Canal de comunicação com os leitores:

Este blog foi criado em 02 de dezembro de 2009,
como suporte aos meus alunos, contudo, estou aposentada desde 10 de março de 2012, sem atividade de ensino, não tendo mais interesse de desenvolver alguns assuntos aqui postados. Continuo com o blog porque hoje está com > 237.000 visitantes de diversos lugares do mundo. Bem-vindo ao nosso ambiente virtual. Retorne com comentários e perguntas: lucitojal@gmail.com.
http://www.facebook.com/luci.tojaleseara

Tenho 17 vídeos no youtube: lucitojaleseara.

São muitas as postagens, cerca de 400, veja a lista de marcadores no lado direito do blog.

Falo sobre composição, valor nutritivo dos alimentos e biodisponibilidade dos nutrientes. Interações entre nutrientes: reação de Maillard e outras reações com proteínas, principalmente AGEs (Advanced Glycation End Products) e a relação desses compostos com as doenças crônicas: Diabetes, Alzheimer, câncer, doenças cardiovasculares entre outras. Atualmente, dedico-me mais ao conhecimento dos AGEs (glicação das proteínas dos alimentos e in vivo).

"Os AGEs (produtos de glicação) atacam praticamente todas as partes do corpo. É como se tivéssemos uma infecção de baixo grau, tendendo a agravar as células do sistema imunológico. O caminho com menos AGEs; escapa da epidemiologia dos excessos de alimentação" disse Vlassara. http://theage-lessway.com/

ATENÇÃO: A sigla AGEs não significa ácidos graxos essenciais.

Consulte também o http://lucitojalseara.blogspot.com/ Alimentos: Produtos da glicação avançada (AGEs) e Doenças crônicas.

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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

364-Aspectos benéficos do processamento de alimentos

Aspectos benéficos do processamento de alimentos com foco principal na cozinha / tratamento térmico, incluindo outras técnicas de processamento de alimentos (por exemplo, fermentação). Benefícios do processamento térmico incluem inativação de patógenos, toxinas naturais ou outros componentes prejudiciais, o prolongamento do prazo de validade, a digestibilidade e biodisponibilidade de nutrientes, palatabilidade melhorada, textura e sabor e melhores propriedades funcionais, incluindo aumentado antioxidantes e outras defesa da eficácia antimicrobiana aumentada. Processamento térmico pode trazer algumas conseqüências não intencionais indesejáveis, tais como perdas de determinados nutrientes, formação de compostos tóxicos (acrilamida, furano ou acroleína), ou de compostos com efeitos negativos sobre a textura, sabor percepção, ou cor. Tratamento térmico de alimentos precisa ser otimizado a fim de promover efeitos benéficos e para contrariar, para o melhor possível, os efeitos indesejáveis. Isto pode ser conseguido de forma mais eficaz / forma sustentável por meio do ajuste fino consistente de processos tecnológicos, dentro de condições normais de cozimento doméstico. Os pontos mais importantes identificados para posteriores estudos estão informações sobre os alimentos processados ​​a serem considerados no trabalho epidemiológico, bases de dados deve ser construído para estimar o consumo de compostos de alimentos processados​​, a tradução de ensaios in vitro resultados para in-vivo relevância para a saúde humana devem ser trabalhado, processos térmicos e não térmicos devem ser otimizados pela aplicação dos princípios de cinética.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/mnfr.200900608/pdf

Martinus van Boekel et al. A review on the beneficial aspects of food processing. Mol. Nutr. Food Res. 2010, 54, 1215–1247

domingo, 3 de julho de 2011

348- Toxinas durante o processamento

MARQUES, Anne y Castro; VALENTE, Tessa Bitencourt  and  ROSA, Cláudia Severo da. Formação de toxinas durante o processamento de alimentos e as possíveis conseqüências para o organismo humano. Rev. Nutr. [online]. 2009, vol.22, n.2, pp. 283-293. ISSN 1415-5273.


http://www.scielo.br/pdf/rn/v22n2/v22n2a10.pdf

quinta-feira, 7 de abril de 2011

303- Fermentação e como guardar alimentos

http://www.youtube.com/watch?v=R_CLnFHipsE&feature=mfu_in_order&list=UL

317 - Perda de vitaminas durante o cozimento de alimentos

Vitaminas             Percentagem de perdas %                Causas principais
Ácido ascórbico   0 - 100                                  Extração pela água, oxidação e destruição pelo calor
Tiamina               30 -70 (veg) 0-80 (carnes)      Extração pela água, destruição pelo calor
Riboflavina            9 -39(animais) 0-50 (veg)      Extração pela água, ação da luz.
Niacina                 3- 27                                     Extração pela água
Ácido fólico        33-95 (carnes) 0-50 (veg)        Destruição pelo calor
Vitamina A e carotenóides 0-60                                   Ação da luz e do oxigênio
Vitamina D                        0-40                                   Ação da luz e do oxigênio
Vitamina E                         0-60                                  Ação da luz e do oxigênio

segunda-feira, 28 de março de 2011

312 - FORNO COMBINADO FORNOFACIL Como fazer, usar, preparar e cozinhar num forno combinado

Como pode ser observado nos vídeos abaixo, um equipamento, apenas, que submete o alimento aos processos de "GRELHAR, ASSAR, COZINHAR, REGENERAR, FRITAR, CORAR, GRATINAR, DESCONGELAR, entre outras, aliadas às funções SECO, VAPOR e COMBINADO". Reduzindo espaço, reduzindo o óleo, mas utilizando temperaturas altas. Observem...











quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

303- Como guardar alimentos e fundamentos da fermentação (processamento)



http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1439925-7823-ESPECIALISTA+EXPLICA+A+FORMA+CORRETA+DE+GUARDAR+ALIMENTOS+NA+GELADEIRA,00.html



Sexta-feira, 18/02/2011
Devemos saber quando vamos consumir o produto. Alguns alimentos devem ser guardados na geladeira, outros devem ficar do lado de fora. É importante saber a melhor forma de armazená-los.
Globo reporter

301- Cozimento e atividade antioxidante

MELO, E. A.; MACIEL, M. I. S.; LIMA, V. L. A. G.; SANTANA, A. P. M. Capacidade antioxidante de hortaliças submetidas a tratamento térmico. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 34, n. 1, p. 85-95, abr. 2009.
RESUMO
Considerando que o processamento de alimentos pode exercer efeitos sobre o nível de nutrientes, particularmente no que tange ao teor de compostos antioxidantes e sua atividade antioxidante, este trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade antioxidante de hortaliças submetidas à cocção em vapor.
Extratos metanólicos de hortaliças cozidas foram submetidos à determinação da atividade antioxidante por dois métodos: sequestro do radical estável  1,1- d i fe n i l -2 - p i c r i l h i d r a z i l (DPPH) e sistema de cooxidação do β-caroteno/ácido linoleico. A capacidade de sequestro do radical DPPH exibida pelo extrato de espinafre, cenoura, couve-folha e couve-flor (>70%) foi semelhante a do antioxidante sintético BHT. A menor capacidade de sequestro foi exibida pelo extrato de jerimum sem, contudo, diferir da vagem, cebola branca, batata inglesa e repolho (<60%), aos 15 minutos da reação. Ao final do tempo de reação (60 minutos), o repolho e a batata-inglesa elevaram sua capacidade de sequestro para valores entre 60 e 70%, enquanto qu e as demais mantiveram capacidade de sequestro inferior a 60%. A ação antioxidante do brócolis e jerimum determinada em sistema de cooxidação β-caroteno/ácido linoleico foi superior 70%, não diferindo estatisticamente do BHT. Com exceção da vagem e espinafre, com capacidade antioxidante moderada (60 - 70%), as demais hortaliças apresentaram ação antioxidante (60%) inferior a do BHT.
Com base nos resultados obtidos, evidencia-se que todas as hortaliças cozidas exibiram propriedade antioxidante, entretanto a ação foi diferenciada entre elas. Assim, pode-se inferir que o calor aplicado não afetou de forma drástica a propriedade antioxidante das hortaliças.

