Canal de comunicação com os leitores:

Este blog foi criado em 02 de dezembro de 2009,
como suporte aos meus alunos, contudo, estou aposentada desde 10 de março de 2012, sem atividade de ensino, não tendo mais interesse de desenvolver alguns assuntos aqui postados. Continuo com o blog porque hoje está com > 237.000 visitantes de diversos lugares do mundo. Bem-vindo ao nosso ambiente virtual. Retorne com comentários e perguntas: lucitojal@gmail.com.
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Tenho 17 vídeos no youtube: lucitojaleseara.

São muitas as postagens, cerca de 400, veja a lista de marcadores no lado direito do blog.

Falo sobre composição, valor nutritivo dos alimentos e biodisponibilidade dos nutrientes. Interações entre nutrientes: reação de Maillard e outras reações com proteínas, principalmente AGEs (Advanced Glycation End Products) e a relação desses compostos com as doenças crônicas: Diabetes, Alzheimer, câncer, doenças cardiovasculares entre outras. Atualmente, dedico-me mais ao conhecimento dos AGEs (glicação das proteínas dos alimentos e in vivo).

"Os AGEs (produtos de glicação) atacam praticamente todas as partes do corpo. É como se tivéssemos uma infecção de baixo grau, tendendo a agravar as células do sistema imunológico. O caminho com menos AGEs; escapa da epidemiologia dos excessos de alimentação" disse Vlassara. http://theage-lessway.com/

ATENÇÃO: A sigla AGEs não significa ácidos graxos essenciais.

Consulte também o http://lucitojalseara.blogspot.com/ Alimentos: Produtos da glicação avançada (AGEs) e Doenças crônicas.

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domingo, 17 de abril de 2011

324- Relação ω6/ω3 de certos óleos

Recomendo, também, a leitura das postagens: 323, 307, 306, 190 etc... todas com o marcador, a direita do blog, ômega 6/ ômega 3.

Utilizando como instrumento de consulta a tabela da TACO, a  proporção aproximada da relação ω6/ω3 dos óleos abaixo relacionados, foi a seguinte:
Óleo de CANOLA            3:1
Óleo de SOJA                 9:1
Óleo de BABAÇU          9,54:1
Azeite de OLIVA            12:1
Óleo de MILHO             52:1
Óleo de GIRASSOL      159:1

Observação: É importante não só a razão entre ácidos graxos ômega 6/ômega 3, mas a quantidade absoluta de ômega 3 presentes nos alimentos.

Estes ácidos graxos essenciais são aqueles que não podem ser sintetizados pelo organismo, mas são necessários para o funcionamento do organismo. A razão entre a ingestão diária de alimentos fonte de ácidos graxos ω6 e ω3 resultou em várias recomendações que tem sido estabelecidas por autores e órgãos de saúde, em diferentes países. Há muitas evidências de que uma razão ω6/ω3, oferecida pela dieta de 4:1, fornece ótima razao tecidual de ácido araquidônico para ácido eicosapentaenóico, ambos fornecem eicosanóides, com funções fisiológicas benéficas nos sistemas cardiovascular,  reprodutivo, respiratório, renal endócrino e imune, em doenças cardiovasculares, dislipidemias, doenças inflamatórias crônicas como a diabete, artrite reumatóide e depressão.

O ácido linoléico (18:2 ω6) forma o γ linolénico, que é convertido a dihomo-gama-linolênico e este, na sequência gera ácido aracdônico. Este é precursor de eicosanóides . Os eicosanóides são produzidos nos tecidos, sendo responsáveis pela formação especificamente dos prostanóides (prostaglandinas e tromboxanos) da série 2 e leucotrienos da série 4, mediadores bioquímicos potentes envolvidos na inflamação, infecção, lesão tecidual, modulação do sistema imune e agregação plaquetária. Em outra via,  o ácido linolênico (18:3 ω3) é convertido de forma lenta em ácido eicosapentanóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), precursores de mediadores químicos menos potentes, os prostanóides da série 3 e leucotrienos da série 5, que promovem efeitos fisiológicos, incluindo modulação da resposta imune, menos potentes.

Os ácidos graxos ômega 3 favorecem a produção de prostaciclinas, prevenindo a formação de coágulos e causar vasodilatação, efeitos diferentes daqueles favorecidos por eicosanóides gerados a partir de ácidos graxos ômega 6. Por esse motivo, considera-se, de modo geral, que os ácidos graxos ω3 tem papel maior no mecanismo de defesa do sistema imune enquanto que o ω6 participa de forma mais efetiva do processo inflamatório.

