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Este blog foi criado em 02 de dezembro de 2009,
como suporte aos meus alunos, contudo, estou aposentada desde 10 de março de 2012, sem atividade de ensino, não tendo mais interesse de desenvolver alguns assuntos aqui postados. Continuo com o blog porque hoje está com > 237.000 visitantes de diversos lugares do mundo. Bem-vindo ao nosso ambiente virtual. Retorne com comentários e perguntas: lucitojal@gmail.com.
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São muitas as postagens, cerca de 400, veja a lista de marcadores no lado direito do blog.

Falo sobre composição, valor nutritivo dos alimentos e biodisponibilidade dos nutrientes. Interações entre nutrientes: reação de Maillard e outras reações com proteínas, principalmente AGEs (Advanced Glycation End Products) e a relação desses compostos com as doenças crônicas: Diabetes, Alzheimer, câncer, doenças cardiovasculares entre outras. Atualmente, dedico-me mais ao conhecimento dos AGEs (glicação das proteínas dos alimentos e in vivo).

"Os AGEs (produtos de glicação) atacam praticamente todas as partes do corpo. É como se tivéssemos uma infecção de baixo grau, tendendo a agravar as células do sistema imunológico. O caminho com menos AGEs; escapa da epidemiologia dos excessos de alimentação" disse Vlassara. http://theage-lessway.com/

ATENÇÃO: A sigla AGEs não significa ácidos graxos essenciais.

Consulte também o http://lucitojalseara.blogspot.com/ Alimentos: Produtos da glicação avançada (AGEs) e Doenças crônicas.

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quinta-feira, 3 de maio de 2012

374- AGE restriction in diabetes mellitus: a paradigm shift.

estresse oxidativo e a inflamaçãoelevados e persistentes, precedem ou ocorrem durante o desenvolvimento do diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2, e precipitam complicações devastadorasDada a incidência crescente do diabetes mellitus e da obesidade, no espaço de poucas décadas, novas mutações genéticas não são susceptíveis de ser a causa, apontando para iniciadores ambientais. 

A marca da cultura contemporânea é uma preferência para os alimentos processados ​​termicamente, repletas de pró-oxidantes - produtos finais da glicação avançada (AGEs). 

Estas moléculas aumentam o apetite e, assim, potenciadores eficientes de supernutrição (que promove a obesidade) e excesso de oxidantes (que promove a inflamação). 

Estudos em modelos animais (genéticos e não genéticos) de diabetes mellitus sugerem que a supressão de defesas do hospedeiro, sob pressão sustentada a partir de alimentos derivados de AGEs, podem potencialmente deslocar no sentido de uma maior homeostase nível basal de stress oxidativo, inflamação e lesão de ambos produtores de insulina e de células responsáveis pela insulina . Esta seqüência promove os dois tipos de diabetes mellitus. 

Reduzir o estresse oxidativo basal por restrição de AGEs em ratos, sem mudança do valor calórico dos nutrientes, alivia a inflamação e repõe as defesas do hospedeiro, prevenindo a diabetes mellitus, as complicações vasculares e renais e prolongando a vida normal. 

Estudos em humanos saudáveis ​​e em pacientes com diabetes mellitus mostraram que o consumo de grandes quantidades de alimentos  com AGEs é um determinante de resistência à insulina e da inflamação e que a restrição de AGE melhora este quadro. Esta revisão se concentra em AGEs como iniciadores da novela do estresse oxidativo, que precede, em vez de resultados, diabete melito. Ganhos terapêuticos de restrição AGE constituem uma mudança de paradigma.