Palavras-chave: Atividade antioxidante.
Hortaliças cozidas. Compostos fenólicos

Leiam mais sobre alimentos funcionais na seguinte página:
http://capsulasdeflavonoides.blogspot.com/search/label/Antioxidantes

domingo, 29 de agosto de 2010

268 - Cozimento a vácuo - "Sous Vide"

Novas tecnologias na produção de alimentos
Instrumentos para comprender e propor soluções práticas, seguras e ecnomicamente viáveis aos clientes. Neste sentido o Sistema de Produção Antecipada dos Alimentos, que inclui os processos de cook chill (cozinhar e resfriar), cook freeze (cozinhar e congelar), sous vide chill (cozinhar sob vácuo e resfriar) e sous vide freeze (cozinhar sob vácuo e congelar. Nestes sistemas ocorrem melhorias nos seguintes aspectos:

  • diminuição do desperdício;
  • redução do consumo de água, energia e insumos durante o preparo;
  • melhora da qualidade organoléptica (preservação do sabor);
  • aumento do shelf life (prazo de validade) dos produtos;
  • redução da oxidação, sobrecocção e evaporação ocorridas no processo de cocção dos alimentos e
  • redução do consumo de óleo nas preparações.

No processo sous vide, o cozimento é realizado em embalagens plásticas com alta barreira de resistência térmica, utilizando-se o forno combinado ou um termociculador, o qual garante uma qualidade de retenção e de manutenção do sabor, do odor, da cor, da textura, dos nutrientes e da aparência do produto.
Após este processo, o produto é imediatamente resfriado ou congelado, recebe a rotulagem específica e é armazenado, podendo ter uma validade de até 18 meses, sem utilização de nenhum conservante.
A gestão de todo esse processo não é simples e exige do profissional conhecimento em administração de processos, estratégias de negócios - para viabilizar toda a operação -, conhecimento de reações físico-químicas dos alimentos e aspectos legais para garantir a segurança e a qualidade que devem ser monitoradas nos quatro estágios do processo. São eles: preparo do alimento para a embalagem; cozimento por meio das técnicas de tempo e temperatura específicas; resfriamento e finalização para servir.
Com todas essas tecnologias, as cozinhas dos restaurantes tornaram-se cozinhas de finalização e montagem, com grandes melhoras do fluxo produtivo e do padrão de identidade e qualidade dos produtos.
Nas cozinhas, podemos observar uma redução de 60% no consumo de óleo; 60% no desperdício da distribuição; e 20% no consumo de água e energia. Também é verificada melhora de 15% no rendimento por processo sous vide no preparo.
Nutricionista Simone Valvassori- Consultora de Negócios em Qualidade e Tecnologia dos Alimentos. Revista CFN. 2010, 32:7.
http://www.saberdosabor.com.br/vacuo.html

http://diariodochef.com.br/2010/03/16/sous-vide/

http://menuexperimental.blogspot.com/2009/12/sous-vide-metodo-de-coccao.html

Livros disponíveis sobre Sous Vide:
Sous-Vide - Joan Roca (caríssimo - R$ 480 na Livraria Travessa/RJ - R$ 560,00 na Livraria Cultura)
Under Pressure - Thomas Keller (French Laundry)
Sous Vide - Viktor Stampfer
Guia prático da cozinha sous vide, elaborado pelo professor DOUGLAS BALDWIN da Universidade do Colorado.

Sous vide (lê-se, “su vid”). O termo vem do francês e quer dizer “sob vácuo”. Esta é uma técnica de preparação de alimentos (não chega a ser considerado um método de cocção e sim uma técnica, pois utiliza de outros métodos para realmente “cozer” o alimento) muito utilizada hoje em grandes redes hoteleiras e restaurantes de ponta. Está técnica basicamente consiste em acondicionar alimentos sob vácuo (à vácuo, como queiram) em sacos plásticos apropriados e cozinhá-los sob temperaturas moderadas, geralmente entre 40°C e 90°C. Diferentemente de cozinhar em um fogão lentamente, sous-vide utiliza saco de embalagem a vácuo colocados em água quente abaixo do ponto de ebulição (normalmente em torno de 60 ° C ou 140°F).

A vantagem de se utilizar a técnica sous vide é a riqueza de sabores e textura que ganha o alimento, além da diminuição de perdas de nutrientes, pois não ocorre disperdício do líquido de cocção, nem oxidação, menores perdas por processamento térmico

O sous vide também é utilizado como método de reaquecimento de alimentos prontos ou semi-prontos.
Utilizar o sous vide para cozinhar alimento é uma ótima opção para sua alimentação, entretanto deve-se observar cuidadosamente vários procedimentos para evitar a contaminação dos alimentos.
Sous vide, em francês, quer dizer “sob vácuo”, e refere-se a um método de cozinhar em sacolas plásticas seladas a vácuo em baixas temperaturas por muito tempo. 
Este método difere da cocção convencional em dois pontos fundamentais:
1 - O alimento cru é selado à vácuo em saco plástico apropriado
2 - O alimento é cozido usando o aquecimento controlado.

O peixe vai ser embalado já com os temperos, não coloque líquido que vai vazar na máquina seladora doméstica, prefira marinar o peixe antes de selar, mas podem ser colocados ervas, manteiga e sal. Uma boa dica é fazer uma pedra de gelo com seus condimentos, que vai derretar na hora do aquecimento e dar sabor ao alimento.

O tempero do alimento tem seus truques na cocção à vácuo, pois algumas ervas e temperos tem um comportamento atípico, tendo seu poder muito amplificado, tomando conta do gosto do alimento. Outros, como os aromáticos (cenoura, salsão, cebola), não fazem efeito porque a temperatura de cocção não é suficiente para liberarem seu sabor. Um dos mais contra-indicados é o alho cru que vai produzir resultados bem desagradáveis, use alho seco em pó, mas mesmo assim em pequena quantidade. Não é indicado também o uso de azeite extra-virgem para cozimentos muito longos (mais de 2 horas), pois poderá haver colapso da cadeia do mesmo, alterando o sabor. Use o azeite após a cocção.




http://www.youtube.com/watch?v=eiIP-_Om7u8&feature=mfu_in_order&list=UL

Sous-Vide é uma técnica onde os alimentos são embalados a vácuo e cozidos lentamente a temperaturas altamente preciso. Os benefícios de ser uma vida útil significativamente maior de ter uma refeição gourmet, sem qualquer perda de textura ou sabor.



http://www.youtube.com/watch?v=R_CLnFHipsE&feature=mfu_in_order&list=UL

Receitas em Vídeo (DVD) - Bruno Goussault apresenta Sous-Vide-Cozinhar em temperaturas exatas
Cozinhar em seu significado real é cozinhar o alimento em água perto do ponto de ebulição. Perfeito cozimento em temperaturas exato é o sonho de todos os cozinheiros. Exatamente o controle de temperatura permite a suculência ideal, sensibilidade, consistência, sabor e cor. O conceito de cozinha de peritos foi formalizada por Bruno Goussault. Ele aponta todas as vantagens da baixa temperatura de cozimento de alimentos e vedação a vácuo. Ele avisou chefs e cozinheiros com estrelas Michelin, agora ele passa seus conhecimentos para nós.

