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Este blog foi criado em 02 de dezembro de 2009,
como suporte aos meus alunos, contudo, estou aposentada desde 10 de março de 2012, sem atividade de ensino, não tendo mais interesse de desenvolver alguns assuntos aqui postados. Continuo com o blog porque hoje está com > 237.000 visitantes de diversos lugares do mundo. Bem-vindo ao nosso ambiente virtual. Retorne com comentários e perguntas: lucitojal@gmail.com.
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Tenho 17 vídeos no youtube: lucitojaleseara.

São muitas as postagens, cerca de 400, veja a lista de marcadores no lado direito do blog.

Falo sobre composição, valor nutritivo dos alimentos e biodisponibilidade dos nutrientes. Interações entre nutrientes: reação de Maillard e outras reações com proteínas, principalmente AGEs (Advanced Glycation End Products) e a relação desses compostos com as doenças crônicas: Diabetes, Alzheimer, câncer, doenças cardiovasculares entre outras. Atualmente, dedico-me mais ao conhecimento dos AGEs (glicação das proteínas dos alimentos e in vivo).

"Os AGEs (produtos de glicação) atacam praticamente todas as partes do corpo. É como se tivéssemos uma infecção de baixo grau, tendendo a agravar as células do sistema imunológico. O caminho com menos AGEs; escapa da epidemiologia dos excessos de alimentação" disse Vlassara. http://theage-lessway.com/

ATENÇÃO: A sigla AGEs não significa ácidos graxos essenciais.

Consulte também o http://lucitojalseara.blogspot.com/ Alimentos: Produtos da glicação avançada (AGEs) e Doenças crônicas.

Mostrando postagens com marcador AGEs efeito da dieta. Mostrar todas as postagens
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quinta-feira, 22 de maio de 2014


Conclusão
Do ponto de vista geral, o tratamento térmico
melhora a segurança alimentar e aumenta o tempo
de prateleira do leite e seus produtos. No entanto, as
temperaturas elevadas utilizadas no processamento
favorecem reações, tais como Reação de Maillard,
ligação cruzada de proteínas, formando compostos
(FUR, LAL, CML) que representam danos proteicos,
diminuindo o valor nutritivo do leite. Apesar de não
haver evidências sobre os efeitos negativos da Lisinoalanina
em seres humanos, a ocorrência desses efeitos
em animais serve de alerta para o incentivo a mais
estudos nos humanos.
Diante do que foi relatado nesta revisão, os
AGEs contribuem de maneira importante no processo
etiológico de numerosas enfermidades crônicas não
transmissíveis, entre elas a diabete e a aterosclerose,
além das gastrointestinais e neurodegenerativas.
Fórmulas infantis líquidas e em pó são alimentos
muito sensíveis em termos de danos proteicos, causados
pelo calor, por causa de seu alto teor de lactose e
a suplementação com vitamina C e ferro, provocando
reações de oxidação, que levam a formação de AGEs.
Para minimizar os danos, é necessário um controle de
qualidade baseado na determinação de um ou mais
marcadores de danos proteicos, pois a formação de
AGEs pode ter efeitos adversos para a saúde, principalmente
de lactentes, uma vez que essas fórmulas
são alternativas ao aleitamento materno, podendo ser
a única fonte de nutrientes para crianças até os seis
meses de idade.
De acordo com os dados relatados no decorrer do
texto, observa-se que o leite pasteurizado é a melhor
opção para consumo, com menor formação desses
compostos e menor prejuízo do valor nutritivo, se
comparada com o UHT e o leite em pó, agravado
pelo armazenamento, no qual a reação continua de
forma lenta.

domingo, 12 de janeiro de 2014

PRODUTOS DE GLICAÇÃO AVANÇADA A RESTRIÇÃO DIETÉTICA DESTES COMPOSTOS TRAZ BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE?