As séries de ácidos graxos ômega 3, ômega 6 e ômega 9 competem entre si, pela enzima Δ6 dessaturase, que é uma chave metabólica clássica e comum para ambas as vias metabólicas e apresentam maior afinidade pelos substratos mais altamente insaturados. Logo, devido essa natureza competitiva, cada ácido graxo pode interferir no metabolismo do outro, apresentando implicações nutricionais. Um excesso de ômega 6 irá reduzir o metabolismo de ômega 3, levando possivelmente a um déficit de seus metabólitos, incluindo o ácido eicosapentanóico. O DHA e o EPA interferem no sistema imune competindo com o ácido aracdônico (AA) no metabolismo da cicloxigenase na membrana celular. 

Logo, o aumento exagerado de ω3 reduz a relação desses ácidos graxos (ω6:ω3) a níveis mais baixos de 3:1, podendo propiciar  alterações indesejáveis na coagulação sangüínea (como aumento do tempo de hemorragia, diminuição da agregação plaquetária, viscosidade do sangue e fibrinogênese, aumento da deformidade eritrocitária, diminuindo a tendência para formação de trombos) e na própria resposta citocínica e inflamatória. Porém, em nenhum dos estudos analisados por Simopoulos (1991) evidenciou-se que pacientes submetidos à cirurgia de artéria coronariana e que ingeriram ω3 tiveram aumento de hemorragia devido à ingestão desse PUFA. Devido ao fato dos ácidos graxos essenciais necessitarem da mesma enzima para serem convertidos, ressalta-se a importante manutenção da proporção 5:1 entre ômega 6 e 3 na dieta oral e enteral.

Segundo, Haag e col. (2003), a proporção de ω6 e ω3 pode influenciar na formação de neurotransmissores e prostaglandinas, fatores que são vitais para manter a função cerebral normal.

Um excesso de ω6 irá reduzir o metabolismo de alfa linolênio ω3, levando possivelmente a um déficit de seus metabólicos. Pode causar uma resposta inflamatória muito exacerbada, atenuando o catabolismo protéico e comprometendo a homeostasia corporal. A família de ácidos graxos ω6 facilita a estocagem das células adiposas, a coagulação e as respostas infamatórias às agreções exteriores (pró-inflamatórias).

A família de ácidos graxos ω3 atua na constituição do sistema nervoso, tornam as células mais flexíveis, reduzindo as reações inflamatórias ( anti-inflamatório), e limitam a fabricação de células adiposas. Deve-se salientar também que o fundamental é o equilíbrio entre essas famídias de ácidos graxos, pois embora se realce os pontos positivos do ω3, o excesso deste pode suprimir a produção de  agentes inflamatórios, levando a uma diminuição do sistema imunológico e o corpo precisa desse processo para atuar como mecanismo de defesa. Logo, os ácidos graxos da família ω6 são pró-inflamatórios, precisam estar presentes na alimentação de um indivíduo em maior proporção que os da família ω3. Se estes ω3 estiverem em maior quantidade que os ω6, o mecanismo de defesa através do processo inflamatório poderá ser comprometido, prejudicando assim o sistema imune.

O alto consumo de ácido linoléico ω6 favorece o aumento do conteúdo de ácido araquidônico nos fosfolipídios das membranas celulares, aumentando consequentemente, a produção de prostaglandina E2 (PGE2) e leucotrieno B4 (LTB4), por meio das vias enzimáticas de cicloxigenase (COX) e 5-lipoxigenase (5-LOX), respectivamente. A PGE2 e LTB4 são mediadores que apresentam maior potencial inflamatório, quando comparados com os eicosanóides sintetizados a partir dos ácidos graxos ω3, como a prostaglandina E3 (PGE3), leucotrieno B5(LTB5) e tromboxano 3(TX3), levando a uma resposta inflamatória exacerbada, por exemplo: a PGE2 induz à febre, promove vasodilatação, aumenta a permeabilidade vascular e potencializa a dor e o edema causados por outros agentes, como a bradicinina e histamina.