Vlassara, Helen; Striker, Gary E.
Division of Experimental Diabetes and Aging, Brookdale Department of Geriatrics, Mount Sinai School of Medicine, 1 Gustave L. Levy Place, Box 1460, New York, NY 10029, USA (H. Vlassara, G. E. Striker).
Nature Reviews Endocrinology 7526-539 (September 2011) | doi:10.1038/nrendo.2011.74


segunda-feira, 30 de abril de 2012

373- Produtos da reação de Maillard em alimentos: implicações para a saúde

A reação de Maillard é uma reação de escurecimento não enzimático que pode ocorrer em alimentos e em organismos vivos. Esta revisão tem como objetivo analisar a formação e o papel dos produtos originados a partir da reação de Maillard e seus efeitos na saúde. Para isso foram realizados levantamentos bibliográficos nas bases da área, sem restrição de data. Os resultados da revisão apontam que produtos carbonílicos intermediários da reação de Maillard e da peroxidação reagem facilmente com grupamentos aminas de proteínas e ácidos nucleicos, levando a modificações biológicas que podem resultar em complicações observadas no diabetes, aterosclerose e doenças neurodegenerativas. O consumo de produtos da reação de Maillard aumentou nas últimas décadas, devido ao aumento do consumo de alimentos industrializados que, em geral, sofreram processamento térmico. Essas substâncias são biodisponíveis em alguma proporção e, embora ainda não haja consenso sobre os possíveis efeitos deletérios à saúde decorrentes de sua ingestão, a comunidade científica tem expressado preocupação com as implicações em processos patológicos de que participam. Diante desses achados, ressalta-se a necessidade de estimar o consumo dos produtos da reação de Maillard, principalmente por populações vulneráveis, como crianças e diabéticos, a fim de, se necessário, estabelecer consumos diários aceitáveis e ampliar o conhecimento com vistas ao estabelecimento, no futuro, de limites para a indústria de alimentos.

Termos de indexação: Análise de alimentos. Consumo de alimentos. Glicação. Nutrição. Reação de Maillard.
Título: Produtos da reação de Maillard em alimentos: implicações para a saúde
Maillard reaction products in foods: implications for human health
Julianna SHIBAO, Deborah Helena Markowicz BASTOS
Rev. Nutr., Campinas, 24(6):895-904, nov./dez., 2011

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Methylglyoxal, advanced glycation end products and autism: Is there a connection? P. Maher

Medical Hypotheses 78 (2012) 548–552
Consumo dietético de produtos de glicação avançada (AGEs) e metilglioxal (MG) correlaciona-se com a ingestão de alimentos que tem mais estes compostos. Nos últimos 20 anos este consumo aumentou de 20-30%. Ambos os MG e AGEs são absorvidos por via oral, levando ao aumento dos níveis no sangue.
Tanto MG e AGEs podem induzir o estresse oxidativo, inflamação e disfunção mitocondrial e estão implicados nas complicações da diabete, relacionadas com as doenças neurológicas relacionadas a idade.

GSH (glutationa) modula a actividade de glioxalase 1 (Glo-1), a taxa de enzima limitante para a remoção de dicarbonilas reativas tais como metilglioxal (MG). O MG é o principal precursor para a formação de produtos de glicação avançada (AGE).

Estudos demonstraram que as variações de genes envolvidos no metabolismo do GSH estão associados com autismo. O autismo é uma desordem complexa e heterogênea do desenvolvimento neurológico de etiologia desconhecida, mas muito provavelmente resultante de fatores genéticos e ambientais. Estimativas recentes sugerem que ela afeta 1 em 100-150 indivíduos nos EUA.

O estresse oxidativo, inflamação e disfunção mitocondrial, têm sido sugeridos desempenhar papéis-chave no autismo e podem estar ligados as vias de alterações na homeostase redox celular.
GSH (glutationa) / GSSG  desempenham um papel crítico na regulação das funções celulares.
Além disso, em seres humanos, o aumento da MG e os níveis de AGE no sangue materno correlacionam-se com o aumento dos níveis de MG e AGE no sangue recém-nascido, expondo potencialmente lactentes ao stress oxidativo elevado e inflamação.

A hipótese é que dieta com derivados MG e AGEs, em combinação com vulnerabilidades genéticas inatas que afetam o estado redox celular são os principais contribuintes para o desenvolvimento do autismo e fornece uma ligação causal entre o estresse oxidativo, inflamação e disfunção mitocondrial.

Se a pesquisa futura confirmar esta hipótese, reduzindo a exposição a estes fatores derivados da dieta, pode ser possível diminuir a incidência dos casos de autismo.