Produtos de glicação avançada (AGEs) são compostos tóxicos formados por meio de uma reação não enzimática entre açúcares redutores e proteínas, fosfolipídeos ou ácidos nucleicos, conhecida como reação de Maillard. Isto ocorre como parte do metabolismo normal, porém, quando produzidos em excesso, os AGEs promovem estresse oxidativo, inflamação e alteração na função de proteínas, tornando-se patogênicos. Carboximetilisina (CML) e derivados do metilglioxal (MG) estão entre os mais estudados1.
Além da produção endógena, estas glicotoxinas também estão presentes nos alimentos, sendo o processamento (temperatura e método de cocção) o principal responsável pela formação de AGEs nos alimentos. A exposição ao calor (alimentos grelhados, fritos, assados e churrasco) gera mais AGEs do que a cocção em temperaturas mais baixas e na presença de água (alimentos cozidos em água ou no vapor)2. Por exemplo, amostras de peito de frango frito apresentam 73.896 U/g de AGEs, enquanto este valor em amostras cozidas é de 11.236 U/g3.
Durante muito tempo o papel destes compostos nos processos de saúde e doença foi ignorado, pois se acreditava que eles praticamente não eram absorvidos no trato gastrointestinal. Entretanto, atualmente sabe-se que aproximadamente 10 a 30% dos AGEs consumidos são absorvidos, com um terço da quantidade ingerida sendo excretada na urina e nas fezes. Assim, as concentrações plasmáticas parecem sofrer influência direta do consumo alimentar e da capacidade fisiológica de eliminação destas substâncias4.
As consequências negativas à saúde pelo aumento dos AGEs incluem inflamação, aumento da rigidez arterial, disfunção endotelial e aterosclerose. A glicação da LDL aumenta sua susceptibilidade à oxidação e a torna ainda mais aterogênica5. Há evidências de que os AGEs favoreçam a ocorrência de complicações do diabetes, doenças renais e cardiovasculares5.
Luévano-Contreras et al. (2013)6 investigaram o efeito da restrição dietética de AGEs sobre parâmetros inflamatórios (TNF-α e proteína C-reativa) e relacionados ao estresse oxidativo (malondialdeído) em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. Para isso, conduziram um estudo prospectivo randomizado no qual os indivíduos receberam durante seis semanas uma dieta convencional ou pobre em AGEs. A intervenção levou a uma redução estatisticamente significante nas concentrações séricas de AGEs, TNF-α e malondialdeído. 
Kellow e Savige (2013)7 realizaram uma revisão sistemática para avaliar o efeito da restrição dietética de AGEs em indivíduos saudáveis ou com diabetes ou doença renal, incluindo 12 trabalhos. Destes, apenas cinco (42%) foram considerados de alta qualidade metodológica. Embora tenha sido encontrado que a diminuição da ingestão promove menor inflamação, resistência à insulina e modificação oxidativa da LDL, a baixa qualidade das pesquisas torna os achados inconclusivos. Os autores afirmam que ainda não há dados suficientes para recomendar a restrição de AGEs, até que mais ensaios clínicos bem conduzidos e com grandes amostras tenham sido realizados para fortalecer estas evidências.
De qualquer forma, uma dieta com menor quantidade destas glicotoxinas pode ser alcançada pelo consumo de frutas, hortaliças, leguminosas, laticínios desnatados, carnes magras e peixes, o que é condizente com a maioria das diretrizes e guias de alimentação saudável. Além disso, os métodos de cocção em água ou vapor também são mais adequados do que frituras, por exemplo, e podem ser recomendados em conjunto à adoção de hábitos de vida como cessação do tabagismo e prática regular de atividade física1.
Referências:
1) Uribarri J, Woodruff S, Goodman S, et al. Advanced glycation end products in foods and a practical guide to their reduction in the diet. J Am Diet Assoc 2010; 110(6): 911-16.e12
2) Uribarri J, Cai W, Sandu O, et al. Diet-derived advanced glycation end products are major contributors to the body’s AGE pool and induce inflammation in healthy subjects. Ann NY Acad Sci 2005; 1043: 461–466.
3) Barbosa JHP, de Oliveira SL, Tojal L. Produtos da glicação avançada dietéticos e as complicações crônicas do diabetes. Rev Nutrição 2009; 22(1): 113-124.
4) Kellow NJ, Savige GS. Dietary advanced glycation end-product restriction for the attenuation of insulin resistance, oxidative stress and endothelial dysfunction: a systematic review. Eur J Clin Nutr 2013; 67(3): 239-248.
5) Nedić O, Rattan SI, Grune T, et al. Molecular effects of advanced glycation end products on cell signalling pathways, ageing and pathophysiology. Free Radic Res 2013; 47 Suppl 1: 28-38.
6) Luévano-Contreras C, Garay-Sevilla ME, Wrobel K, et al. Dietary advanced glycation end products restriction diminishes inflammation markers and oxidative stress in patients with type 2 diabetes mellitus. J Clin Biochem Nutr 2013; 52(1): 22-26.
7) Kellow NJ, Savige GS. Dietary advanced glycation end-product restriction for the attenuation of insulin resistance, oxidative stress and endothelial dysfunction: a systematic review. Eur J Clin Nutr 2013; 67(3): 239-248.

