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Este blog foi criado em 02 de dezembro de 2009,
como suporte aos meus alunos, contudo, estou aposentada desde 10 de março de 2012, sem atividade de ensino, não tendo mais interesse de desenvolver alguns assuntos aqui postados. Continuo com o blog porque hoje está com > 237.000 visitantes de diversos lugares do mundo. Bem-vindo ao nosso ambiente virtual. Retorne com comentários e perguntas: lucitojal@gmail.com.
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São muitas as postagens, cerca de 400, veja a lista de marcadores no lado direito do blog.

Falo sobre composição, valor nutritivo dos alimentos e biodisponibilidade dos nutrientes. Interações entre nutrientes: reação de Maillard e outras reações com proteínas, principalmente AGEs (Advanced Glycation End Products) e a relação desses compostos com as doenças crônicas: Diabetes, Alzheimer, câncer, doenças cardiovasculares entre outras. Atualmente, dedico-me mais ao conhecimento dos AGEs (glicação das proteínas dos alimentos e in vivo).

"Os AGEs (produtos de glicação) atacam praticamente todas as partes do corpo. É como se tivéssemos uma infecção de baixo grau, tendendo a agravar as células do sistema imunológico. O caminho com menos AGEs; escapa da epidemiologia dos excessos de alimentação" disse Vlassara. http://theage-lessway.com/

ATENÇÃO: A sigla AGEs não significa ácidos graxos essenciais.

Consulte também o http://lucitojalseara.blogspot.com/ Alimentos: Produtos da glicação avançada (AGEs) e Doenças crônicas.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

369- Produtos de glicação avançada dietéticos e as complicações crônicas do diabetes Por: Marcella Lobato Dias Consoli Este tema, ainda pouco familiar para nutricionistas e diabetologistas está nas maiores rodas de discussão do mundo. O Congresso Europeu de Endocrinologia realizado em Praga, em abril deste ano, mostrou que este assunto é a “bola da vez”, como disse o Dr. André G. Daher Vianna do Centro de Diabetes de Curitiba. Ao pesquisar sobre o tema encontram-se vários artigos recentes e algumas revisões de literatura. O artigo que me chamou a atenção, e que vamos discutir aqui, é uma revisão nacional publicada na Revista de Nutrição de Campinas em fevereiro do ano passado. Realizada por um grupo de nutricionistas especialistas da Universidade Federal de Alagoas as informações apresentadas nesta revisão apontam para o fato de que os produtos de glicação avançada presentes na alimentação constituem importantes determinantes do pool endógeno desses produtos e, consequentemente, da toxicidade associada a esses compostos no contexto das complicações crônicas do diabetes. O artigo revisou os bancos de dados Medline, PUBMed, Periódicos da CAPES, ScienceDirect e Scielo procurando publicações dos últimos 15 anos. Ao final, foram selecionados 57 artigos científicos com textos completos discutidos nas 12 páginas da revisão. Apesar de sabermos da existência dessas substâncias, apenas poucos AGEs foram claramente identificados e podem ser quantificados em estudos laboratoriais. A carboximetillisina (CML) é a mais amplamente estudada. Existem ainda a pirralina e a pentosidina. O artigo explica o mecanismo de formação dos AGEs de forma didática e de fácil entendimento. As autoras enumeram os mecanismos básicos pelos quais os produtos de glicação avançada podem danificar as células, que são três: Modificação de estruturas intracelulares, incluindo aquelas envolvidas com a transcrição gênica; Interação de AGEs com proteínas da matriz extracelular, modificando a sinalização entre as moléculas na matriz e a célula, gerando uma disfunção; Modificação de proteínas e lipídeos sanguíneos. Essas moléculas modificadas podem, então, se ligar a receptores específicos, promovendo a produção de citocinas inflamatórias e fatores de crescimento, os quais, por sua vez, contribuem para a doença vascular. A dieta é considerada atualmente a mais importante fonte exógena de AGEs. Diversos fatores afetam a formação desses compostos no alimento dentre eles: - A composição em nutrientes: observa-se que aqueles alimentos ricos em lipídios, como a manteiga, a margarina e o queijo parmesão, apresentam as maiores concentrações de AGEs. No grupo das bebidas, os sucos naturais e o leite desnatado apresentam proporcionalmente menor teor de AGEs em contraposição aos altos valores encontrados na fórmula láctea infantil. - O método de preparo: métodos que utilizam temperaturas superiores a 170°C, como fritar, assar e grelhar potencializam a formação de AGEs. Importante: a temperatura e o método de cocção são mais críticos para a geração de AGEs que o tempo empregado no processamento. Isto é evidente, por exemplo, nos valores mais altos de AGEs das amostras de peito de frango frito por 8 minutos (73.896U/g), quando comparadas as amostras cozidas por 1 hora (11.236U/g). - A presença de compostos com propriedade antiglicação e/ou antioxidantes nos alimentos: algumas substâncias demonstraram efeitos anti-AGE importantes como a piridoxamina, alilcisteína (componente do extrato de alho), compostos fenólicos, vitaminas C e E, tiamina, taurina e carnosina. Para se tentar ter uma idéia da quantidade de AGEs que ingerimos, estima-se que uma refeição ocidental convencional (rica em proteína e em gordura, preparada sob altas temperaturas) contenha entre 12 a 22 milhões de unidades de produtos de glicação avançada, os quais podem ser parcialmente absorvidos e distribuídos pelo sistema circulatório nos diversos tecidos, contribuindo para o estado pró-inflamatório associado ao diabetes. No artigo é possível saber mais sobre a ação e a correlação dos diferentes tipos de AGEs na patogênese das complicações diabéticas. Outro destaque é a compilação de parte da tabela com conteúdo de AGEs em alimentos adaptada de Goldberg et al. (2004). O assunto é muito interessante e desperta em nós, nutricionistas e diabetologistas, uma nova área para pesquisa em diabetes. Boa leitura a todos! Artigo original: Produtos de glicação avançada dietéticos e as complicações crônicas do diabetes. Barbosa, J. H. P; Oliveira, S. L.; Seara, L. T. Revista de Nutrição de Campinas, 22(1): 113-124, jan/fev, 2009.

