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Este blog foi criado em 02 de dezembro de 2009,
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Falo sobre composição, valor nutritivo dos alimentos e biodisponibilidade dos nutrientes. Interações entre nutrientes: reação de Maillard e outras reações com proteínas, principalmente AGEs (Advanced Glycation End Products) e a relação desses compostos com as doenças crônicas: Diabetes, Alzheimer, câncer, doenças cardiovasculares entre outras. Atualmente, dedico-me mais ao conhecimento dos AGEs (glicação das proteínas dos alimentos e in vivo).

"Os AGEs (produtos de glicação) atacam praticamente todas as partes do corpo. É como se tivéssemos uma infecção de baixo grau, tendendo a agravar as células do sistema imunológico. O caminho com menos AGEs; escapa da epidemiologia dos excessos de alimentação" disse Vlassara. http://theage-lessway.com/

ATENÇÃO: A sigla AGEs não significa ácidos graxos essenciais.

Consulte também o http://lucitojalseara.blogspot.com/ Alimentos: Produtos da glicação avançada (AGEs) e Doenças crônicas.

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domingo, 25 de abril de 2010

116- Alimentos funcionais - prébióticos e probióticos


















Susana Marta Isay Saad. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences. 2006; 42(1) jan./mar.

PRINCIPAIS BACTÉRIAS EMPREGADAS NOS ALIMENTOS FUNCIONAIS PROBIÓTICOS

Bactérias pertencentes aos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium e, em menor escala, Enterococcus faecium, são mais freqüentemente empregadas como suplementos probióticos para alimentos, uma vez que elas têm sido isoladas de todas as porções do trato gastrintestinal do humano saudável. O íleo terminal e o cólon parecem ser, respectivamente, o local de preferência para colonização intestinal dos lactobacilos e bifidobactérias (Charteris et al., 1998; Bielecka et al., 2002). Entretanto, deve ser salientado que o efeito de uma bactéria é específico para cada cepa, não podendo ser extrapolado, inclusive para outras cepas da mesma espécie (Guarner, Malagelada, 2003).
Dentre as bactérias pertencentes ao gênero Bifidobacterium, destacam-se B. bifidum, B. breve, B.infantis, B. lactis, B. animalis, B. longum e B.thermophilum. Dentre as bactérias láticas pertencentes ao gênero Lactobacillus, destacam-se Lb. acidophilus, Lb. helveticus, Lb. casei - subsp. paracasei e subsp.tolerans, Lb. paracasei, Lb. fermentum, Lb. reuteri, Lb.johnsonii, Lb. plantarum, Lb. rhamnosus e Lb. salivarius (Collins, Thornton, Sullivan, 1998; Lee et al.,1999; Sanders, Klaenhammer, 2001).

OS PROBIÓTICOS E PREBIÓTICOS E A MICROBIOTA INTESTINAL

Em condições normais, inúmeras espécies de bactérias estão presentes no intestino, a maioria delas anaeróbias estritas. Essa composição torna o intestino capaz de responder a possíveis variações anatômicas e físico-químicas (Lee et al., 1999). A microbiota intestinal exerce influência considerável sobre série de reações bioquímicas do hospedeiro. Paralelamente, quando em equilíbrio, impede que microrganismos potencialmente patogênicos nela presentes exerçam seus efeitos patogênicos. Por outro lado,o desequilíbrio dessa microbiota pode resultar na proliferação de patógenos, com conseqüente infecção bacteriana (Ziemer, Gibson, 1998).
A microbiota saudável é definida como a microbiota normal que conserva e promove o bem-estar e a ausência de doenças, especialmente do trato gastrintestinal. A correção das propriedades da microbiota autóctone desbalanceada constitui a racionalidade da terapia por probióticos (Isolauri, Salminen, Ouwehand, 2004). A influência benéfica dos probióticos sobre a microbiota intestinal humana inclui fatores como os efeitos antagônicos e a competição contra microrganismos indesejáveis e os efeitos imunológicos (Puupponen-Pimiä et al., 2002). Dados experimentais indicam que diversos probióticos são capazes de modular algumas características da fisiologia digestiva, como a imunidade da mucosa e a permeabilidade intestinal (Fioramonti, Theodorou, Bueno, 2003). A ligação de bactérias probióticas aos receptores da superfície celular dos enterócitos também dá início às reações em cascata que resultam na síntese de citocinas (Kaur, Chopra, Saini, 2002).
O conhecimento da microbiota intestinal e suas interações levou ao desenvolvimento de estratégias alimentares, objetivando a manutenção e o estímulo das bactérias normais ali presentes (Gibson, Fuller, 2000).
É possível aumentar o número de microrganismos promotores da saúde no trato gastrintestinal (TGI), através da introdução de probióticos pela alimentação ou com o consumo de suplemento alimentar prebiótico, o qual irá modificar seletivamente a composição da microbiota, fornecendo ao probiótico vantagem competitiva sobre outras bactérias do ecossistema (Crittenden, 1999).