267 - Particularidades sobre métodos de cocção



Cuidados ao preparar os alimentos
O tipo de preparo do alimento também influencia no risco de câncer. Tente adicionar menos sal na hora de fazer a comida, aumentando o uso de temperos como azeite, alho, cebola e salsa. A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo de até 5 g de sal ou 2 g de sódio por dia, ou seja, o equivalente a uma tampa de caneta cheia. Ao fritar, grelhar ou preparar carnes na brasa a temperaturas muito elevadas, podem ser criados compostos que aumentam o risco de câncer de estômago e coloretal. Por isso, métodos de cozimento que usam baixas temperaturas são escolhas mais saudáveis, como vapor, fervura, pochê, ensopado, guisado, cozido ou assado.
http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=18


Fritar
O processo fritar significa alimentos envolto em gordura quente (deep fry), não confunda fritar com frigir, pois fritar, o alimento é envolto em óleo ou elemento gorduroso e frigir é quando se coloca somente uma quantidade de gordura/óleo para preparar o alimento como (ovo, bifes, etc.).
Cuidado, pois fritar retira uma quantidade grande de umidade e junto com a elevada temperatura, provoca a formação de aminas heterocíclicas aromática, AGEs, acrilamida (veja os tópicos no blog em marcadores, para todos os métodos que ultrapassam 120°C, tais como fritar, grelhar, assar e saltear).
Temperatura de Fritura em gordura a 175-200ºC.
Cozinhar
Cozinhar é uma palavra muito ampla, pois tem como sinônimo o “método de cocção”, mas quando se fala em cozinhar significa:
Cozinhar envolto em líquido, a 90-100ºC.
Tudo que é mergulhado em água fervente geralmente perde boa parte do valor nutritivo para a água (lixiviação). Com a panela aberta, perde-se de 40 a 60% da vitamina C dos vegetais. As maiores perdas ocorrem em legumes e verduras, pois esses vegetais já contêm em si bastante água e acabam privados, em média, de 50% de suas vitaminas e sais minerais. Frutas, pelo mesmo motivo, também perdem altas doses de nutrientes quando cozidas.
O ideal é cozinhar no vapor. Já no vapor, a perda é de apenas 10 a 30%. No caso do cálcio, a diferença é ainda maior: até 45% se vai com a panela aberta, enquanto, no vapor, vão-se no máximo 5%", afirma a nutricionista Silvana Magalhães Salgado, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Grelhar
Grelhar refere-se ao processo em que se coloca proteínas, frutas e legumes sobre uma grelha e não chapa (este último também se convencionou chamar de grelhar).
Deve começar por 220-250ºC e depois passar a 150-200ºC.
Assar
Cocção realizada em ambiente fechado e seco, devendo ter o conhecimento do produto a ser assado para que o mesmo não fique seco.
Inicia-se a temperaturas muito elevadas 200- 250ºC, sendo depois reduzidas a 110-200ºC.
Saltear
Processo no qual o alimento é salteado numa frigideira em alta temperatura (para que não se crie líquido excessivo).
Aquecer bastante a gordura (160-240ºC), dando cor ao alimento rapidamente.
Cozinhar em microonda.
As microondas cozinham os alimentos, fazendo com que as moléculas de água e outras substâncias polares vibrem e aqueçam o alimento.
Não confere risco de radiação, pois as microondas cessam de existir assim que o magnetrão desliga, não permanecendo no alimento ou no forno. As microondas são impulsos rádio, electromagnéticos que estão situados na banda dos 300 MHz aos 300 GHz. A água dos alimentos é o primeiro componente dipolar responsável pelo aquecimento dieléctrico. O calor gera-se rapidamente como resultado da fricção interna das moléculas. O segundo grande mecanismo do aquecimento por microondas deve-se à polarização dos iões como resultado do movimento para trás e para a frente das moléculas iónicas que se tentam alinhar no campo elétrico em mudança. O aquecimento por microondas também é afetado pelo estado dos constituintes, sejam eles ligados ou livres, por exemplo, iões ligados têm absortividades mais baixas.
A inativação de enzimas tais como a lipase do gérmen de trigo e a lipoxigenase da soja, a pectina metilesterase (PME) a várias temperaturas usando o método convencional e as microondas foram estudadas, descobrindo-se que sob condições de aquecimento por microondas a taxa de destruição de enzimas é maior.
O leite é uma fonte rica de vitaminas e os tratamentos térmicos afetam alguns dos seus nutrientes. Os efeitos do aquecimento por microondas em várias vitaminas presentes no leite de vaca foram estudados por vários investigadores. A maioria desses estudos revelam uma significante perda de vitamina A, carotene-β, vitamina B1 B2 no leite pasteurizado por microondas, e uma perda de aproximadamente 17% da vitamina E e 36% de vitamina C.
Os investigadores concluíram que o processo por microondas não oferece nenhuma vantagem adicional, no que diz respeito às retenções de vitaminas, quando comparado com o processo de aquecimento convencional.
A maior desvantagem na esterilização por microondas é a sua falta de perfis de temperatura recentes. A medição de temperaturas em alguns locais não garante a verdadeira distribuição de temperatura do produto, durante o aquecimento por microondas, uma vez que o padrão de aquecimento pode ser irregular e difícil de prever e mudar durante o aquecimento.
A cinética da degradação, seja da qualidade, do sabor ou dos nutrientes depende de muitos fatores, como a natureza dos produtos alimentares, a sua geometria, propriedades dielétricas e o design do micro-ondas, quando comparados com o processamento térmico convencional.
A novidade do processo de esterilização depende da seleção adequada do equipamento e da embalagem, que podem assegurar o seu sucesso nas indústrias de processamento alimentar. É bastante reconhecido que a esterilização por microondas pode produzir produtos alimentares de alta qualidade e com um longo prazo de validade.
O vidro e a cerâmica são os materiais mais indicados para cozinhar a altas temperaturas. Não use recipientes em plástico, exceto os que têm indicação expressa para microondas e, mesmo estes, não devem ser usados para alimentos ricos em gordura. Recipientes metálicos não podem ser usados pois o metal reflete as ondas, impedindo que atinjam o alimento.
Se usar película aderente, não a deixe em contato com o alimento, pois como no plástico, existe algum risco de migração dos aditivos para os alimentos. Substitua-a por papel de cozinha ou uma tampa adequada.
Como em qualquer processo de cozimento, o valor nutricional da comida pode acabar abalado. Tudo depende do tempo de exposição ao calor ou, no caso, às microondas.
Wilma Araújo, da Universidade de Brasília, até anima os fãs desse forno, que virou símbolo da praticidade na cozinha: “Pode haver menos perda de nutrientes no microondas do que quando a comida é feita no vapor, porque o preparo é mais rápido".
Trata-se de estudos recentes que têm de ser aprofundados, pois ainda subsistem algumas dúvidas, nomeadamente a não uniformidade do aquecimento e a incapacidade de assegurar a esterilização da embalagem inteira. O alto custo é outro entrave assim como a falta de materiais de embalagem adequados.
As investigações têm que prosseguir.
http://www.scribd.com/doc/3312392/2-Aula-Metodos-Culinarias
http://www.esac.pt/noronha/pga/0910/trabalho_mod2/PGA_microondas_T2_word.pdf

266- Métodos de cocção

http://jeanphillipe.multiply.com/journal/item/3

Página copiada do link acima para ajudar os alunos na reflexão dos efeitos do processamento sobre os nutrientes, objetivo da nossa aula. Este conteúdo será retirado após a referida aula.

São várias as condições que alteram o teor de nutrientes dos alimentos, devido aos processos aos quais estão sujeitos durante a sua confeção ou armazenamento – luz, calor, acidez, alcalinização.

Um correto armazenamento dos alimentos, como também o seu correto processamento, tornam-se fundamentais na preservação do valor nutricional destes. Devem ser preferidos os produtos frescos, adquiridos diariamente ou de acordo com a necessidade, de modo a minimizar a perda de nutrientes. O processamento não recupera a qualidade da matéria prima perdida durante o armazenamento.
De modo a maximizar o teor de nutrientes dos alimentos lembre-se de reduzir o calor, água, luz e tempo de processamento.

MÉTODOS DE COCÇÃO

São as técnicas utilizadas no preparo de alimentos crus sob a ação do calor. Com a cocção os alimentos tornam-se mais tenros e digeríveis, adquirem sabor partícular e em sua maioria ficam "esterilizados".

Distinguem-se duas formas básicas de cozinhar os alimentos:

• A cocção rápida ou com calor seco.
• A cocção lenta ou com calor úmido.

A cocção rápida ou com calor seco pede ser aplicada a todos os alimentos tenros, em cujas fibras moles é fáceis penetrar o calor. 
Os métodos clássicos de cocção rápida são:
• Assar ao forno;
• Gratinar;
• Assar na chapa ou na grelha;
• Fringir e saltear;
• Fritar.

A cocção lenta ou com calor úmido amolece os alimentos. Nesse procedimento o vapor de água penetra nas fibras e quebra sua consistência. Normalmente as substâncias aromáticas contidas nos alimentos passam para o líquido.
Os métodos de cocção lenta são:
• Cozer em água ou vapor;
• Estufar, brasear, guisar, “poelé”.

