânicos, produção de voláteis, variações nos teores de enzimas, vitaminas, minerais e mudanças na permeabilidade dos tecidos.

A menor disponibilidade de oxigênio pode causar anaerobiose, promovendo acúmulo de etanol que pode estimular biossíntese de etileno, desencadeando a maturação dos frutos (Burdon et al., 1996). A produção de etanol pode ocorrer, uma vez que ao se provar a polpa dos frutos, armazenados sob atmosfera controlada, pode ser verificada a ocorrência de sabor e aroma desagradáveis.


Etileno

José Carlos Fachinello & Elio Kersten

O etileno, também conhecido como “hormônio do amadurecimento”, é o único regulador vegetal gasoso, que apresenta atividade biológica em concentrações bastante reduzidas.
Além do controle do amadurecimento das frutas, o etileno provoca alterações de sexo em flores de cucurbitáceas; promoção da floração em abacaxi; dormência de sementes, gemas, esporos, pólen, expansão de órgãos, epinastia, senescência de folhas e flores, abscisão, entre outros.
O etileno é produzido por todas as partes da planta, em quantidades variáveis com o tecido e com o estádio de desenvolvimento. Tais quantidades podem ser aumentadas por ferimentos, durante a senescência e a abscisão de tecidos foliares e florais.
O etileno é sintetizado no vacúolo e a sua movimentação pode se dar por difusão na fase gasosa dos espaços intercelulares dos tecidos ou através do floema e do xilema.
O precursor natural do etileno é a metionina que é convertida em SAM (S-adenosilmetionina), que por sua vez é decomposta em ACC (1-amino-ciclopropano-1-carboxílico), precursor direto do etileno.
Metionina, SAM, ACC, Etileno
A produção de etileno é bastante reduzida nas frutas não-climatéricos, porém sua aplicação exógena provoca um aumento na respiração, proporcional à sua concentração. Com a retirada do etileno, a respiração volta à taxa normal. Já nas frutas climatéricas, ocorre o início da produção de etileno no início do climatérico, até um pico, a partir do qual ocorre declínio na evolução do gás, sendo que o pico da produção de etileno coincide com o pico climatérico da respiração (Tabela 32).

A maturação de frutas pode ser antecipada pela aplicação de baixas concentrações de etileno, que pode ser feita em câmaras semi-herméticas, usando-se produtos que liberam etileno ou tratamentos que induzam a produção pela própria fruta.
As quantidades endógenas e exógenas de etileno são bastante variáveis entre as espécies, sendo que para atingir o máximo de aceleração na resposta respiratória são necessários 10ppm para abacate e apenas 1ppm para banana.
A produção de etileno está bastante relacionada com os outros reguladores vegetais, principalmente as auxinas e o ácido abscísico.



180- Hormônios Vegetais





Os principais hormônios vegetais são Auxinas, Giberelinas, Citocininas, Etileno e Ácido Abscísico. Estes, por sua vez, desempenham diversas funções tais como: o estimulo ao crescimento da planta, à floração, à formação e ao amadurecimento dos frutos, à formação dos tecidos vegetais. Promovem a adaptação da planta às condições de falta de água (estresse hídrico) e estimulam a germinação e a quebra (ou indução) da dormência.
O crescimento da planta é estimulado predominantemente pela auxina, citocinina e giberelina. A auxina estimula o crescimento da planta principalmente por alongamento celular e em menor escala pela divisão da célula. A giberelina e a citocinina, por sua vez, estimulam o crescimento do vegetal exclusivamente por mitose. No entanto, as diferentes partes dos vegetais respondem a distintas concentrações de auxina. O crescimento das raízes é estimulado por menores concentrações desse hormônio (a raiz é mais sensível). Maiores concentrações inibem o crescimento das mesmas. Em relação ao caule, maiores concentrações estimulam o seu crescimento. Essa diferença de sensibilidade a diferentes concentrações de hormônio explicam por que o efeito dos hormônios pode ser influenciado por fatores como a gravidade, a luz e a dominância apical.
A formação dos frutos é estimulada pela auxina e pela giberelina. Esses dois hormônios agem de forma associada nesse processo. A auxina estimula o desenvolvimento do ovário da flor e a giberelina “puxa” reservas da planta para o armazenamento das mesmas nos frutos. A estocagem de açúcares é importante para formar frutos comestíveis, o que atrai animais (pássaros, morcegos, insetos) que, ao comerem os frutos, acabam atuando como dispersores de sementes, contribuindo para a disseminação de novas plantas. Nesse sentido, outras características também atuam nesse processo de atração. O odor agradável e as cores vistosas são exemplos dessas características.
• O amadurecimento dos frutos é estimulado pelo etileno, produzido por folhas, frutos e flores em processo de envelhecimento. O etileno é o único hormônio gasoso e por essa razão as baixas temperaturas inibem sua liberação. Isso explica por que um fruto colocado na geladeira pode ser conservado por mais tempo. Dessa forma, o processo de envelhecimento torna-se mais lento. Para acelerarmos esse processo, podemos embrulhar os frutos em um jornal, pois assim, estaremos concentrando o hormônio ao redor dos mesmos, estimulando o processo de amadurecimento.
• A formação dos tecidos vegetais é estimulada pela auxina e pela citocinina. A auxina estimula o desenvolvimento das raízes e dos vasos condutores de seiva. A citocinina, por sua vez, estimula a formação das folhas da planta. Esses hormônios são importantes para o crescimento do vegetal como um todo.
• Adaptações à carência de água: O ácido abscisico (ABA) e o etileno são os hormônios que atuam nesse processo. Eles agem no sentido de diminuir a grande perda de água pela planta. O ABA pode agir estimulando o fechamento dos estômatos (diminuindo a transpiração) ou, em situações de extrema falta de água, estimulando a produção de etileno. Este, por sua vez, provoca a perda de folhas. A água congelada do solo em ambientes muito frios e ambientes muito quentes e secos constituem situações de extrema falta de água.
Em síntese, os fitormônios exercem diversas funções na vida dos vegetais. Dessa forma, as plantas necessitam dessas substâncias para a sua sobrevivência e reprodução. Elas são essenciais para a adaptação dos vegetais ao ambiente. Entretanto, os hormônios vegetais também são importantes economicamente, pois podem aumentar a produtividade na agricultura.