Com o avanço tecnológico, os seres humanos evoluíram de uma dieta que tinha uma proporção de ω6/ω3 de 1:1, para uma dieta, considerando-se o padrão ocidental, de até 40:1, ricas em gordura de carnes, leite e queijo, incluindo produtos industrializados, tais como: tortas, biscoitos, bolachas, salgadinhos, batatas frita. Atualmente, os pesquisadores vem considerando aceitável uma dieta com a proporção até 10:1, preconizando a proporção 4:1 ou até mesmo 1:1. Valendo lembrar ainda que o consumo de ácidos graxos poliinsaturados deve estar associado a um consumo de antioxidantes e práticas adequadas para evitar oxidação dos mesmos.

Há evidências de que o cálcio, magnésio, vitamina D, proteínas, antioxidantes e ácidos graxos ω3 consumo são inversamente associado com o risco de osteoporose e fraturas de quadril.

terça-feira, 12 de abril de 2011

323- Peixes e benefícios do ômega 3




A sardinha, o atum e o salmão são espécies ricas em ômega-3, assim como as castanhas e as nozes; estes ácidos graxos essenciais não são produzidos pelo organismo, obtidos através da ingestão de alimentos. Contudo, por conterem em sua composição duplas ligações, podem sofrer oxidação e degradação, quando a temperatura do processo de cocção é elevado, como no caso das frituras. Portanto, o peixe que é de fácil digestibilidade devem ser cozido rapidamente em temperaturas próxima a 100°C.
São considerados ômega 3 os ácidos graxos polinsaturados 18:3; 18:4; 20:5; 22:6.


Essa terminologia é associada a uma família de ácidos graxos como no caso dos ácidos alfa-linolênico, eicosapentaenóico e docosahexanóico,da família ômega 3 e os acidos linoléico e araquidônico,da familia omega 6.

As séries aω-3 e ω-6 e seus derivados originam-se dos ácidos cis-linoléico e linolênico, respectivamente. Eles não podem ser produzidos endogenamente pelos seres humanos, devido à falta das enzimas dessaturases delta 12 e delta 15. A nomenclatura ÔMEGA (ω) é definida segundo a numeração do carbono associada à primeira dupla ligação (3º, 6º ou 9º), a partir do radical metila.

O ácido linoléico (ω6) está presente de forma abundante nas sementes de vegetais e nos óleos que elas produzem como o óleo de milho, açafrão, algodão, soja e girassol. O ácido linolênico (ω3) que também está presente em alguns óleos vegetais, ainda que em menor proporção que o ácido linoléico é encontrado em castanhas e sementes de linhaça. Já os óleos de peixe e marisco são ricos em ácido docosahexaenóico (DHA) e ácido eicosapentanóico (EPA) derivados do ω3.



http://www.acidosgraxos88.blogspot.com/
Charge:
"Nem tudo que é gordura é ruim.Talvez você esteja ganhando omega-3" pena que é só talvez...

quinta-feira, 24 de março de 2011

307- Relação ômega 6/ ômega 3



Several sources of information suggest that human beings evolved on a diet that had a ratio of omega-6 to omega-3 fatty acids (FA) of about 1/1; whereas today, Western diets have a ratio of 10/1 to 20–25/1, indicating that Western diets are deficient in omega-3 FA compared with the diet on which humans evolved and their genetic patterns were established. Omega-6 and omega-3 FA are not interconvertible in the human body and are important components of practically all cell membranes. Studies with nonhuman primates and human newborns indicate that docosahexaenoic acid (DHA) is essential for the normal functional development of the brain and retina, particularly in premature infants. DHA accounts for 40% of the membrane phospholipid FA in the brain. Both eicosapentaenoic acid (EPA) and DHA have an effect on membrane receptor function and even neurotransmitter generation and metabolism. There is growing evidence that EPA and DHA could play a role in hostility and violence in addition to the beneficial effects in substance abuse disorders and alcoholism. The balance of omega-6 and omega-3 FA is important for homeostasis and normal development throughout the life cycle.