AGEs têm sido implicados na patogénese de várias doenças, incluindo diabetes [1] aterosclerose, [2], a doença de Alzheimer doença [3], o crescimento do melanoma e metástases e [4,5].
1. Vlassara H (1997) Recent progress in advanced glycation end products and diabetic complications. Diabetes 46 Suppl 2: S19–25.
2. Lindsey JB, de Lemos JA, Cipollone F, Ayers CR, Rohatgi A, et al. (2009) Association between circulating soluble receptor for advanced glycation end products and atherosclerosis: observations from the Dallas Heart Study. Diabetes Care 32: 1218–1220.
3. Wang MY, Ross-Cisneros FN, Aggarwal D, Liang CY, Sadun AA (2009) Receptor for advanced glycation end products is upregulated in optic neuropathy of Alzheimer’s disease. Acta Neuropathol 118: 381–389.
4. Abe R, Shimizu T, Sugawara H, Watanabe H, Nakamura H, et al. (2004) Regulation of human melanoma growth and metastasis by AGE-AGE receptor interactions. J Invest Dermatol 122: 461–467.
5. Huttunen HJ, Fages C, Kuja-Panula J, Ridley AJ, Rauvala H (2002) Receptor for advanced glycation end products-binding COOH-terminal motif of amphoterin inhibits invasive migration and metastasis. Cancer Res 62: 4805–4811.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

248- AGEs glicotoxinas

É bem conhecido que o preparo dos alimentos a temperaturas elevadas (acima de 120°C) produzem glicotoxinas conhecidas como produtos finais de glicação avançada (AGEs, do inglês "Advanced Glycation End Products")( Thornalley, 2005; Uribarri et al., 2001). A produção destas glicotoxinas (exógenas) é dependente da temperatura, do tempo de preparo dos alimentos, do método de preparo e da composição dos alimentos (Thornalley, 2005; Uribarri et al., 2005). As reações que produzem as glicotoxinas exógenas e endógenas são conhecidas como reações de Maillard (Thornalley, 2005; Uribarri et al., 2005). As reações que produzem as glicotoxinas exógenas e endógenas são conhecidas como reações de Maillard (Thornalley, 2005; Uribarri et al., 2005).
Os produtos finais de glicação avançada (AGEs) constituem um grupo heterogêneo de compostos, produzidas por glicação e oxidação in vivo (nos meios intra e extracelular) e in vitro (no alimento), que apresentam um diversidade de propriedades entre si, a exemplo da capacidade de algumas destas substâncias em formar ligações cruzadas com proteínas estruturais (ex.: colágeno), proteínas intracelulares, fosfolipídeos de membrana, DNA, lipoproteínas além da ligação com seus receptores (Sigh et al., 2001; Huebschmann et al., 2006). A glicação é a principal causa espontânea de dano a proteínas celulares e extracelulares em sistemas fisiológicos, acometendo cerca de 0,1 a 0,2% de resíduos de arginina e de lisina (Thornalley, 2002; Thornalley et al., 2003).

segunda-feira, 5 de julho de 2010

245- Níveis circulantes de AGEs após dieta com altos e baixos níveis de AGEs























Fig. - Níveis circulantes de AGEs correspondentes a dieta com AGEs / Mudanças nos marcadores inflamatórios durante 6 meses de exposição
BL – base line sAGE – AGE no soro AGE-LDL no soro
H-AGE – Dieta com alto teor em AGE sMG - Metil glioxal no soro TNF no soro
L- AGE – Dieta com baixo teor em AGE CRP - Proteina C reativa VCAM-1 no soro
A restrição de AGEs na alimentação se correlaciona à supressão dos níveis séricos de marcadores de doença vascular e de mediadores inflamatórios diretamente envolvidos no desenvolvimento das degenerações diabéticas (VLASSARA et al., 2002). Estudos clínicos em humanos comprovaram uma associação positiva entre o consumo de alimentos fritos, assados ou grelhados e as concentrações séricas de AGEs, de marcadores inflamatórios e de AGE-LDL (VLASSARA et al., 2002; URIBARRI et al., 2003; CAI et al., 2004; STIRBAN et al., 2006).