Fonte:

sexta-feira, 14 de maio de 2010

175- Fisiologia pós-colheita













Fig. 1. Curva de desenvolvimento de frutas do pessegueiro.
Fonte: Adaptatode LaHUE e JOHNSON, 1989.

Hormônio vegetal é um composto orgânico de ocorrência natural, produzido na planta, o qual a baixa concentração promove, inibe ou modifica processos morfológicos e fisiológicos do vegetal.

Regulador vegetal possui as mesmas propriedades, sendo porém exógeno.

As auxinas são hormônios vegetais participam do seu crescimento e diferenciação.
A primeira auxina isolada foi o ácido indolilacético (AIA), a mais importante que ocorre nas plantas, responsável por numerosos processos biológicos em vegetais

As giberelinas são também produzidas pelas plantas e participam da regulação do crescimento de órgãos vegetais.
As citocininas são reguladores vegetais que participam ativamente dos processos de divisão e diferenciação celular, particularmente em cultura de tecidos.
O ácido abscísico também atua no mecanismo estomático.

O etileno é o composto orgânico (endógeno ou exógeno) mais simples e, aparentemente, o único gás que participa de regulação dos processos fisiológicos das plantas.
O etileno é considerado um hormônio, já que é um produto natural do metabolismo, atua em concentrações muito baixas e participa da regulação de praticamente todos os processos de crescimento, desenvolvimento e senescência das plantas.

Os pigmentos riboflavina e BETA-caroteno são apontados como receptores prováveis do estímulo fototrópico.

Abscisão

A queda das folhas de uma planta pode ocorrer em resposta a sinais do meio ambiente, tais como, baixas temperaturas no outono ou devido a condições adversas ao desenvolvimento vegetal.
A folha jovem tem a capacidade de sintetizar níveis de auxinas relativamente altos; durante a senescência, a síntese de auxinas diminui consideravelmente, o que promove o rompimento do pecíolo na camada de abscisão.

A classificação de frutos em climatéricos e não-climatéricos é definida pelo aumento da respiração após a colheita, associada ao aumento da produção de etileno.
O mamão é classificado como fruto climatérico, com um período pré-climatério extenso, seguido de um pico climatérico bem definido.

Maturação de frutos
Na fase final do desenvolvimento do fruto da planta, ocorre a maturidade fisiológica.
A continuação do desenvolvimento do fruto ou maturação, que o torna comestível para o ser humano, pode ocorrer depois de sua separação da planta, nos frutos climatéricos.
Nos frutos que apresentam, durante a maturação, o padrão climatério de respiração, o pico respiratório ou climatério separa o fim do desenvolvimento e o início da senescência.
Durante a maturação, iniciam-se mudanças que se tornam mais evidentes durante a senescência.
A senescência ou degradação final é a parte terminal da maturação.

FRUTOS CLIMATÉRICOS
Nos frutos que apresentam o padrão climatério de respiração (abacate, manga, caqui, pêra, maçã, pêssego) ocorre, após a colheita do fruto fisiologicamente maduro, uma diminuição gradual da taxa respiratória, determinada em termos de produção de CO2, até atingir um mínimo denominado mínimo pré-climatérico.
Logo depois, inicia-se um aumento gradual e depois rápido da taxa respiratória, até atingir seu nível mais alto ou máximo climatérico ou simplesmente climatério.
Após este pico de produção de CO2, há um declínio da taxa respiratória.
O ponto em que o fruto se torna apto para o consumo humano coincide aproximadamente com o início da senescência e se situa no climatério ou imediatamente depois.