Além das cocções clássicas acima, existem os meios modernos. Os meios modernos geralmente são ultra-rápidos. Os dois métodos mais usados atualmente são:
• Cocção por microondas;
• Fritura a pressão.

• Gratinar: é um processo semelhante ao fornear, diferenciando-se apenas pelo fato que o calor fornecido é de cima para baixo e normalmente é transmitido por irradiação de um metal.

• Saltear ou fringir na frigideira ou na chapa: entende-se por saltear ou fringir o procedimento de cozer alimentos em gordura muito quente. 

• Assar na chapa ou na grelha: muito parecido com o assar no forno. A diferença consiste no fato de quando se assa na chapa o calor sobre o alimento deriva de ar quente (fogo direto e irradiação). A função da gordura é apenas evitar que o alimento se prenda na chapa.

• Fritar em banho: consiste em preparar o alimento, deixando-os nadar em grande quantidade de gordura quente. 

• Cozer em água: assim se chama o método de cocção no qual o calor é transmitido por água quente ou vapor de água (lembrando que a temperatura máxima nesse processo é de 100ºC que é a temperatura de ebulição da água). Dividem-se de três maneiras:

Cozer ou ferver: consiste em cozinhar os alimentos até o ponto de cocção mediante aplicação direta do calor através de um líquido em ebulição.
O calor da água não é suficientemente alto para formação de crosta no alimento e, por conseguinte a água penetra nos poros do alimento guisando-os.

Escalfar: os alimentos escalfados não chegam nunca a ferver, sendo que se guisam até o ponto de ebulição, ou seja, na temperatura mais alta da água sem chegar a ferver.
Na água para escalfar geralmente são adicionados vinagre e outros condimentos (à exceção do sal), que ajudam a manter unidas as proteínas e dão sabor ao alimento. Se o alimento requer sal como tempero, deve ser posto na água em pequenas quantidades, ou então no final da cocção.

Cozer a vapor: consiste em submeter o alimento ao vapor de água, que penetra no alimento, de fora até o núcleo. Esse método tem como características de não destruir as células. 

Estufar, brasear, guisar, “poêler”: quando a cocção se realiza em duas etapas. O alimento se cozinha no calor seco, e termina de cozinhar em calor úmido. Este é um método de cocção lento que se aplica principalmente a carnes, aves e legumes.

Fritura à pressão: é o processo misto de fringir em banho de gordura e cozer ao vapor. Os alimentos se cozem numa frigideira fechada. Como conseqüência o vapor de água produzido pela cocção age como transmissor de calor.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

263- Efeito do processamento doméstico sobre o teor de nutrientes e de fatores antinutricionais

O feijão comum (Phaseolus vulgaris, L.) é uma fonte rica de nutrientes, porém a presença de fatores antinutricionais limita seu valor nutricional. Avaliou-se o efeito do processamento doméstico no teor de nutrientes e fatores antinutricionais de cinco cultivares de feijão comum: branco (Ouro Branco), negro (Diamante Negro) e marrom rajado (BRS Radiante, Pérola e Talismã). Foram utilizadas farinhas de feijões crus, feijões cozidos sem maceração, feijões cozidos com água de maceração e feijões cozidos sem água de maceração, quantificados quanto à composição centesimal e teores de minerais, taninos e fitatos. Em farinhas de feijões cozidos com água de maceração também foi determinada a fibra alimentar total, a solúvel e a insolúvel, e o perfil de aminoácidos. Observou-se que todos os parâmetros quantificados dependeram da cultivar. O processo de cozimento influenciou apenas no teor de taninos e fitatos, provocando a maior redução de ambos os fatores após o cozimento sem água de maceração. O cozimento também provocou um aumento no teor de fibra alimentar insolúvel e redução de fibra alimentar solúvel em relação às cultivares cruas. Com base nos escores químicos corrigidos pela digestibilidade (PDCAAS), a cultivar Pérola foi a fonte protéica de mais baixa qualidade e a Talismã foi a de melhor qualidade.
Palavras-chave: valor nutricional; antinutrientes; qualidade protéica; feijão

http://www.scielo.br/pdf/cta/v28n1/28.pdf Recomendo a leitura do artigo completo, que pode ser obtido no link aqui oferecido.

Lucía RAMÍREZ-CÁRDENAS, Alda Jusceline LEONEL, Neuza Maria Brunoro COSTA. Efeito do processamento doméstico sobre o teor de nutrientes e de fatores antinutricionais de diferentes cultivares de feijão comum. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 28(1): 200-213, jan.-mar. 2008.


Em todas as cultivares o cozimento promoveu acentuada redução no conteúdo de taninos; esta redução esteve na faixa de 64 a 83% em relação aos feijões crus.
O cozimento sem água de maceração promoveu uma redução ligeiramente superior à redução conseguida quando os feijões foram cozidos com água de maceração e cozidos sem maceração.
Em pesquisa desenvolvida por Costa de Oliveira et al. (2001), o processamento doméstico da cultivar IAC-Carioca promoveu uma redução de 88% para feijões cozidos sem água de maceração, 87% para feijões cozidos com água de maceração e 84% para feijões cozidos sem maceração. Barampama e Simard (1994) obtiveram reduções de 84,64% (cozimento sem água de maceração) e 59,81% (cozimento sem maceração). Perdas aparentes de 61 a 98% após o cozimento também foram relatadas por Bressani et al. (1982) e perdas de 80 a 90% por Goycoolea et al. (1990). Tanto a maceração prévia quanto o cozimento têm um papel importante na redução deste fator antinutricional, pois durante o processamento os taninos podem migrar para a água de maceração e ao caldo de cocção (GOYCOOLEA et al., 1990), sendo possível que alguns taninos se difundam para o endosperma do cotilédone ligando-se às proteínas (REYES-MORENO; PAREDES-LÓPEZ, 1993).
Alguns autores coincidem em afirmar que a perda aparente de taninos induzida pela cocção se deve não a uma destruição química senão a mudanças na solubilidade e na reatividade das moléculas que dificultam sua extração (GOYCOOLEA et al., 1990). Após o cozimento, a maior concentração de taninos está no caldo de cozimento e menores teores na casca e cotilédones, observando-se uma relação inversa entre o tempo de cozimento e o conteúdo de taninos residuais no caldo, o que poderia estar associado, segundo os autores, à formação de complexos moleculares insolúveis entre taninos condensados e compostos afins que se depositam no caldo durante a cocção (proteínas, oligossacarídeos e lipídios) os quais não podem ser extraídos e quantificados mediante técnicas analíticas (GOYCOOLEA et al., 1990; BARAMPAMA; SIMARD, 1994). Uma diminuição no valor nutritivo dos feijões (PER) também foi verificada quando o caldo de cozimento foi adicionado para a obtenção das farinhas na elaboração das dietas de animais experimentais, sendo que a maceração prévia ao cozimento não influenciou nestes parâmetros (GOYCOOLEA et al., 1990).
Contudo, os resultados obtidos conferem aos processamentos utilizados eficácia na redução deste componente capaz de interferir no valor nutritivo desta leguminosa. Os taninos formam complexos com as proteínas, diminuindo a digestibilidade, inibindo o crescimento e aumentando a excreção de nitrogênio fecal em animais (COSTA DE OLIVEIRA et al., 2001). Os taninos também afetam a digestibilidade de carboidratos e a biodisponibilidade de minerais (KHOKHAR; CHAUHAN, 1986; COELHO; LAJOLO, 1993; CARBONARO et al., 1996).