Evolutionary Aspects of Diet: The Omega-6/Omega-3 Ratio and the Brain
Artemis P. Simopoulos
MOLECULAR NEUROBIOLOGY janeiro de 2011
DOI: 10.1007/s12035-010-8162-0
http://resources.metapress.com/pdf-preview.axd?code=gk473346812j7342&size=largest

Diversas fontes de informações sugerem que os seres humanos evoluíram de uma dieta que tinha uma proporção de ômega-6 para ácidos graxos ômega-3 (AG) de cerca de 1 / 1, e que hoje, as dietas ocidentais têm uma proporção de 10 / 1 a 20 - 25 / 1, indicando que as dietas ocidentais são deficientes em AG omega-3  em comparação com a dieta em que os seres humanos evoluíram e os seus padrões genéticos foram estabelecidas. Ômega-6 e ômega-3 AG não são intercambiáveis ​​no corpo humano e são componentes importantes de praticamente todas as membranas celulares. Estudos com primatas não-humanos e recém-nascidos humanos indicam que o ácido docosahexanóico (DHA) é essencial para o desenvolvimento funcional normal do cérebro e da retina, principalmente em prematuros. O DHA participa de 40% dos ácidos graxos (AG) da  membrana fosfolipídica do cérebro. O ácido eicosapentaenóico (EPA) e DHA têm um efeito sobre a função do receptor de membrana e até mesmo sobre a geração e metabolismo de neurotransmissores. O equilíbrio de ômega-6 e ômega-3  é importante para a homeostasia e o desenvolvimento normal ao longo do ciclo de vida.

306- Relação ômega 6/ ômega 3

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732006000500009&script=sci_arttext

GAROFOLO, Adriana and PETRILLI, Antônio Sérgio. Balanço entre ácidos graxos ômega-3 e 6 na resposta inflamatória em pacientes com câncer e caquexia. Rev. Nutr. [online]. 2006, vol.19, n.5, pp. 611-621. ISSN 1415-5273.
O emagrecimento, associado à perda de massa magra, é um fenômeno observado com freqüência em pacientes com câncer. Tal condição predispõe o paciente ao maior risco de infecções, pior resposta aos tratamentos implantados e, como conseqüência, desfavorece o prognóstico de cura. Além disso, a desnutrição também está associada à pior qualidade de vida. Dessa forma, algumas terapias têm sido propostas na tentativa de reverter o catabolismo, por meio da atenuação da resposta inflamatória, observado em grande porcentagem de pacientes com câncer e caquexia. Entre elas, a suplementação com ácidos graxos da família ômega-3 pode representar uma estratégia na redução da formação de citocinas pró-inflamatórias, favorecendo a tolerância metabólica dos substratos energéticos e atenuando o catabolismo protéico, com o intuito de melhorar o prognóstico de cura de pacientes com câncer. Entretanto, os estudos mostram alguns resultados conflitantes da suplementação com ômega-3 na resposta imunológica. Por outro lado, em pacientes com câncer, os ensaios clínicos mostraram atenuar a resposta inflamatória e melhorar o estado nutricional. O objetivo deste artigo é realizar uma revisão criteriosa do assunto...

Existem três famílias importantes de ácidos graxos comumente consumidos na dieta: w-9, w-6 e w-3 (Figura 1), sendo que apenas as duas últimas representam os ácidos graxos essenciais para o organismo. Os lipídeos de 18 átomos de carbonos que pertencem a essas famílias - ácido a-linolênico (18:3 w-3), ácido linoléico (18:2 w-6) e ácido oléico (18:1 w-9) - usam as mesmas enzimas - dessaturases (D6 e D5) e uma elongase - para sintetizar seus derivados com 20 átomos de carbonos: ácido eicosapentaenóico (EPA) (20:5 w-3), ácido araquidônico (AA) (20:4 w-6) e ácido eicosatrienóico (ETA) (20:3 w-9). Em ordem de preferência, os substratos para essas enzimas são: w-3 > w-6 > w-9 (Figura 2). Entretanto, existem duas classes de lipídios essenciais para a síntese dos eicosanóides: w-3 e w-6, por meio dos seus derivados ácidos eicosapentaenóico e araquidônico20. Assim, devido à importância do balanço entre os ácidos graxos das famílias 3 e 6 na resposta inflamatória, estas serão abordadas na discussão deste texto...

A dieta consumida atualmente pela população do ocidente, conhecida como dieta ocidental, é rica em ácido linoléico (w-6), presente, entre outros, nos óleos de milho, girassol e soja21. Em uma dieta Norte Americana típica, por exemplo, consome-se 89% do total de ácidos graxos poliinsaturados como ácido linoléico, enquanto 9% de ácido linolênico22. O alto consumo implica no aumento da relação w-6: w-3, principalmente quando a ingestão de peixe ou de óleo de peixe é baixa. Segundo Fürst23, entre as civilizações modernas do Ocidente, essas dietas apresentam uma relação w-6:w-3 de 16,7:1. Esse perfil é desfavorável, especialmente nas situações em que existe uma resposta inflamatória exacerbada21...