SENESCÊNCIA
A senescência consiste no conjunto de mudanças que provocam a deterioração e a morte da célula vegetal.

A mudança de textura o amolecimento do fruto resulta particularmente da atividade de enzimas hidrolíticas como a celulase, a poligalacturonase e a pectinametilesterase, que atacam a parede celular (celulose) e a lamela média (pectinas).

O amolecimento é uma das características mais marcantes da maturação e da senescência de frutos como o abacate, o caqui, o figo e o pêssego.

Durante a senescência, ao mesmo tempo que diminui o fluxo de auxinas no pecíolo, ocorre um aumento na produção de etileno na região de abscisão.
A queda no nível de auxinas aparentemente torna as células da região de abscisão mais sensíveis à ação do etileno.

O etileno também inibe o transporte de auxinas no pecíolo e provoca a síntese e o transporte de enzimas que atuam na parede celular (celulases) e na lamela média (pectinases).
A abscisão de frutos é muito semelhante à abscisão foliar, somente que nos frutos e em algumas folhas ocorre, antes da abscisão, um aumento no nível de ácido abscísico.

OXIGÊNIO
A coloração de frutos em atmosferas com pressões reduzidas (100-200 mm Hg) impede que se formem, no interior do fruto, concentrações de etileno capazes de iniciar a maturação e retarda consideravelmente este processo.
Também nessas atmosferas a baixa pressão de O2 inibe a produção e ação do etileno.
A colocação de frutos em atmosferas modificadas, com altas concentrações de CO2 (5 a 10%), gás antagonista do etileno, e baixas concentrações de O2 (3 a 5%), retarda também a maturação de frutos.

Amadurecimento

O sabor doce, em conjunto com mudanças de coloração e textura é um dos principais parâmetros de qualidade dos frutos, sendo um dos mais exigidos pelos consumidores.
Durante o amadurecimento, o adoçamento pode ser originado pelo acúmulo de sacarose originada pela fotossíntese, ou por hidrólise de carboidratos de reserva.
Frutos não-climatéricos são incapazes de sintetizar grandes quantidades de açúcares após a colheita, a não ser em proporções muito pequenas, como é o caso da laranja.

Alguns frutos climatéricos, como a banana [9] e o kiwi [22], apresentam grandes quantidades de amido no fruto ainda verde, que são degradadas durante o amadurecimento, após a colheita, resultando em quantidades significativas de sacarose no fruto maduro.
O mamão não possui quantidades significativas de amido que possam ser convertidas em açúcares durante o amadurecimento, existindo controvérsias sobre um possível adoçamento pós colheita.

O etileno é um hidrocarboneto simples cuja fórmula química é C2H4.
O etileno é um gás nas condições normais de pressão e temperatura e exerce variados efeitos sobre o crescimento vegetal (Ricardo e Teixeira, 1977).
Trata-se de uma hormônio que é produzida naturalmente em muitos órgãos vegetais, como raízes, caules, folhas, flores, frutos e sementes, e que tem implicações marcadas quer no desenvolvimento quer no período de armazenamento e conservação dos produtos hortofrutícolas.
Este hormônio provavelmente atua em união com outras hormônio (auxinas, giberelinas, quininas e ácido abcísico) controlando o processo de maturação dos frutos (Wills et al., 1989).
A produção de etileno pelos vegetais varia com o tipo de vegetal, bem como, com o grau de maturação, aumentando à medida que a maturação avança.
A produção de etileno é freqüentemente estimulada pelas auxinas e por vários tipos de “stress” como sejam o ferimento dos órgãos, a exposição a radiações ionizantes, os ataques de parasitas e mesmo a presença de obstáculos físicos ao crescimento dos órgãos vegetais.
A temperatura é outro fator com influência positiva na libertação de etileno.
O etileno é ainda o produto de algumas combustões:
fumo de cigarros: 100 a 200 ppm motor a diesel: 200 ppm

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHEFTEL, J.; CHEFTEL, H.. Introducion a la Bioquimica y Tecnologia de los Alimentos, v.1 e 2. Zaragoza: Acribia, 1992.
CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Pós colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. Lavras: FAEPI, 1990.
FENNEMA, O.R. Química de los Alimentos. Zaragoza: Acribia, 1993.


O padrão de respiração dos frutos influencia na colheita, na armazenagem e perecibilidadedos frutos. “Determinante da longevidade”.
Não-climatéricos: Apresentam um declínio lento e constante da taxa respiratória.
Climatéricos: No final do período de maturação, apresentam um marcante aumento na taxa respiratória, provocada pelo aumento na produção de etileno

•Não-climatéricos: uva, limão, laranja, abacaxi, morango, romã, caju, cereja, nêspera, carambola, figo, framboesa, amora.Não podem ser colhidos antes da maturação.
•Climatéricos: pêssego, nectarina, ameixa, maçã, abacate, melão, goiaba, banana, manga, mamão, maracujá, pêra, caqui, kiwi, mirtilo.Podem ser colhidos em estádios anteriores ao amadurescimento.