Fitatos
Observa-se que após o cozimento aconteceu uma redução de IP6 e um aumento dos outros inositol fosfatos (IP5, IP4, IP3), como é mostrado na Tabela 6. A maior redução de IP6 para todas as cultivares foi obtida quando os feijões foram cozidos sem água de maceração e a menor redução quando foram cozidos sem maceração, mas tanto nas cultivares cruas quanto cozidas o IP6 representou a maior porcentagem dos inositol fosfatos, sendo de 81 a 89% nas cultivares cruas e de 58 a 75% nas cultivares cozidas, concordando com o reportado por outros pesquisadores (LOMBARDI-BOCCIA et al.,1998; VILLAVICENCIO et al., 2000). Este aumento de IP5 após o cozimento fez com que a redução máxima de IP5+IP6 fosse somente de 20%, enquanto a máxima redução de IP6 foi de 34% nas cultivares cozidas sem água de maceração.
IP6 e IP5 reduzem a biodisponibilidade de zinco e ferro enquanto IP4 e IP3 não apresentam esta característica (LOMBARDI-BOCCIA et al.,1998). O grau de ação inibitória dos inositol fosfatos na absorção mineral depende do grau de fosforilação (LÖNNERDAL et al., 1989; BRUNE et al., 1992; HAN et al., 1994). Deste modo, a determinação só de IP6 não permite uma informação completa da inibição de zinco e ferro, e conseqüentemente, a quantificação dos inositol fosfatos é de importância nutricional (LOMBARDI-BOCCIA et al.,1998).
A diminuição observada no conteúdo de fitatos durante a maceração pode ser atribuída a uma lixiviação dos íons fitatos na água sob a influência de um gradiente de concentração que provoca a difusão deste nutriente para a água de maceração (KHOKHAR; CHAUHAN, 1986; COSTA DE OLIVEIRA et al., 2001). Porém estas perdas também podem ser devido a mudanças na permeabilidade da membrana externa dos grãos (KHOKHAR; CHAUHAN, 1986). A absorção de água em sementes pode também ativar a fosfatase intrínseca, resultando na hidrólise e aumentando a perda de ácido fítico (KHOKHAR; CHAUHAN, 1986; PLAAMI, 1997). A redução deste fator antinutricional é de grande importância, uma vez que altos níveis de ingestão de fitatos podem estar associados a efeitos nutricionais adversos ao homem (KHOKHAR; CHAUHAN, 1986), como redução da biodisponibilidade mineral e inibição de enzimas proteolíticas e amilolíticas (HARLAND; NARULA, 1999; MARTINEZ-DOMINGUEZ et al., 2002).

Porém, um dos maiores problemas dos feijões é representado pelo baixo valor nutricional de suas proteínas, decorrente, por um lado, da sua baixa digestibilidade, e dos reduzidos teores e biodisponibilidade de aminoácidos sulfurados, metionina e cisteína (BODWELL et al., 1980; HUGHES, 1991; NIELSEN, 1991; BRESSANI, 1993), além de triptofano, valina e treonina em ordem decrescente (BLANCO; BRESSANI, 1991). No presente estudo, não foi determinado o teor de triptofano, por ser destruído durante o processo de hidrólise, e a cisteína pela instabilidade do PTC-cisteína durante a determinação, o que impede a quantificação correta.
Os feijões contêm elevado conteúdo de lisina, sendo complemento protéico excelente para os cereais, como o arroz, que são pobres em lisina, porém com adequado teor de aminoácidos sulfurados (SGARBIERI; WHITAKER, 1982; BRESSANI, 1989).

Conclusões
Os dados referentes aos feijões após o processamento (com ou sem maceração e cozimento) são mais relevantes que a caracterização do alimento cru, por ser um alimento consumido habitualmente cozido.
Os efeitos observados na composição centesimal variaram com as cultivares de feijão comum e com os processamentos aplicados, assim generalizações não devem ser feitas para todos os tipos de feijão e áreas geográficas.
Embora o feijão comum tenha apresentado um conteúdo elevado dos minerais estudados (ferro, zinco, cálcio, cobre e manganês), a presença de fatores antinutricionais exige estudos subseqüentes da biodisponibilidade mineral.
Em todas as cultivares o cozimento promoveu acentuada redução no conteúdo de taninos. O cozimento sem água de maceração promoveu uma redução ligeiramente superior à redução conseguida quando os feijões foram cozidos com água de maceração e cozidos sem maceração.
A maior redução de IP6 para todas as cultivares foi obtida quando os feijões foram cozidos sem água de maceração, e a menor redução quando foram cozidos sem maceração.
Em todas as cultivares o cozimento com água de maceração provocou um aumento no teor de FAT em relação às cultivares cruas, influenciado pelo aumento no teor de sua fração insolúvel, sendo que o conteúdo da FAS diminuiu.
Com base nos escores químicos, nas condições empregadas neste trabalho, o feijão OB foi a fonte protéica de mais baixa qualidade, em razão do maior número de aminoácidos limitantes (metionina e lisina), sendo que nas outras cultivares a metionina foi o único aminoácido limitante. De acordo com os valores de PDCAAS, a TL foi a cultivar que apresentou a melhor qualidade protéica por ter 61,48% de adequação em relação ao padrão da FAO.
O feijão comum apresenta componentes e características que tornam seu consumo vantajoso do ponto de vista nutricional.
Os grãos de leguminosas constituem, na dieta humana, uma importante fonte de proteína para grupos de baixa renda no mundo inteiro, substituindo em muitos casos a proteína animal de alto custo, o que sugere a necessidade de mais estudos sobre a qualidade nutricional em feijões, assim como os efeitos dos fatores antinutricionais e os efeitos funcionais deste alimento na dieta humana.

Os fitatos presentes em cereais integrais, leguminosas e em algumas folhas, como a folha da mandioca, possui capacidade de formar quelato com o ferro, tornando-o cataliticamente inativo. O ácido fítico é encontrado em vegetais, cereais e leguminosas, promovendo o mesmo efeito que os fitatos no oganismo. (SILVA,1996). Além desses o cálcio; manganês e zinco (MARTINI,2002).


LEAL, A. S.; GONÇALVES, C. G.; VIEIRA, I. F. R.; CUNHA, M. R. R.; GOMES, T. C. B.; MARQUES, F. R. Avaliação da concentração de minerais e dos fatores antinutricionais fi tato e oxalato em multimisturas da Região Metropolitana de Belo Horizonte/MG. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 35, n. 2, p. 39-52, ago. 2010.
http://www.sban.com.br/revistas/NUTRIRE-v35%20n2.pdf

Neste trabalho, amostras de multimistura do tipo industrial, preparadas pela Pastoral da Criança em iferentes pontos da região metropolitana de Belo Horizonte/MG, foram analisadas para determinação da concentração dos fatores antinutricionais fi tato e oxalato e ainda dos minerais K, Mg, Mn, Na, Zn, Fe e Ca. Os resultados mostraram, na maior parte dos casos, concentração dos minerais abaixo do recomendado para ingestão diária nas porções utilizadas da multimistura, 5 e 22,5g. A concentração dos fatores antinutricionais foi avaliada através das razões molares fitato / Fe, fi tato / Zn, fi tato / Ca, fi tato x Ca / Zn e Ca / oxalato. Os valores obtidos, em quase todos os casos > 1, associados à baixa concentração dos minerais no meio, sugerem uma baixa biodisponibilidade dos minerais essenciais, o que reforça o debate sobre a efi cácia da multimistura como complemento nutricional.



domingo, 25 de abril de 2010

120- Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs)


Fonte: Profª Drª Ana Lucia Rodrigues




Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAPs) são um grupo de compostos, em torno de 100 no total, dos quais muitos de nós estão exposto a eles. Há muitas variedades por ai, mas um dos mais conhecidos é o benzopireno e o naftaleno (as bolinhas que sua vó colocava na gaveta).
Normalmente HAPs são liberados no ar quando combustíveis fósseis, gasolina e lixo são queimados, mas existem outros meios de exposição ao mesmo como comer comidas grelhadas ou defumadas.
Talvez a rota mais fácil de exposição a esses compostos é respirando ar contaminado. HAPs estão na fumaça do cigarro, na madeira queimada, no exaustor dos carros e nas ruas de asfalto, tanto quanto também estão nas industrias de alimentos e de produção de asfalto, ao lado dos incineradores de lixo. Devido a isso o nível de HAPs em áreas urbanas é 10 vezes maior que em áreas rurais.