A patogenicidade de AGEs endógenos, derivados da glicose em tecidos humanos tem sido assunto de intensa investigação ao longo de 30 anos. Como reportado em literatura recente, os efeitos pluripotentes de AGEs estende-se da ativação de gene múltiplo aos bem estabelecidos efeitos pró ateroscleróticos e glomeruloscleróticos envolvendo modulação de citocinas e fatores de crescimento, oxidação lipídica e albuminúria. De significância particular tem sido a realização que o processo de degradação de AGEs ligados a tecidos expõe um novo pool de intermediários de AGEs previamente interno e altamente reativo na circulação, considerados como glicotoxinas. Alguns destes derivados de AGEs no soro são capazes de reagir com novas proteínas (como LDL, colágeno, α2-microglobulina), propagando modificações oxidativas ou formando novas ligações cruzadas de AGEs in vitro e in vivo.

sábado, 3 de julho de 2010

244- Cicratização de feridas e dietas com alto AGEs















O consumo aumentado de derivados de AGEs da dieta pode ser um retardador significativo de fechamento da ferida em ratos diabéticos; a restrição de AGEs na dieta pode melhorar a cicatrização prejudicada em diabéticos (M Peppa et al., 2003).

O fato de aminoguanidina, uma hidrazina nucleofílica, ter se mostrado eficiente inibidora da formação de AGEs, levando à diminuição de formação de placas arteroscleróticas e prevenção da nefropatia em diabetes induzido em ratos