Probióticos
Produção de ácidos graxos de cadeia curta  pelas bactérias láticas do leite

A hidrólise enzimática bacteriana pode aumentar a biodisponibilidade de proteínas e de gordura e aumentar a liberação de aminoácidos livres. Além de ácido lático, ácidos graxos de cadeia curta, como propiônico e butírico, também são produzidos pelas bactérias láticas. Quando absorvidos, esses ácidos graxos contribuem para o pool de energia disponível do hospedeiro e podem proteger contra mudanças patológicas na mucosa do cólon. Além disso, uma concentração mais elevada de ácidos graxos de cadeia curta auxilia na manutenção de um pH apropriado no lúmen do cólon, crucial para a expressão de muitas enzimas bacterianas sobre compostos estranhos e sobre o metabolismo de carcinógenos no intestino (Kopp-Hoolihan, 2001).
Assim, a produção de ácido butírico por algumas bactérias probióticas neutraliza a atividade de alguns carcinógenos da dieta, como as nitrosaminas, resultantes da atividade metabólica de bactérias comensais em indivíduos que consomem dietas com alto teor de proteínas (Wollowski, Rechkemmer, Pool-Zobel, 2001).
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Pergunta 1 - Prebióticos são:
Resposta: Alguns tipos de fibras alimentares, ou seja, carboidratos não digeríveis pelo nosso corpo que proporcionam benefícios ao organismo.

Pergunta 2 - Quais as funções básicas dos prebióticos?
Resposta: Ajudar na manutenção da flora intestinal; estimular o “trânsito” intestinal; contribuir com a consistência normal das fezes, colaborar para que somente seja absorvido pelo intestino as substâncias necessárias, favorecendo a diminuição do colesterol e triglicérides totais no sangue; estimulam o crescimento de bactérias que suprimem a atividade de outras bactérias que são putrefativas.

Pergunta 3 - Exemplos de prebióticos são:
Resposta: Os frutooligosacarídeos que estão presentes em alimentos de origem vegetal, como cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo, mel e cerveja e a inulina que é um polímero de glicose extraído principalmente da raiz da chicória.

Pergunta 4 - Probióticos são:
Resposta: Produtos que carregam microorganismos que, quando ingeridos, exercem efeitos benéficos para a saúde.

Pergunta 5 - As funções básicas dos probióticos são:
Resposta: Diminuição na concentração de bactérias patogênicas e putrefativas, que provocam doenças e gases; aumentam o valor nutritivo e terapêutico dos alimentos; fortalecimento do sistema imunológico e aumento de uma enzima que facilita a digestão da lactose.

Pergunta 6 - Quais os produtos que são acrescidos de probióticos?
Resposta: Os probióticos estão presentes em leites fermentados e iogurtes.

Pergunta 7 - É indicado o consumo de alimentos prebióticos e probióticos diariamente?
Resposta: Sim.
http://cyberdiet.terra.com.br/cyberdiet/testes-resultado.php

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NUNES, Gisele Fátima Morais; PAULA, Ariela Veloso de; CASTRO, Heizir Ferreira de and SANTOS, Júlio César dos. Modificação bioquímica da gordura do leite. Quím. Nova [online]. 2010;33(2): 431-7. ISSN 0100-4042.

Durante algum tempo a gordura do leite foi apontada como prejudicial à saúde por conter quantidades razoáveis de colesterol e ácidos graxos saturados, os quais têm implicação no aumento de doenças cardiovasculares, sendo este fator relevante para a substituição da manteiga por outros produtos. O efeito hipercolesterolêmico da gordura do leite na dieta humana é associado principalmente aos ácidos láurico, mirístico e palmítico.
Por outro lado, deve-se ressaltar que esta gordura possui componentes benéficos e importantes para a manutenção da saúde e redução do risco de doenças. Nela encontram-se quantidades apreciáveis de ácidos linoleicos conjugados (Conjugated Linoleic Acid - CLA), um grupo de ácidos graxos que desempenham importantes efeitos à saúde, incluindo o combate a diabetes e à obesidade, a modulação do sistema imunológico e do crescimento ósseo, e sua ação anticarcinogênica, principalmente no que diz respeito ao câncer de mama. Igualmente benéfico é o ácido butírico, que tem sido sugerido como potente inibidor da proliferação de células cancerígenas e indutor da diferenciação e apoptose de diferentes linhagens destas células.
As características nutricionais, todavia, não são suficientes para a aceitabilidade de um produto, sendo também fundamental que sejam considerados aspectos como propriedades físicas e organolépticas de um alimento. Ao contrário da margarina, a manteiga tem faixa de plasticidade limitada, comportando-se como um sólido pouco espalhável à temperatura de refrigeração (0-10 ºC), enquanto que à temperatura ambiente (20-25 ºC) há separação do óleo e exsudação. Sua espalhabilidade ideal ocorre em torno de 15 ºC, temperatura na qual seu conteúdo de gordura sólida está em torno de 30%.
Buscando-se obter um produto que alie os atributos organolépticos e de composição da gordura do leite, mas que contenha menores quantidades de ácidos graxos saturados e que possua melhor espalhabilidade à temperatura de refrigeração, têm sido realizados estudos objetivando-se sua modificação. Dentre os processos em estudo, destaca-se a interesterificação, a qual pode ser química ou enzimática. Ambas as vias, química ou enzimática, podem ser utilizadas na indústria de óleos e gorduras para a fabricação de margarinas e shortenings.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