HAPs também são criados quando estamos fazendo churrasco, qualquer alimento, vegetal ou fruta, que cresceu em solo contaminado de HAP pode também conter esses compostos.
Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos podem estar também em produtos de beleza que possuam o alcatrão de carvão em sua composição (cósméticos, shampoos, tinta para cabelo...) e você pode absorver um pouco dele ao usar tais produtos.

HAPs são capazes de causar sérios problemas em humanos e animais. eles são razoalvelmente agentes cancerígenos de acordo com o Department of Health and Human Services dos Estados Unidos. Durante vários estudos a exposição aos HAPs tem sido ligada a cataratas, problemas no fígado e ríns, icterícia. Nos animais estudos mostraram que tais compostos trouxeram problemas na pele, nos líquidos do corpo e na habilidade do organismo de se defender das doenças.
Também se sabe que pessoas que respiraram ou tiveram contato direto com os HAPs durante o tempo, desenvolveram cancêr. Animais que respiraram HAP desenvolveram cancêr de pulmão, quanto aos que o comeram desenvolveram cancêr no estômago e os que tiveram tais compostos grudados a pele tiveram cancêr de pele.

Como reduzir a nossa exposição aos HAPs?

  • Pare de fumar caso você fume, se não, procure não ficar por perto de quem fuma.
  • Tente eliminar comidas grelhadas,defumadas e churrascos de sua vida.
  • Reduza a utilização de madeira em lareiras e fornalhas, caso o faça.
  • Não use cosméticos, shampoos e tinturas que possuam alcatrão de carvão.
  • Não use bolinhas de naftalina em suas gavetas.

André Pinho

Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) são um grupo de compostos que têm sido objeto de muitas pesquisas devido ao seu potencial tóxico. Neste estudo, margarinas, cremes vegetais e maioneses disponíveis no mercado brasileiro foram analisadas quanto ao teor de pireno, fluoranteno, benzo(a)antraceno, criseno, benzo(b)fluoranteno, benzo(k)fluoranteno, benzo(a)pireno e dibenzo(a,h)antraceno. Níveis variáveis de contaminação foram encontrados em marcas diferentes do mesmo produto e em lotes diferentes da mesma marca. O teor médio de HAPs totais encontrados esteve na faixa de 4,1 a 7,1mg/kg em cremes vegetais, de 1,7 a 3,9mg/kg em margarinas e de 1,0 a 21,7mg/kg em maioneses. Em geral, os produtos que declaravam conter óleo de milho em sua formulação mostraram os maiores níveis de contaminação. Com base nestes resultados e na importância de gorduras, óleos e produtos derivados como fonte de ingestão de HAPs, recomenda-se aos produtores de margarinas, cremes vegetais e maioneses que iniciem o controle da contaminação dos óleos vegetais utilizados na elaboração destes produtos, de forma a reduzir a exposição do consumidor à quantidades excessivas de compostos potencialmente carcinogênicos.

Annibal D. Pereira Netto AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO HUMANA POR HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS (HPAS) E SEUS DERIVADOS NITRADOS (NHPAS): UMA REVISÃO METODOLÓGICA

Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) constituem uma família de compostos caracterizada por possuírem 2 ou mais anéis aromáticos condensados. Estas substâncias, bem como seus derivados nitrados e oxigenados, têm ampla distribuição e são encontrados como constituintes de misturas complexas em todos os compartimentos ambientais.
De maneira geral, tanto os HPAs quanto seus derivados estão associados ao aumento da incidência de diversos tipos de canceres no homem.
A elevada taxa de mortalidade (cerca de 6,5 milhões de pessoas morrem de câncer anualmente) e o fato de que os tratamentos para estas doenças são dispendiosos, demorados e normalmente trazem muito sofrimento aos doentes, expõem claramente os benefícios potenciais que o entendimento, a avaliação e o controle da exposição humana a substâncias que possuam atividade carcinogênica/mutagênica podem trazer, particularmente quando sabe-se que a grande maioria dos canceres resulta de interações genéticas e ambientais, sendo as causas externas (ambientais), em conjunção com fatores de suscetibilidade adquirida, as mais importantes. No caso dos HPAs e seus derivados, isto é feito geralmente através do monitoramento dos níveis ambientais desta substâncias, do conhecimento das suas vias de penetração no organismo, de seu metabolismo, bem como da avaliação precoce de seus efeitos biológicos. Vários componentes deste grupo são capazes de reagir diretamente, ou após sofrerem
transformações metabólicas, com o DNA, tornado-se potenciais carcinógenos e eficientes mutágenos. Dentre suas inúmeras fontes, podem ser citados os processos de combustão de material orgânico (particularmente a exaustão de motores a diesel ou a gasolina), a queima de carvão, as fotocopiadoras, a exaustão de plantas de incineração de rejeitos, a fumaça de cigarro além de vários processos industriais como, por exemplo, a produção de alumínio e a gaseificação do coque, etc. A composição e a complexidade das misturas de HPAs dependem das fontes emissoras. Em geral essas misturas são bastante complexas, contêm uma grande variedade de HPAs em diferentes níveis de concentração.
Os HPAs, por suas ubiqüidades, constituem uma ameaça potencial para a saúde de toda a população. No entanto, alguns grupos populacionais, como por exemplo aqueles constituídos por pessoas que residem ou trabalham em ambientes diretamente influenciados por estas fontes, estão submetidos a um risco maior.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

65- AGEs e métodos de cocção (processamento)

http://www.parana-online.com.br/editoria/cidades/news/33295/

Um estudo americano comprovou que cozinhar em altas temperaturas cria compostos químicos que, quando presentes em nosso organismo, podem ser causa de doenças como diabetes e distúrbios cardiovasculares. O estudo, publicado em "Proceedings of the National Academy of Sciences", foi realizado por Helen Vlassara na Escola Universitária de Medicina Mount Sinai, de Nova York.

Vlassara e seus colaboradores descobriram que as altas temperaturas alcançadas pelas frituras desencadeiam um processo químico baseado na rápida interação entre gorduras, proteínas e açúcares, que produz compostos perigosos para a saúde (chamados AGE). Quanto mais alta a quantidade de açúcares ingerida na dieta, mais alta é a produção desses compostos.


"A situação é mais problemática para os diabéticos", comentou Vlassara, afirmando que, de todos os alimentos, os maiores culpados são seguramente as gorduras animais.

Suas conclusões derivam de um estudo realizado em dois grupos de pacientes diabéticos que deviam seguir o mesmo tipo de dieta, mas com os alimentos cozinhados de maneira diferente.

"As análises realizadas mostram claras diferenças na quantidade de AGE, apesar de ser prematuro dizer se há benefícios para a saúde", informou a especialista. Vlassara descobriu, além disso, que os pacientes que tinham no sangue altos percentuais de AGE tinham também compostos orgânicos inflamatórios, como o fator de necrose tumoral. Esses compostos, segundo Vlassara, estão ligados à progressão de doenças cardíacas ou diabetes.

Por último, em estudos realizados em animais, Vlassara detectou que uma dieta pobre de AGE ajuda a prevenir a diabetes de tipo 1, doença causada pela autodestruição do pâncreas.

http://veja.abril.com.br/300507/p_082.shtml

O franguinho grelhado está na berlinda – assim como o churrasco, o queijo na brasa e outros pratos que fazem a alegria dos brasileiros. O motivo não é a quantidade de calorias ou gorduras saturadas contida em tais alimentos, mas o seu modo de preparo. De acordo com uma pesquisa coordenada por médicos da Faculdade de Medicina Mount Sinai, nos Estados Unidos, recém-publicada na revista científica Journal of Gerontology: Medical Sciences, comidas assadas e grelhadas (para não falar das fritas, é claro) oferecem riscos à saúde. Quanto mais tostadas, pior. Descobriu-se que, durante o preparo, o calor excessivo a que são submetidas produz toxinas que podem levar ao envelhecimento precoce e a vários distúrbios, como diabetes, infarto, derrame, doença de Alzheimer e artrite reumatóide. Essas toxinas são chamadas de AGEs, sigla em inglês para "produto final da glicação avançada". "A população precisa ser alertada sobre os perigos dessas toxinas e controlar seu consumo, assim como já controla o de sal e de gorduras trans", diz a geriatra americana Helen Vlassara, principal autora do estudo.