quarta-feira, 2 de junho de 2010

209- Novas conclusões sobre AGEs em alimentos

Analisando o AGE a partir da composição dos alimentos, determinado pelos níveis CML, em 549 alimentos, encontramos os seguintes resultados no novo banco de dados sobre AGEs em N-e-carboximetil-lisina (CML), disponível online em www.adajournal.org, Journal of the American Dietetic Association Online:
  • Alimentos com alto teor em gorduras tendem a conter mais AGEs alimentares (dAGEs) por grama de peso, contudo as carnes, provavelmente contribuem mais para AGEs alimentares global devido a ingestão de carnes ser maior por exemplo que a ingestão de manteiga, pois são servidos em porções maiores do que são as gorduras.
  • Em relação as carnes observa-se a contribuição maior de de AGEs dietéticos (dAGEs) em carnes bovina > queijos > aves de capoeira > peixe > porco > ovos. A carne de cordeiro foi classificada relativamente baixa em dAGEs, comparado às carnes de outros.
  • É interessante notar que carnes magras vermelhas e aves contêm altos níveis de dAGEs, quando cozidos em calor seco. Isto pode ser atribuído ao fato de que entre os componentes intracelulares de massa muscular magra existem amino-lipídios altamente reativos, bem como açúcares redutores, como frutose ou glicose-6-fosfato; a combinação destes, na presença de calor, rapidamente acelera a formação de novos DAGE.
  • Espalhar, untar com gorduras, incluindo manteiga, creme de queijo, margarina, e maionese, também foram os alimentos com conteúdo mais altos entre em dAGEs seguido por óleos e nozes. Tal como acontece com certos queijos, a manteiga e diferentes tipos de óleos são ricos em AGE, mesmo nas suas formas crua. Isto pode ser devido a vários procedimentos de extração e purificação envolvendo calor, em combinação com o ar seco, embora procedimentos suaves.
  • Queijos com alto teor de gordura e envelhecidos, tais como o parmesão, contém mais dAGEs que queijos com baixo teor de gordura, como mussarela, queijo Cheddar e queijo cottage.
  • Considerando que o ato de cozinhar é conhecido como gerador de novas unidades de AGEs em alimentos, é interessante observar que, mesmo alimentos crus ou não cozidos, de origem animal, tais como os queijos podem conter grandes quantidades de dAGEs. Isto é provavelmente devido à pasteurização e / ou tempos de permanência à temperatura ambiente ambiente (por exemplo, como na cura ou processos de envelhecimento).
  • Reações de oxidação, glicação, embora a um ritmo mais lento, continuam a ocorrer ao longo do tempo, mesmo em temperaturas baixas, no frio, resultando em grande acúmulo de dAGEs a longo prazo.
  • Ovos mexidos, preparados com margarina ou óleo tinha 50% a 75% menos dAGEs do que o frito na manteiga. Isto se deve ao tipo de gordura utilizadas, se o calor se manteve constante e o tipo de cozimento com a gordura.
  • Em comparação com a carne e os grupos de gordura, o grupo de carboidrato geralmente apresentou quantidades inferiores de AGEs. Isto pode ser devido ao teor de água muitas vezes superior ou maior nível de antioxidantes e vitaminas nesses alimentos, que pode diminuir a formação de novos AGEs. Além disso, nesta categoria de alimentos, a maioria dos polissacarídeos contem açúcares não redutores, menos susceptível de dar origem aos AGEs.
  • O mais alto nível DAGE por grama de alimento nesta categoria foi encontrados em calor seco alimentos processados, como biscoitos, batatas fritas, e cookies; devido à adição de ingredientes tais como a manteiga, óleo, queijo, ovos e nozes, que durante processamento pelo calor seco aceleram substancialmente a geração DAGE. Embora nestes tipos de alimentos para lanche continuam com AGEs muito abaixo dos presentes em carnes, podem representar um importante risco para a saúde das pessoas que consomem múltiplos snacks durante o dia ou como refeições rápidas.
  • Cereais, legumes, pães, frutas e leite estavam entre os itens de menor DAGE, a menos que preparados com gorduras adicionadas. Por exemplo, biscoitos tinham mais de 10 vezes a quantidade de dAGEs encontrados em pães com pouca gordura e pães de cenoura.
  • Leite desnatado teve dAGEs significativamente inferior ao leite integral. Da mesma forma, produtos lácteos, relacionados com um elevado índice de umidade, como iogurte, pudim e sorvete também foram relativamente baixos em AGEs.
  • No entanto, chocolate quente feito de um concentrado desidratado de cacau continha significativamente maior quantidade de AGEs.
  • A correlação altamente significativa interna entre dois AGEs, quimicamente distintos (CML e MG), em uma variedade de alimentos preparados por diferentes métodos
    valida a metodologia aplicada e apoia a escolha dos níveis CML como um marcador útil de conteúdo DAGE.
  • Tal como acontece com CML, alimentos ricos em proteína e gordura contida maiores quantidades de MG do que alimentos ricos em carboidratos, isto valida a metodologia aplicada e apoia a escolha dos níveis CML como um marcador útil de conteúdo DAGE.
  • Em todas as categorias de alimentos, exposição a temperaturas mais elevadas e menor umidade coincidiu com os níveis mais elevados níveis DAGE de peso igual. Assim, fritar(180°C) ou no forno de fritura (230°C), grelhar (225°C) , assar (177°C),e chapear rendeu mais dAGEs em relação à ebulição (100°C), vapor, e cozinhar.
  • A formação de AGE na carne cozinhada foi inibida após a exposição a soluções ácidas (marinadas) do suco de limão e vinagre. Carne marinada por uma hora nesta solução apresentou menos da metade do montante de AGEs durante o cozimento do que as amostras não tratadas.


O banco de dados DAGE atual demonstra que uma significativa redução da ingestão de dAGEs pode ser alcançado por aumento no consumo de peixe, legumes, leite com baixo teor de gordura, produtos hortícolas, frutas e grãos integrais e redução da ingestão de gorduras sólidas, carnes gordas, leite integral (em gordura) e produtos alimententares altamente processados.


Fonte: Uribarri et al. Advanced glycation end products in foods and a practical guide to their reduction in the diet. J. Am. Diet. Assoc. 2010;110(6):911-6.


A contribuição das AGEs dietéticos para o pool total de AGEs no corpo é muito maior do que a contribuição dos AGEs que são endogenamente gerados pelo metabolismo anormal da glicose ou oxidação lipídica. Tem sido estimado que os seres humanos normalmente consomem 25-75 mg de AGEs por dia, principalmente como CML e pirralina.
Henle T. AGEs in foods: do they play a role in uremia? Kidney Int. 2003;63 (suppl 84):S145–S147.