O alto consumo de ácido linoléico favorece o aumento do conteúdo de ácido araquidônico (AA) nos fosfolipídios das membranas celulares, aumentando, consequentemente, a produção de prostaglandina (PG) E2 e leucotrieno (LT) B4, por meio das vias enzimáticas da ciclooxigenase (COX) e 5-lipoxigenase (5-LOX), respectivamente. A ingestão de óleo de peixe introduz EPA nos fosfolipídios das membranas, inibindo o metabolismo do AA por competição pelas mesmas vias enzimáticas (COX e 5-LOX), promovendo a formação de PGE3, em vez de PGE2, e LTB5, em vez de LTB4, que são mediadores inflamatórios menos ativos (Figura 3)24. Em geral, os cientistas concordam que o ácido linoléico é precursor da síntese de eicosanóides da série par, com características pró-inflamatórias, como o tromboxano A2 (TXA2), as PGI2 e PGE2 e os LTB424,25...

Considerando que essas duas famílias de ácidos graxos competem pelas mesmas enzimas, o balanço entre w-6 e w-3 na dieta é de grande importância. Como conseqüência das mudanças no padrão dietético humano, a relação entre ácidos graxos w-6:w-3 na dieta também sofreu alterações no decorrer da História. No passado, na era paleolítica, essa relação contemplava, aproximadamente, 1:1 a 1:2, enquanto que o padrão atual (dieta ocidental) apresenta uma relação de 17:123. Embora alguns considerem satisfatória a relação w-6: w-3 de 10 a 5:128,29, a proposta mais recente, com base em experimentação animal, é de 1:123...

CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS PARA O USO DE w-3 E O w-6

O aumento no consumo dietético de ácidos graxos poliinsaturados causa mudanças na composição dos ácidos graxos dos fosfolípides das membranas celulares. Essa alteração é responsável pelo aumento na fluidez da membrana, podendo interferir nas interações intracelulares, expressão de receptores de membrana, transporte de nutrientes e sinais de transdução, influenciando o crescimento celular25. Além disso, o aumento no número de ácidos graxos com várias duplas ligações pode tornar a membrana celular mais suscetível à peroxidação lipídica, se um aumento concomitante de nutrientes antioxidantes não for instituído. Por isso, recomenda-se um aumento na ingestão de a-tocoferol para compensar o aumento no consumo de ácido graxo polinsaturado, a fim de estabilizar as duplas ligações. Entretanto, variações podem ocorrer, em função do grau de insaturação do lipídio, das diferentes quantidades depositadas nos tecidos e dos processos de elongação e dessaturação48. É importante destacar que os ácidos graxos da família ômega-3 apresentam maior número de duplas ligações do que os das famílias ômega-6 e 9, o que os torna mais suscetíveis à peroxidação lipídica. Assim, alguns estudiosos acreditam que o consumo de produtos alimentares com alto teor de ácidos graxos poliinsaturados deve ser acompanhado de, no mínimo, 0,4mg a 0,6mg de vitamina E por grama de ácido graxo polinsaturado29, 48.

As principais fontes de ácido a-linolênico (18:3) são os óleos de canola (9,3g/100g) e soja (2,6g/100g) e a noz (6,8g/100g), e as principais fontes de EPA e DHA são salmão (0,84 e 0,81g/100g), sardinha (0,47 e 0,51g/100g), caviar (1,03 e 1,35g/100g) e ostra (0,42 e 0,46g/100g). A gema do ovo contém uma pequena quantidade desses ácidos (0,01 e 0,11g/100g)49.

Questões associadas às inter-relações entre ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 ainda necessitam ser estudadas. Permanece obscuro para qual extensão o ácido linolênico é convertido em EPA e DHA no organismo humano, e se tal conversão varia com a idade ou estado fisiológico. Além disso, também não se sabe qual a extensão do impacto da ingestão de ômega-6 sobre a taxa de conversão do ômega-3 em EPA e DHA, ou se tal ingestão causa alterações nos efeitos biológicos atribuídos ao EPA e DHA22.

Efeitos colaterais relacionados à suplementação com ômega-3 não demonstraram alterações relevantes. Entre tais efeitos poderia ocorrer aumento nos níveis de LDL-colesterol, aumento no tempo de sangramento e piora do perfil glicêmico em diabéticos. Suplementações consideradas seguras são de até 16g de óleo de peixe por dia. Porém, recomenda-se monitoramento em indivíduos que recebem doses superiores a 3g por dia27.