79- Leite - ácidos graxos de cadeia curta

http://www.sbcp.org.br/pdfs/19_1/02.pdf

RESUMO: O cólon humano contribui de maneira importante para a fermentação de polissacárides não absorvidos, produzindo ácidos graxos de cadeia curta (AGCC). Este artigo analisa a importância fisiológica dos AGCC para os colonócitos e as perspectivas de sua utilização clínica no tratamento das doenças colorretais. Diversos efeitos benéficos são atribuídos ao processo de fermentação e à subseqüente produção de AGCC, como a contribuição às necessidades energéticas, à manutenção da integridade e função da mucosa colônica e implicações no metabolismo nitrogenado, de lípides e glicídios. Além disso, diversas afecções colorretais têm sido relacionadas à deficiência de AGCC, como a colite por desuso, colite ulcerativa, bolsite pósproctocolectomia com anastomose íleo-anal e câncer colorretal. Por este motivo, o fornecimento de AGCC diretamente à mucosa intestinal ou por via intravenosa tem sido preconizado em diversas condições clínicas.

Os ácidos graxos de cadeia curta produzidos no cólon, ácidos: acético (2C), propiônico (3C) e butírico (4C), uma vez formados são rapidamente absorvidos no jejuno, íleo, cólon e reto, constituem a principal fonte de energia para o enterócito, estimulam a proliferação celular do epitélio, o fluxo sanguíneo visceral e aumentam a absorção de água e sódio.
Diminuem a absorção de amônia importante em pacientes com encefalopatia hepática e insuficiência renal.
Estimulam a absorção de vitamina K e magnésio pela acidificação do ambiente luminar.
Diminuição do colesterol sérico, pelo propionato e propriedades antibacterianas prevenindo o estabelecimento de bactérias patogênicas como espécies de salmonela.

Campos, Fábio Guilherme Caserta M. de; Habr-Gama, Angelita; Plopper, Caio; Terra, Ricardo M; Waitzberg, Dan Linetzky. Acidos graxos de cadeia curta e doenças colorretais / Short-chain fatty acids and colorectal diseases. Rev. bras. colo-proctol;19(1):11-6, jan.-mar. 1999. ilus.


Para que servem os ácidos graxos de cadeia curta?

Ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) são ácidos graxos orgânicos, contendo de um a seis átomos de carbono. São produzidos por meio da fermentação de carboidratos e proteínas ingeridos pela dieta, como fibras, prebióticos e probióticos. Essa fermentação é realizada por bactérias anaeróbicas, principalmente dos gêneros Bifidobacterium e Lactobacillus, presentes no intestino grosso. O crescimento dessas bactérias é, portanto, benéfico para a saúde intestinal e, ao mesmo tempo, inibe o crescimento de bactérias patogênicas. Dessa maneira, a composição da dieta influencia diretamente a produção dos AGCC. Os AGCC produzidos em maior abundância são o acetato, o propionato e o butirato.
O aumento da concentração de AGCC também pode trazer efeitos benéficos para os sintomas da constipação. Isso porque esses ácidos graxos são capazes de aumentar o volume fecal e reduzir o tempo de trânsito intestinal. Além disso, os AGCC são rapidamente absorvidos e oxidados pelos colonócitos (células do cólon), suprindo em aproximadamente 60% a 70% das necessidades energéticas destas células. Assim, a disponibilidade de AGCC preserva, por exemplo, os estoques de glutamina, aminoácido considerado como principal combustível para os enterócito. Outra vantagem é o estímulo à proliferação celular do epitélio, do fluxo sangüíneo visceral e aumento da absorção de água e sódio.

Um processo para produção de ácido propiônico, a partir de soro de leite, e um soro de leite fermentado aperfeiçoado tendo atividade micostática em que o soro de leite é produzido a partir da fermentação do soro de leite usando como agente de fermentação a bactéria propionibacterim acidipropionici.

Com estes benefícios, os AGCC estão associados com a redução do risco de desenvolver algumas doenças, como a síndrome do cólon irritável, doença inflamatória intestinal, doença cardiovascular e câncer.

Quimicamente a gordura presente no leite esta majoritariamente na forma de triglicerídeos, que são compostos formados por três moléculas de ácidos graxos unidas na glândula mamária a uma molécula de glicerol. A gordura no leite contem 17 ou mais tipos de ácidos graxos, variando quanto ao número de carbonos na cadeia de 4 a 20.

A composição de ácidos graxos da gordura láctea depende de fatores como tipo de alimentação, raça, clima e desenvolvimento genético, bem como o tipo de análise.

O amido resistente, os oligossacarídeos, e outras fibras são metabolizados por bactérias intestinais e formam ácidos graxos de cadeia curta, que constituem a fonte de energia dos enterócitos. Além disso, ácido propiônico, que é um ácido graxo de cadeia curta, diminui a síntese endógena de colesterol no fígado, pois inibe enzimas relacionadas na síntese de colesterol.