Estudos com alimentação controlada em animais mostram que cerca de 30% da CML dietética é absorvida pela circulação.
Somoza V, Wenzel E, Weiss C, Clawin-Rädecker I, Grübel N, Erber¬sdobler HF. Dose-dependent utilization of casein-linked lysinoala¬nine, N (epsilon)-fructoselysine and N (epsilon)-carboxymethyllysine in rats. Mol Nutr Food Res. 2006;50:833–841.


Houve um pequeno número de estudos a curto prazo que demonstrou que AGEs dietéticos são absorvidos durante a digestão e que uma parcela dos AGEs ingeridos são excretados na urina.
Erbersdobler HF, Lohmann M, Buhl K. Utilization of early Maillard reaction products by humans. In: Friedman M, ed. Nutrition and toxicological consequences of food processing. New York: Plenum Press; 1991:363–370.
Förster A, Kühne Y, Henle T. Studies on absorption and elimination of dietary Maillard reaction products. Ann N Y Acad Sci. 2005;1043:474–481.

Três estudos de intervenção dietética realizado em adultos com diabetes sugerem que uma única refeição ou único desafio oral com alto conteúdo de AGEs leva a grande aumento pós-prandial em AGEs do soro.
Negrean M, Stirban A, Stratmann B, et al. Effects of low- and high-advanced glycation endproduct meals on macro- and microvascular endothelial function and oxidative stress in patients with type 2 diabetes mellitus. Am J Clin Nutr. 2007;85:1236–1243.
Koschinsky T, He CJ, Mitsuhashi T, et al. Orally absorbed reactive glycation products (glycotoxins): an environmental risk factor in diabetic nephropathy. Proc Natl Acad Sci U S A. 1997;94:6474–6479.

O conteúdo de CML (AGE) do mesmo item alimentar pode ser aumentado até 200 vezes, aumentando a temperatura e condições usadas na culinária.
As concentrações CML de vários alimentos variam muito de cerca de 0,35-0,37 mg de CML / kg de alimento para o leite pasteurizado desnatado, para cerca de 11 mg de CML / kg de alimento para a carne picada e frita.
Semba et al. Does Accumulation of Advanced Glycation End Products Contribute to the Aging Phenotype? J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2010.

A preparação de alimento, que envolve a fritura e alta temperatura de processamento industrial é um desenvolvimento relativamente recente na escala evolutiva de tempo para os seres humanos.
É uma suposição razoável de que o conteúdo geral da AGE na dieta tem vindo a aumentar ao longo dos últimos séculos. O tempo médio de vida humana era menor no momento em que havia menos AGEs na dieta. Com melhorias na nutrição, higiene e saúde pública, as pessoas estão vivendo mais tempo nos países desenvolvidos.
A possibilidade de aumento da longevidade pode estar na qualidade dos alimentos, não apenas a quantidade de nutrientes. Outros fatores, como AGEs dietéticos, agora pode estar afetando. Análises de alimentos recentes mostram que a exposição aos AGEs pode ocorrer em toda a vida, inclusive em idades precoces. Fórmula infantis, que ganhou popularidade crescente de famílias dos E.U. nas décadas passadas, contém altos níveis de AGEs em comparação com o leite materno.
O consumo de alimentos rápidos que são normalmente ricos em AGEs está associada com resistência à insulina em adultos jovens e aumento do risco de diabetes em adultos de meia-idade.
Duffey KJ, Gordon-Larsen P, Steffen LM, Jacobs DR Jr., Popkin BM. Regular consumption from fast food establishments relative to other restaurants is differentially associated with metabolic outcomes in young adults. J Nutr. 2009;139:2113–2118.
McNaughton SA, Mishra GD, Brunner EJ. Dietary patterns, insulin resistance, and incidence of type 2 diabetes in the Whitehall II study. Diabetes Care. 2008;31:1343–1348.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

208- AGEs em alimentos

Na alimentação moderna é muito utilizado o tratamento térmico por razões de segurança e conveniência, bem como para realçar o sabor, cor e aparência, e como resultado contém altos níveis de AGEs.
Produtos finais da glicação avançada da alimentação (DAGEs) são conhecidos por contribuir para o aumento do estresse oxidativo e inflamação, que estão ligados à recente epidemias de diabetes e doença cardiovascular.