Consideração adicional deve ser feita quanto à condição clínica do paciente, quando se decide efetuar uma suplementação com ômega-3. É importante destacar que durante estados mórbidos mais graves, como infecções, sepse e falência orgânica múltipla, por exemplo, o organismo reage por meio de uma resposta inflamatória bifásica, caracterizada pela produção de diferentes citocinas. A primeira fase, hiperinflamatória - systemic inflammatory response syndrome (SIRS), é caracterizada por hiperatividade dos leucócitos e liberação de citocinas pró-inflamatórias, como IL-1, IL-6 e TNF-a. Na segunda fase, hipoinflamatória compensatory anti response syndrome (CARS), há redução da capacidade dos leucócitos em destruir microrganismos, devido à exacerbação da resposta antiinflamatória, aumentando o risco de infecção secundária. Nessa fase, há produção de IL-4, IL-10, IL-13 e TGF-b, que são citocinas de caráter antiinflamatório50.
Portanto, o ômega-3 pode controlar a resposta hiperinflamatória exacerbada, minimizando os efeitos dos distúrbios metabólicos, o hipercatabolismo e, desse modo, melhorar o prognóstico. Entretanto, se oferecido durante a fase hipoinflamatória, possivelmente irá expor o paciente ao risco de infecção secundária, pois, como citado, reduz a resposta inflamatória, podendo atuar diminuindo a atividade imunológica de forma inadequada51. Assim, o uso desse imunomodulador deve ser criterioso, particularmente em pacientes com doença grave.
Os estudos envolvendo essas áreas de conhecimento são difíceis de realizar, considerando a complexidade do sistema imune e das respostas envolvidas durante a inflamação. Os resultados controversos se devem, provavelmente, a esses fatores, bem como à variabilidade interindividual e às diferenças na metodologia dos estudos.
Mesmo os resultados de algumas metanálises e reviões, como as realizadas para medir o efeito do ômega-3 em transplante de órgãos e no câncer27,42, podem apresentar vieses, se considerada a possibilidade de que estudos com resultados negativos ao uso da suplementação tendem a ser omitidos das publicações, devido, principalmente, ao seu impacto desfavorável para a indústria.
Finalmente, ainda existem poucos estudos em seres humanos comprovando os efeitos benéficos dessa terapia em pacientes com câncer durante o tratamento antineoplásico. Esses são necessários para determinar se a modulação desses lipídios poderia atenuar a resposta pró-inflamatória nesses indivíduos e, portanto, favorecer a resposta nutricional e a farmacocinética e farmacodinâmica das drogas, melhorando o prognóstico de cura.
Áreas para futuras pesquisas incluem ensaios de prevenção primária, nível ótimo de ingestão entre ômega-6, ômega-3, EPA e DHA e estudos sobre as várias indicações clínicas, bem como o aprimoramento das informações sobre a segurança e confiança nos produtos consumidos, quer seja alimento ou suplemento.

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O PUFA n-3 tem sido estudado atualmente na prevenção de doenças cardiovasculares, no entanto são poucos os estudos que relacionam o consumo desse ácido graxo com estresse oxidativo e marcadores inflamatórios em pacientes diabéticos.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp084680.pdf

305- Tarefa alunos bromatologia

A Tabela Brasileira de Composição de Alimentos mais conhecida como projeto “Taco”, é coordenado pela UNICAMP pelo Núcleo de Estudos e Pesquisadores em Alimentação (NEPA) e é financiado pelo Ministério da Saúde (MS), pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate á Fome (MDS).


Utilizando esta tabela cujos links estão abaixo e acima, veja a relação da família ômega 6/ômega 3 dos seguintes óleos e alimentos:
Óleo, de canola, 34, 62
Óleo, de girassol, 34, 62
Óleo, de milho, 34, 62
Óleo, de soja, 34, 62
Pescada, branca, crua, 36, 64
Pescada, branca, frita, 36, 64
Carne, bovina, contra-filé, sem gordura, cru, 38,
66
Carne, bovina, contra-filé, sem gordura,
grelhado, 38, 66


http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_versao2.pdf Esta versão é a 2006 Tem os ácidos graxos
Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO
Versão 2 – Segunda Edição UTILIZAR ESTA PARA O TRABALHO SOLICITADO.