Depois da ingestão de um alimento assado, grelhado ou frito, uma parte dos AGEs é eliminada pelos rins e outra fica circulando no sangue. Como são estruturas muito instáveis, essas toxinas favorecem a formação de radicais livres e, em conseqüência, danificam vários órgãos e tecidos do organismo, especialmente as artérias. Ao analisar cerca de 200 homens e mulheres, os pesquisadores observaram que, entre as pessoas com 45 anos ou mais, a concentração de AGEs no sangue era, em média, 35% maior do que entre os mais jovens. Ou seja, com o passar do tempo, o organismo acumula ainda mais essas toxinas. O que fazer? Por enquanto, a única maneira de reduzir a quantidade de AGEs na alimentação é optar por prepará-la cozida, fervida ou no vapor, preferencialmente em temperaturas abaixo de 120ºC. Sim, você está certo: a cada dia parece que fica mais difícil ter prazer à mesa.

domingo, 14 de março de 2010

53- Colesterol mg/ 100g de frango


ROSA, Fabiana Cordeiro et al. Efeito de métodos de cocção sobre a composição química e colesterol em peito e coxa de frangos de corte. Ciênc. agrotec. [online]. 2006, vol.30, n.4, pp. 707-714. ISSN 1413-7054.

O método de cocção que ocasiona alterações mais severas na composição química do alimento é o frito em óleo, cujo aumento no teor de gordura é de 2,35 vezes. Além disso, os métodos de cocção fritura em óleo e cozimento por microondas proporcionam os menores valores de umidade e, portanto os maiores percentuais de matéria seca. Os métodos de cocção não afetam os teores de colesterol na matéria seca dos cortes estudados.
http://www.scielo.br/pdf/cagro/v30n4/v30n4a17.pdf


http://www.editora.ufla.br/site/_adm/upload/revista/31-1-2007_24.pdf
EFEITO DOS MÉTODOS DE COCÇÃO NA COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E COLESTEROL DO PEITO DE FRANGOS DE DIFERENTES LINHAGENS. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 31, n. 1, p. 164-170, jan./fev., 2007


A cocção determina perdas na umidade e, considerando os métodos estudados, peitos de frango assados em microondas apresentam as perdas mais elevadas e, em conseqüência disso, esse método determina as modificações mais severas com relação à composição química do peito cru; e, o cozimento em água é a forma de cocção que menos altera a composição centesimal de peitos de frangos.

domingo, 7 de março de 2010

44- Técnica - Cozinhar legumes verdes

http://www.youtube.com/watch?v=_lyNqYfbSaI


E os nutrientes não passaram ainda mais para a água? Além do fato de pegar com a mão após o cozimento!

Aproveito a oportunidade para falar nos utensílios culinários de cozimento.

O alumínio tem a vantagem da leveza, rápido aquecimento, preço, facilidade de uso e manipulação e até beleza quando nova, mas a desvantagem é a liberação do alumínio, aderência do alimento, não serve para guardar alimentos, rápido resfriamento do alimento e pode alterar sua forma com o tempo.

Indícios da toxidade do alumínio começaram a ser relacionado a ingestão deste metal com a incidência de demência, em especial do mal de Alzheimer e de Parkinson. Os íons de alumínio podem inibir diferentes processos metabólicos, mediante reações de competição entre o alumínio e outros íons como o cálcio, magnésio e ferro. Tem sido associado a doenças, tais como: osteomalácia, neuroloticas e hematológicas (pela redução do ferro sérico e da saturação da transferrina. O alumínio nos alimentos compreende o naturalmente presente, contido nos aditivos e os íons incorporados durante o contato com materiais de embalagem e utensílios culinários.

Fatores que afetam a migração de alumínio em utensílios culinários:
  • acidez do alimento (quanto mais ácido o alimento, maior a migração de alumínio, exemplo, molho de tomate, iogurte, portanto menores para arroz e leite);
  • tempo de cocção do alimento;
  • tempo de uso do utensílio (novo, maior migração ou usado);
  • presença de ácido orgânicos no alimento, ex.: ácidos oxálico, lático e cítrico;
  • concentração de sal e açúcar no alimento;
  • tipo do utensílio (panela, forma de bolo, panela de pressão;
  • modo de higienização do utensílio, o polimento remove o óxido de alumínio, aumentando a migração do metal;
  • qualidade da liga de alumínio do recipiente. Liga de alumínio e ferro são menos suscetíveis a degradação do que aquelas contendo alumínio e manganês.
A embalagem TetraPak não permite migração de alumínio devido o revestimento interno com filme plástico, não tóxico. Já as embalágens de refrigerantes e bebidas em lata, pode transmitir alta quantidade de alumínio.

Evitar fervura de água em panela de alumínio e ferver soluções ácidas para não aumentar a posterior migração do alumínio do recipiente para o alimento.

Já o aço inoxidável formado de ferro, carbono, níquel, cromo (11%), pode ter liberação de níquel quando nova. Os alimentos ácidos favorecem a migração, dependendo do tempo de contato, do teor de água da preparação, da temperatura, agitação. A panela nova de aço inoxidável deve ser fervida água por duas a três vezes sequenciais, desprezando o conteúdo. Uma vez aquecidas mantem o calor por mais tempo.

Quintaes, KD. Por dentro das panelas. São Paulo, livraria Varela, 2005. 127p.



Thaís Rodrigues Moreira. ANÁLISE DE PERDAS DE MINERAIS EM HORTALIÇAS SUBMETIDAS A DOIS MÉTODOS DE COCÇÃO. Santa Maria, RS 2006.


RESUMO
Dentre os nutrientes necessários à manutenção da saúde, tem-se o grupo dos minerais, esses nutrientes não podem ser sintetizados pelo organismo e, por isso, devem ser obtidos através da alimentação. São nutrientes com baixo valor calórico e alto valor nutricional, que desempenham diversas funções de extrema importância no organismo humano. O objetivo deste trabalho foi analisar as perdas de fósforo, potássio, cálcio, ferro e manganês na beterraba, brócolo, espinafre e vagem submetidos a cocção na água e no vapor. O experimento foi realizado em delineamento casualizado, com esquema fatorial 1x2 (1 vegetal x 2 modos de cocção) e 4 repetições nas análises. Nas amostras analisadas da beterraba e do espinafre houve perdas de todos os minerais com diferenças estatisticamente significativas entre os métodos de cocção estudados. Nas amostras analisadas do brócolo e da vagem não houveram perdas de todos os minerais com diferenças estatisticamente significativas entre a cocção na água e no vapor. Através do estudo, pode-se concluir que todos os minerais tiveram perdas, porém nem todas as perdas foram significativas. Conclui-se que o método de cocção na água preserva mais adequadamente os minerais estudados em todos os vegetais.



COMPARAÇÃO DOS TEORES DE VITAMINA C E FERRO DE VEGETAIS CRUS SUBMETIDOS A DIFERENTES MÉTODOS DE COCÇÃO. CASCAVEL, 2006.

RESUMO
As vitaminas e minerais exercem funções importantíssimas para o bom desempenho do organismo, sendo a sua deficiência causadora de doenças comprometedoras ao indivíduo. O objetivo desse trabalho é averiguar e mensurar as alterações de vitamina C e ferro em vegetais, que foram submetidos a diferentes cortes e métodos de cocção, além de verificar o valor nutricional dos mesmos in natura. Este estudo foi realizado no Laboratório de Nutrição e Dietética da Faculdade Assis Gurgacz. Foram utilizados amostras de couve, beterraba e espinafre. As mesmas foram avaliadas em relação à quantidade in natura de ferro e vitamina C com as amostras submetidas aos seguintes métodos de cocção: microondas, vapor, pressão, refogado e cozido. Os resultados apresentaram diferenças significantes de retenção dos nutrientes. O vegetal que melhor apresentou quantidades de vitamina C foi a beterraba, sendo recomendada o método de cocção no vapor. Em relação ao ferro, o espinafre se sobressaiu dos demais vegetais estudados, mais vale ressaltar que esse mineral é pouco aproveitado pelo nosso
organismo. Este trabalho espera poder contribuir para novas pesquisas e principalmente para a orientação do consumo correto dos vegetais, fazendo com que o aproveitamento dos nutrientes seja maior, auxiliando nas recomendações diárias da DRI/2000 e 2001, evitando as doenças provocadas pela carência dos minerais citados.