Uribarri et al, 2010:
  • expandiu significativamente a base de dados de DAGE disponível,
  • validou a metodologia de testes DAGE,
  • comparou processos de cozimento e agentes inibidores novos de DAGE e
  • apresentou estratégias práticas para reduzir o consumo de DAGE na vida cotidiana.

Encontrou nos resultados que:
  • O calor seco promove formação DAGE 10 -100 vezes mais que aquele do alimento cru, em comparação as categorias de alimentos não cozidos.
  • Alimentos de origem animal que são ricos em gordura e proteína são geralmente ricos em AGEs e propensos à formação de novo AGE durante o cozimento.
  • Em contraste, os alimentos ricos em carboidratos, como legumes, grãos integrais, frutas e leite contêm relativamente poucos AGEs, mesmo após o cozimento.
  • A formação de novos dAGEs durante o cozimento foi impedido pelo composto inibidor de AGE -aminoguanidina - e significativamente reduzido pelo cozimento com calor úmido, utilizando menos tempo de cozimento, cozimento a baixas temperaturas e por uso de ingredientes ácidos, tais como suco de limão ou vinagre.
O banco de dados DAGE novo fornece um valioso instrumento para estimar a ingestão DAGE e para orientar a escolha dos alimentos para DAGE reduzindo o consumo.


As amostras de alimentos foram homogeneizadas e dissolvidas em tampão fosfato salina e os sobrenadantes testados para as AGEs com enzimas imunoensaio baseado em um anticorpo monoclonal CML anti-anticorpo. Os itens selecionados a partir de diversas categorias de alimentos foram testadas para o índice de derivados de MG usando um anti-MG monoclonal anticorpo e os resultados foram expressos como nmol/100 g ou mL nmol/100 alimentos. O teste sensibilidade para a CML e MG foi de 0,1 U / mL e 0,004nmol / mL, respectivamente, a variação intra-ensaio foi_ 2,6% (CML) e_ 2,8% (MG) e a variação inter-ensaio era_ 4,1% (CML) e_ 5,2% (MG).


Um pH baixo ou ácidos detém o desenvolvimento de AGEs, formação de novos AGEs na carne cozida foi testado após exposição a soluções ácidas (marinadas) de suco de limão e vinagre. As amostras de carne magra foram conservadas em soluções ácidas ou de limão ou vinagre durante 1 hora antes de cozinhar.
Uribarri et al. Advanced glycation end products in foods and a practical guide to their reduction in the diet. J. Am. Diet. Assoc. 2010;110:911-6.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