sábado, 23 de março de 2013

386- Churrasco, fritura e alimentos grelhados envelhecem a pele


Churrasco, fritura e alimentos grelhados envelhecem a pele

Terça-feira, 3 de julho de 2012

http://www.portalrcr.com.br/cotidiano/saude-e-beleza/41162-churrasco-fritura-e-alimentos-grelhados-envelhecem-a-pele

Churrasco, fritura e alimentos grelhados envelhecem a pele
Churrasco, comida grelhada, fritura. O que eles têm em comum? Podem causar rugas e flacidez. Os culpados são os produtos finais da glicação avançada (AGEs) que, em níveis elevados, causam danos ao colágeno e à elastina. “Glicação avançada é uma reação entre carboidratos (açúcares e amidos), proteínas ou gorduras e temperaturas elevadas”, disse Anastasia Kalea, da Universidade College London, na Inglaterra. Confira abaixo seis dicas para diminuir a ingestão de AGEs, listadas pelo jornal Daily Mail:
Marine a carne
Soluções ácidas diminuem a quantidade de  AGEs, segundo pesquisas. Em um teste, a carne marinada por uma hora formou menos da metade dos vilões durante o cozimento do que a que não recebeu a solução.
Cozinhe peixe no papelote 
Coloque o peixe e outros ingredientes, como suco de limão e azeite, no papel-alumínio. O método faz com que o alimento seja cozido em seu próprio líquido, diminuindo a formação de AGEs.
Abaixe o fogo
Pesquisadores descobriram que ovos mexidos preparados em fogo médio-baixo tinham cerca de metade de AGEs em relação aos ovos preparados em fogo alto. Portanto, prefira deixar o fogo mais baixo, mesmo que o tempo de preparo aumente.
Escalde, cozinhe em fervura lenta ou à vapor
Todos esses métodos apresentam menos formação de AGEs em relação a frituras, assados e churrasco.
Sempre adicione líquidos
A medida reduz os níveis de AGEs porque diminui a temperatura e faz com que a comida seja escaldada ou cozinhe no vapor.
Corte açúcar e coma mais vegetais
O açúcar se liga às proteínas no organismo, resultado da formação de AGEs. Vegetais, por sua vez, são ricos em antioxidantes, que neutralizam os radicais livres gerados pelos produtos finais da glicação avançada
.

domingo, 10 de julho de 2011

356 - Componentes funcionais antiglicantes ou antioxidantes

Falo sobre alguns Anti-AGEs, Antiglicantes e antioxidantes.
 Níveis de AGEs teciduais e no soro estão aumentadas no diabetes e estudos experimentais têm mostrado que a interação dos AGEs com o receptor para os produtos finais da glicação avançada (RAGE) desempenham um papel importante no desenvolvimento e progressão de complicações vasculares diabéticas. Intervenções que reduzem o acúmulo de AGE parecem proteger contra o desenvolvimento de complicações diabéticas.
A aminoguanidina reduz os níveis de AGEs no tecido de diabetes experimental e retarda o desenvolvimento de retinopatia, neuropatia e nefropatia

Ícone de alerta
Seu vídeo estará ativo no momento em que clicar:


Olá meus amigos e companheiros de trabalho.
Tenho trabalhado bastante para os cursos de Nutrição, já que estou disponibilizando para o público em geral. Recentemente, aproveitando ter instalado, a título experimental por 1 mês, o Camtasia no meu computador, fiz 19 vídeos em 30 dias. Foi tanto a pressa que sei que deve ter muita coisa precisando de correção, mesmo assim resolvi colocá-los no youtube. Gostaria de ter um retorno, comentários sobre os vídeos, pois posso tirá-los de circulação.

O meu blog, Alimentos e Nutrição- Processamento e Alterações, já tem 101.239 visitantes e 55.962  máquinas de computador diferentes, em 11/07/2011. Realmente, posso dizer que estou fazendo educação, será que certa ou errada? ...rs.