Thaís Araújo CAVENDISH, Paula Bagno LEMOS, Renata Tiene YOKOTA,Tatiana França VASCONCELOS, Priscila Fernandes COÊLHO, Marcelo BUZZI, Marina Kiyomi ITO -Composição de ácidos graxos de margarinas à base de gordura hidrogenada ou interesterificado.

Lenise Mondini, Renata Bertazzi Levy, Rafael Moreira Claro, Edilson Nascimento da Silva. COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DA DIETA DOMICILIAR NO ESTADO DE SÃO PAULO, 2002-2009. Informações Econômicas, SP, v. 41, n. 2, fev. 2011.


Tabela Taco 2010  deve manter uma composição similar aos anos anteriores, isso porque aalimentação dos brasileiros variou pouco. Esse recurso expressa os dados alimentícios de nosso país, demonstrando informações sobre segurança alimentar e controle de qualidade.
Tabela Taco 2010: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (UNICAMP)
Os dados presentes na tabela se baseiam em pesquisas feitas pela equipe de profissionais da UNICAMP, uma das maiores universidades públicas do Brasil. De um ano para o outro, os dados TACO podem sofrer pequenas variações, isso depende dos novos alimentos lançados no mercado. Acesse o site da UNICAMP e obtenha mais informações sobre a Tabela Taco 2010
Tabela Taco 2011: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (UNICAMP)

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO 4ª edição revisada e ampliada 

Campinas – SP 2011 

sexta-feira, 21 de maio de 2010

190- Gorduras insaturadas versus saturada. Ômega 6/ômega 3

Study compares use of staturated and unsaturated fats
Polyunstaturated fats may cut risk of heart disease
MARCH 22, 2010

TODD DATZ
HARVARD SCHOOL OF PUBLIC HEALTH
Fonte: http://www.harvardscience.harvard.edu/medicine-health/articles/polyunstaturated-fats-may-cut-risk-heart-disease

Indivíduos de 60 anos foram estimulados a diminuir o consumo de gorduras saturadas para prevenir doenças cardíacas, contudo tem havido surpreendentemente pouca evidência científica de que isso realmente diminui o risco de eventos coronários da doença cardíaca. Mas um novo estudo (disponível na íntegra aqui) por pesquisadores da Harvard School of Public Health (HSPH) fornece a primeira evidência conclusiva de ensaios clínicos randomizados que as pessoas que substituirem a gordura saturada em sua dieta por gordura poliinsaturada reduz seu risco de doença cardíaca coronária em 19%, em comparação com grupos de controle de pessoas que não fazem isso.

Por revisão sistemática de um grande grupo de ensaios clínicos randomizados e realização de uma meta-análise destes estudos, a equipe de HSPH encontrou que o aumento da ingestão de gorduras poliinsaturadas, como em substituição a de gorduras saturadas pode reduzir significativamente a taxa de ataques cardíacos e mortes por problemas cardíacos em da população.

Ao longo das últimas décadas, a indústria de alimentos reduziu a quantidade de gordura saturada em muitos produtos, e o público tem reduzido a quantidade de gordura saturada em seu consumo alimentar. No entanto, houve uma grande variação nos tipos de nutrientes que substituiu esta gordura saturada. Por exemplo, em muitos produtos, as gorduras saturadas foram substituídas por gorduras trans, que já foi verificada ser prejudicial. E no regime alimentar americano, a gordura saturada foi geralmente substituída por aumento do consumo de carboidratos refinados e grãos.

"A reposição de nutrientes específicos para a gordura saturada pode ser muito importante", disse o autor Dariush Mozaffarian, professor adjunto no departamento da epidemiologia em HSPH e do Departamento de Medicina na Harvard Medical School. "Nossos resultados sugerem que as gorduras poliinsaturadas seriam um substituto preferido para gorduras saturadas para uma melhor saúde do coração."

Resultados prévios individuais de estudos randomizados controlados de redução de gordura saturada e eventos de doença cardíaca foram misturadas, tendo como resultado a maioria sem efeitos significativos. Outros ensaios foram focados apenas nos níveis de colesterol no sangue, que é um marcador indireto de risco. Grandes estudos observacionais, geralmente também não mostraram nenhuma relação entre consumo de gordura saturada e o risco de eventos de doença cardíaca. Por exemplo, no início deste mês, pesquisadores da HSPH e Children's Hospital Oakland Research Institute realizaram uma meta-análise combinada de estudos observacionais anteriores e não encontraram nenhuma evidência de que o consumo total de gordura saturada está relacionada ao risco de doença arterial coronariana ou eventos em curso.