203- Restrinção de AGEs dietéticos

Doenças crônicas constituem atualmente problema de saúde pública, entre os mecanismos relacionados a essas desordens está à expressão de gens influenciada pelo estresse oxidativo (OS). Doenças crônicas constituem atualmente problema de saúde pública, entre os mecanismos relacionados a essas desordens está à expressão de gens influenciada pelo estresse oxidativo (OS). Doenças crônicas constituem atualmente problema de saúde pública, entre os mecanismos relacionados a essas desordens está à expressão de gens influenciada pelo estresse oxidativo (OS).
A cultura dietética moderna incentiva uma nutrição excessivamente gordurosa, no sentido de proporcionar mais flavor e cor, principal fonte exógena de AGEs. Assim dieta pobre em AGE proporciona redução considerável em marcadores de inflamação e disfunção vascular. Entretanto, consumo excessivo de AGE promove estado de elevado estresse oxidativo e dicarbonilas, esta carga vence os mecanismos naturais de defesa anti-AGE, tais como sistema antioxidante submisso ao OS elevado que substitui a homeostase livre de OS (VLASSARA 2005).
A chave do sistema de defesa contra acumulação de AGE é o sistema receptor de AGE, que pode ser dividido em dois ramos: um associado ao OS e efeitos inflamatórios aumentando a formação de AGE, representado por RAGE, outro envolve detoxicação de AGE e supressão de OS e inflamação, representado por AGE-R1, AGE-R2, AGE-R3 e receptores scavenger.
Assim, evidências sugerem possível relação inversa entre toxicidade aumentada de AGE e expressão suprimida de AGE-R1. Expressão excessiva de AGE-R1 promove atividade degradativa de AGE, confirmando o papel ativo de AGE-R1 na circulação de AGEs. E de acordo com as propriedades, AGE-R1 é considerado um supressor de AGE. Portanto, os efeitos dos receptores de detoxicação de AGE podem ser ineficientes em níveis de AGEs cronicamente elevados e o pool total de AGEs exceder a saturação limite de receptores. Exposição de 4 gerações consecutivas de camundongos a dieta pobre em AGE resultou num aumento linear da expressão de receptores supressores de AGE ( VLASSARA 2005).
Estudos realizados com camundongos mostraram que a restrição em AGE é tão eficiente quanto restrição calórica na expectativa média de vida prolongada, mas sem a necessidade de restringir a ingestão calórica para obter tais efeitos. Os efeitos de dieta restrita em AGE atribuídos à redução da carga glicoxidante acumulada deve ter ajudado a descomprimir os mecanismos nativos de defesa antioxidante/anti-AGE. Assim, é fato que a estrutura dietética/social moderna proporciona consumo excessivo em AGEs e relacionados oxidantes, podendo representar um fator independente para inadequado OS crônico e fator inflamatório, com o passar do tempo facilita o surgimento de doenças complexas relacionadas ao envelhecimento. Por isso, uma redução no consumo de AGE possivelmente resulta numa expectativa de vida saudável prolongada (VLASSARA 2005).

Restrição de glicotoxinas dietéticas reduz excesso de AGEs em pacientes com insuficiência renal (URIBARRI 2003)
Existe extensa literatura relacionando AGE circulante com doença aterosclerótica e são encontrados elevados níveis de AGEs em pacientes com insuficiência renal independente de diabetes. A doença cardiovascular é a principal causa de morbidade e mortalidade em pacientes de diálise, este aumento de risco vai além dos fatores de risco tradicional, por isso é importante esclarecer mecanismos envolvendo AGEs e o desenvolvimento de terapias eficientes (URIBARRI 2003).
Neste caso, o aumento de AGEs pode ser através da redução da limpeza renal ou através do aumento da formação endógena de AGE gerado pelo elevado estresse oxidativo . Em pacientes com ou sem diabetes ou doença renal, a modulação de AGE dietético modifica os níveis de AGEs circulantes. Enquanto que durante a diálise peritoneal também ocorre formação modesta de AGE na cavidade peritoneal, com isso há maior relação entre os níveis de AGEs dialisados e circulantes e os AGEs consumidos na dieta, confirmando a afirmação que AGE dietético é um importante contribuinte para o pool de AGE do corpo ( URIBARRI 2003).
Um estudo testou a contribuição de AGEs dietéticos em indivíduos com disfunção renal e não diabéticos, para isso mensurou-se os níveis de AGE antes e depois da randomização do estudo. O resultado observado em dieta alta em AGE foi o aumento de CML do soro, MG do soro, CML-LDL, CML-apo-B, e CML dialisada; enquanto que na dieta com baixo teor de AGE houve redução do rendimento do dialisado diário e urinário de CML e derivados MG (URIBARRI 2003).
Estudos mostram que níveis de AGEs circulantes diminuem depois da restrição de AGE dietético em pacientes diabéticos com função renal normal. E em pacientes diabéticos com dieta pobre em AGE houve redução dos marcadores de inflamação no soro (URIBARRI 2003).
É praticável a restrição de AGE dietético como terapia a pacientes com insuficiência renal devido à toxicidade de AGEs aos tecidos vitais e a morbidade e mortalidade associada a sua acumulação. Este tipo de intervenção deve ser aplicado a pacientes em hemodiálise ou pacientes com disfunção renal crônica em geral (URIBARRI 2003).

No diabetes, os níveis de AGEs aumentam como resultado da hiperglicemia crônica. O receptor melhor caracterizado para AGEs é o RAGE. A interação AGE-RAGE induz ativação e secreção de várias citocinas via ativação de fatores como o fator nuclear κB, levando a um processo pró-inflamatório.