Após o término deste trabalho, verificou-se que foi atingido o objetivo de mensurar as alterações de vitamina C e ferro nos vegetais ao passarem por diferentes métodos de cocção. Os resultados das análises químicas indicaram diferenças significativas de retenção em ambos os nutrientes avaliados. O vegetal que melhor apresentou quantidades de vitamina C in natura foi a beterraba, sendo que para o aproveitamento dessa vitamina, se faz necessário utilizar o método de cocção no vapor, sendo classificado como o melhor método. Em relação ao ferro, o espinafre se sobressai aos demais vegetais estudados, porém deve ser ressaltado que esse mineral é pouco aproveitado pelo organismo. O melhor método de cocção apresentado é o refogado. Por fim, este trabalho espera poder contribuir para novas pesquisas e principalmente para a orientação do consumo correto dos vegetais, fazendo com que o aproveitamento dos nutrientes seja maior, auxiliando nas recomendações diárias da DRI/2000 e 2001, evitando as doenças provocadas pela carência dos minerais citados.


Não adicione bicarbonato de sódio para aumentar a cor verde dos vegetais. Os produtos alcalinos promovem a destruição das vitaminas.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

32- Alimentos funcionais

Alguns alimentos funcionais são anti-glicantes naturais, devido sua função antioxidante, diminuindo, portanto, a formação dos AGEs.

http://www.youtube.com/watch?v=7JVRRqGGXVU



http://www.youtube.com/watch?v=Vwc6_Ip_zCs





Luciana de Paula NAVES, Angelita Duarte CORRÊA, Celeste Maria Patto de ABREU, Custódio Donizete dos SANTOS. Nutrientes e propriedades funcionais em sementes de abóbora (Cucurbita maxima) submetidas a diferentes processamentos. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 30(Supl.1): 185-190, maio 2010.

Resumo
O objetivo deste trabalho foi verificar a influência dos processamentos térmicos sobre os nutrientes e propriedades funcionais das sementes da abóbora Cucurbita maxima. As sementes foram, em quatro repetições, submetidas aos seguintes processamentos: utilizadas na forma crua; cozidas em água em ebulição por três tempos: 5, 10 e 15 minutos; e cozidas no vapor por 10 minutos. Posteriormente foram liofilizadas, trituradas e armazenadas em temperatura ambiente até a realização das análises de composição centesimal, minerais e propriedades funcionais. Não houve diferença significativa entre os processamentos para os níveis de proteína bruta, fibra alimentar, extrato etéreo, cinzas, S, P, Mg, Ca, Cu, Zn, solubilidade do nitrogênio (nos pH 4, 5 e 6), absorção de água e óleo, volume de espuma e estabilidade de emulsão. O cozimento em água em ebulição reduziu o teor de K. Todos os processamentos térmicos diminuíram os níveis de Mn e Fe. As sementes cruas apresentaram a maior solubilidade do nitrogênio nos pH 2, 3, 7, 8 e 9. Conclui-se que os processamentos acarretaram diferença significativa apenas nos teores de K, Mn, Fe e solubilidade do nitrogênio; e que as sementes apresentam potencial para serem incorporadas, provavelmente, em alimentos que requeiram elevada taxa de absorção de óleo.
Palavras-chave: Cucurbita máxima; semente de abóbora; processamento; nutriente; propriedade funcional.

Conclusões
As diferentes formas de cozimento das sementes da moranga não acarretam alterações na composição centesimal. Entretanto, o cozimento em água em ebulição por 5, 10 e 15 minutos reduziu os níveis de K, Mn e Fe, além do cozimento no vapor também ter acarretado redução nos níveis de Mn e Fe.
O cozimento acarreta redução da solubilidade do nitrogênio nos pH 2, 3, 7, 8 e 9. A farinha de sementes de abóbora apresentou pobre característica espumante e baixa estabilidade de emulsão e capacidade de absorção de água. Entretanto, apresentou boa capacidade de absorção de óleo. Portanto, a farinha de sementes da abóbora Cucurbita maxima apresenta potencial para ser incorporada, provavelmente, em produtos alimentícios que requeiram elevada taxa de absorção de óleo.
Entretanto, não se deve deixar de ressaltar que estudos antinutricionais e toxicológicos das sementes da moranga são importantes para assegurar seu consumo.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

29- Resumo: CONTRIBUIÇÃO DOS PRODUTOS FINAIS DE GLICAÇÃO AVANÇADA (AGEs) DIETÉTICOS NO DESENVOLVIMENTO DA ATEROSCLEROSE


Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas, 2009, por ELISA BATISTA OLIVEIRA E SILVA, orientado por LUCI TOJAL e SEARA.
Comentários da Elisa:

A ingestão excessiva de AGEs/produtos de glicação está diretamente associada com o aumento das concentrações séricas destes compostos e suas repercussões patofisiológicas. Os estudos sobre doenças crônicas não transmissíveis trazem atualmente a relação entre os produtos de glicação e essas doenças. Desta forma, este trabalho, desenvolvido por mim (Elisa) sob a orientação da Prof.ª Luci, visou esclarecer a relação entre AGEs dietéticos e aterosclerose na presença da inflamação e do estresse oxidativo. Além de pró-oxidantes, os AGEs são pró-inflamatórios através da interação AGE-RAGE que origina uma cascata de sinalização inflamatória celular. O RAGE, receptor para AGEs, encontra-se nas células participantes da aterogênese, como as células endoteliais, as células do músculo liso e os macrófagos, confirmando a glicação como mais uma via que concorre para a instalação da aterosclerose (SILVA, EBO).
RESUMO:
Os Produtos Finais de Glicação Avançada (AGEs), presentes na dieta, absorvidos no intestino, juntam-se ao endógeno exercendo atividades pró-oxidativa e pró-inflamatória, contribuindo para a aterosclerose. Esta revisão tem como objetivo investigar o papel dos AGEs dietéticos no desenvolvimento e nas complicações da aterosclerose para melhorar a abordagem terapêutica da doença. As principais conseqüências da ingestão de AGEs em nível vascular são o aumento das concentrações séricas destes compostos, da interação AGE-receptor (AGE-RAGE), da inflamação, do estresse oxidativo e da lesão vascular. A disfunção endotelial ocorre em proporção direta ao consumo de AGEs, que realizam ligação cruzada com lipoproteínas, levando à dislipidemia, e com proteínas da parede dos vasos, como o colágeno e a elastina. A ligação cruzada dessas proteínas associada à redução do óxido nítrico e de prostaciclina promovem a vasoconstrição e hipertensão. Esse processo complexo promove o desenvolvimento da aterosclerose e suas complicações. Novas estratégias dietoterápicas relacionadas aos AGEs devem ser consideradas para aumentar a eficácia da terapia nutricional em doenças cardiovasculares, preconizado pelas diretrizes sobre dislipidemias e aterosclerose.

SILVA, Elisa Batista Oliveira e ; SEARA, L. T. e ; CANUTO, Mayara Camila de Lima . Glicotoxinas dietéticas no desenvolvimento da aterosclerose. In: Congresso Alagoano de Cardiologia, 7, 2007, Maceió. Anais do 7 Congresso Alagoano de Cardiologia. Maceió, 2007. p. 53-53.

A Glicação do colágeno tipo IV, com desprendimento de células endoteliais e glicação da apolipoproteína B100, lipoproteína de baixa densidade, com aumento de aterogenicidade são dois exemplos que podem ligar a glicação de proteína a um risco aumentado de doença cardiovascular em fase final da doença renal.
Adutos de glicação livres são formados pela proteólise celular de proteínas glicosiladas, glicação direta de aminoácidos e a digestão de proteínas glicosiladas no alimento.
Paul J. Thornalley and Naila Rabbani. Highlights and Hotspots of Protein Glycation in End-Stage Renal Disease. Seminars in Dialysis—Vol 22, No 4 (July–August) 2009. pp. 400–404.