Alguns destes resultados mistos podem referir-se à falta de foco na escolha do nutriente específico para a substituição de gordura saturada. Em outras palavras, a gordura saturada era substituída principalmente por carboidratos, gorduras monoinsaturadas, como azeite, ou de gorduras poliinsaturadas, como na maioria dos óleos vegetais.

Mozaffarian e seus colegas da HSPH Renata Micha e Sarah Wallace realizou uma revisão sistemática e meta-análise de todos os ensaios clínicos randomizados controlados de junho de 2009, em que os participantes especificamente aumentaram seu consumo de gordura poli-insaturada como um substituto para a gordura saturada, e em que os eventos de doença arterial coronariana foram documentados. Oito estudos preencheram os critérios de inclusão, totalizando 13.614 participantes com 1.042 eventos de doença cardíaca coronariana.

A meta-análise dos ensaios mostraram que o aumento do consumo de gorduras polinsaturadas como um substituto para a gordura saturada reduz o risco de eventos coronários da doença cardíaca em 19%. Para cada aumento de 5% (medido como energia total) em poliinsaturados consumo de gorduras, o risco de doença cardíaca coronária foi reduzido em 10%. Isto agora é apenas a segunda intervenção alimentar - consumir longa cadeias de ácidos graxos ômega-3 é o primeiro - a mostrar uma redução de eventos coronários da doença cardíaca em ensaios clínicos randomizados.

Atualmente, o Instituto de Medicina recomendou  diretrizes em um intervalo de 5% a 10% no consumo de energia provenientes de gorduras poliinsaturadas. Além disso, alguns cientistas e organizações têm sugerido recentemente que o consumo de gorduras poliinsaturadas (principalmente ômega-6 ácidos graxos) deve realmente ser reduzida, devido as preocupações teóricas que o consumo poderia aumentar o risco de doença cardíaca coronária.
Os resultados deste estudo sugerem que as gorduras poliinsaturadas a partir de óleos vegetais, pode ser um substituto ideal para as gorduras saturadas, uma descoberta importante para a orientação dietética e para quando os fabricantes de alimentos e restaurantes estão tomando decisões sobre como reduzir a gordura saturada em seus produtos. Os resultados também sugerem que o limite máximo de 10% do consumo de energia a partir de gorduras polinsaturadas pode ser muito baixa, como os participantes nestes ensaios que reduziram seu risco estavam consumindo cerca de 15% de sua energia proveniente de gorduras poliinsaturadas.
O suporte para este estudo foi fornecido pelo National Heart, Pulmão e Sangue, o National Institutes of Health, e Searle Scholar Award dos Fundos Searle na Comunidade Chicago Trust.

Acredita-se que os ancestrais da humanidade tenham consumido dietas com quantidades aproximadamente iguais de ácidos graxos ômega 6 e 3. O desenvolvimento da agricultura aumentou a disponibilidade de gorduras refinadas, principalmente de óleos vegetais, modificando a dieta humana para a relação de ômega 6 para ômega 3 de mais de 7:1. Os seres humanos interconvertem ácidos graxos ômega 6 em ômega 3 em baixas velocidades. Os níveis de ácidos graxos ômega 3 na dieta são importantes, pois esses lipídeos bioativos desempenham um papel vital na fluidez de membranas, na sinalização celular, na expressão de genes e no metabolismo de eicosanoides. Essencial para mulheres grávidas, lactantes e indivíduos com doenças coronarianas, diabete, disfunções imunológicas e saúde mental comprometida. A deterioração oxidativa dos ácidos graxos ômega 3 durante o processamento e o armazenamento dos produtos fortificados podem ser prejudicial ao ser humano. Os óleos de sementes ricos em ácidos graxos ômega 3, especificamente o ácido linolênico, incluem soja, canola e linhaça. Alimentos marinhos ricos em ácidos graxos ômega 3 variam em conteúdo de g/100 g de peixe:
Atum (albacora branco)0,9; Atum (light) 0,2; salmão atlântico cultivado 1,3-2,1; salmão selvagem 1,4; arenque 2,0; cavala 0,4-1,8; bacalhau 0,2;linguado 0,5;peixe-gato 0,1.