Gostaria de melhorar a minha produção e preciso de críticas de quem entenda e quem possa contribuir, porque está na linha de frente. Aguardo o pronunciamento de vocês, não tenham medo de fazer críticas.
Abraços,
Profª. Luci Tojal e Seara
FANUT/UFAL e Nutrição UFPE
lucitojal@uol.com.br

quarta-feira, 14 de julho de 2010

248- AGEs glicotoxinas

É bem conhecido que o preparo dos alimentos a temperaturas elevadas (acima de 120°C) produzem glicotoxinas conhecidas como produtos finais de glicação avançada (AGEs, do inglês "Advanced Glycation End Products")( Thornalley, 2005; Uribarri et al., 2001). A produção destas glicotoxinas (exógenas) é dependente da temperatura, do tempo de preparo dos alimentos, do método de preparo e da composição dos alimentos (Thornalley, 2005; Uribarri et al., 2005). As reações que produzem as glicotoxinas exógenas e endógenas são conhecidas como reações de Maillard (Thornalley, 2005; Uribarri et al., 2005). As reações que produzem as glicotoxinas exógenas e endógenas são conhecidas como reações de Maillard (Thornalley, 2005; Uribarri et al., 2005).
Os produtos finais de glicação avançada (AGEs) constituem um grupo heterogêneo de compostos, produzidas por glicação e oxidação in vivo (nos meios intra e extracelular) e in vitro (no alimento), que apresentam um diversidade de propriedades entre si, a exemplo da capacidade de algumas destas substâncias em formar ligações cruzadas com proteínas estruturais (ex.: colágeno), proteínas intracelulares, fosfolipídeos de membrana, DNA, lipoproteínas além da ligação com seus receptores (Sigh et al., 2001; Huebschmann et al., 2006). A glicação é a principal causa espontânea de dano a proteínas celulares e extracelulares em sistemas fisiológicos, acometendo cerca de 0,1 a 0,2% de resíduos de arginina e de lisina (Thornalley, 2002; Thornalley et al., 2003).

segunda-feira, 5 de julho de 2010

245- Níveis circulantes de AGEs após dieta com altos e baixos níveis de AGEs























Fig. - Níveis circulantes de AGEs correspondentes a dieta com AGEs / Mudanças nos marcadores inflamatórios durante 6 meses de exposição
BL – base line sAGE – AGE no soro AGE-LDL no soro
H-AGE – Dieta com alto teor em AGE sMG - Metil glioxal no soro TNF no soro
L- AGE – Dieta com baixo teor em AGE CRP - Proteina C reativa VCAM-1 no soro
A restrição de AGEs na alimentação se correlaciona à supressão dos níveis séricos de marcadores de doença vascular e de mediadores inflamatórios diretamente envolvidos no desenvolvimento das degenerações diabéticas (VLASSARA et al., 2002). Estudos clínicos em humanos comprovaram uma associação positiva entre o consumo de alimentos fritos, assados ou grelhados e as concentrações séricas de AGEs, de marcadores inflamatórios e de AGE-LDL (VLASSARA et al., 2002; URIBARRI et al., 2003; CAI et al., 2004; STIRBAN et al., 2006).


A patogenicidade de AGEs endógenos, derivados da glicose em tecidos humanos tem sido assunto de intensa investigação ao longo de 30 anos. Como reportado em literatura recente, os efeitos pluripotentes de AGEs estende-se da ativação de gene múltiplo aos bem estabelecidos efeitos pró ateroscleróticos e glomeruloscleróticos envolvendo modulação de citocinas e fatores de crescimento, oxidação lipídica e albuminúria. De significância particular tem sido a realização que o processo de degradação de AGEs ligados a tecidos expõe um novo pool de intermediários de AGEs previamente interno e altamente reativo na circulação, considerados como glicotoxinas. Alguns destes derivados de AGEs no soro são capazes de reagir com novas proteínas (como LDL, colágeno, α2-microglobulina), propagando modificações oxidativas ou formando novas ligações cruzadas de AGEs in vitro e in vivo.

sábado, 3 de julho de 2010

244- Cicratização de feridas e dietas com alto AGEs















O consumo aumentado de derivados de AGEs da dieta pode ser um retardador significativo de fechamento da ferida em ratos diabéticos; a restrição de AGEs na dieta pode melhorar a cicatrização prejudicada em diabéticos (M Peppa et al., 2003).

O fato de aminoguanidina, uma hidrazina nucleofílica, ter se mostrado eficiente inibidora da formação de AGEs, levando à diminuição de formação de placas arteroscleróticas e prevenção da nefropatia em diabetes induzido em ratos