http://www.cdbh.com.br/cdbh-informa/observatorio-cientifico/67-produtos-de-glicacao-avancada-dieteticos
Produtos de glicação avançada dietéticos e as complicações crônicas do diabetes
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Por: Marcella Lobato Dias Consoli
Este tema, ainda pouco familiar para nutricionistas e diabetologistas está nas maiores rodas de discussão do mundo. O Congresso Europeu de Endocrinologia realizado em Praga, em abril deste ano, mostrou que este assunto é a “bola da vez”, como disse o Dr. André G. Daher Vianna do Centro de Diabetes de Curitiba.
Ao pesquisar sobre o tema encontram-se vários artigos recentes e algumas revisões de literatura. O artigo que me chamou a atenção, e que vamos discutir aqui, é uma revisão nacional publicada na Revista de Nutrição de Campinas em fevereiro do ano passado. Realizada por um grupo de nutricionistas especialistas da Universidade Federal de Alagoas as informações apresentadas nesta revisão apontam para o fato de que os produtos de glicação avançada presentes na alimentação constituem importantes determinantes do pool endógeno desses produtos e, consequentemente, da toxicidade associada a esses compostos no contexto das complicações crônicas do diabetes.
O artigo revisou os bancos de dados MedlinePUBMed, Periódicos da CAPES, ScienceDirect e Scielo procurando publicações dos últimos 15 anos. Ao final, foram selecionados 57 artigos científicos com textos completos discutidos nas 12 páginas da revisão. Apesar de sabermos da existência dessas substâncias, apenas poucos AGEs foram claramente identificados e podem ser quantificados em estudos laboratoriais. A carboximetillisina (CML) é a mais amplamente estudada. Existem ainda a pirralina e a pentosidina. O artigo explica o mecanismo de formação dos AGEs de forma didática e de fácil entendimento.
As autoras enumeram os mecanismos básicos pelos quais os produtos de glicação avançada podem danificar as células, que são três:
  1. Modificação de estruturas intracelulares, incluindo aquelas envolvidas com a transcrição gênica;
  2. Interação de AGEs com proteínas da matriz extracelular, modificando a sinalização entre as moléculas na matriz e a célula, gerando uma disfunção;
  3. Modificação de proteínas e lipídeos sanguíneos. Essas moléculas modificadas podem, então, se ligar a receptores específicos, promovendo a produção de citocinas inflamatórias e fatores de crescimento, os quais, por sua vez, contribuem para a doença vascular.
A dieta é considerada atualmente a mais importante fonte exógena de AGEs. Diversos fatores afetam a formação desses compostos no alimento dentre eles:
A composição em nutrientes: observa-se que aqueles alimentos ricos em lipídios, como a manteiga, a margarina e o queijo parmesão, apresentam as maiores concentrações de AGEs. No grupo das bebidas, os sucos naturais e o leite desnatado apresentam proporcionalmente menor teor de AGEs em contraposição aos altos valores encontrados na fórmula láctea infantil.
O método de preparo: métodos que utilizam temperaturas superiores a 170°C, como fritar, assar e grelhar potencializam a formação de AGEs. Importante: a temperatura e o método de cocção são mais críticos para a geração de AGEs que o tempo empregado no processamento. Isto é evidente, por exemplo, nos valores mais altos de AGEs das amostras de peito de frango frito por 8 minutos (73.896U/g), quando comparadas as amostras cozidas por 1 hora (11.236U/g).
A presença de compostos com propriedade antiglicação e/ou antioxidantes nos alimentos: algumas substâncias demonstraram efeitos anti-AGE importantes como a piridoxamina, alilcisteína (componente do extrato de alho), compostos fenólicos, vitaminas C e E, tiamina, taurina e carnosina.
Para se tentar ter uma idéia da quantidade de AGEs que ingerimos, estima-se que uma refeição ocidental convencional (rica em proteína e em gordura, preparada sob altas temperaturas) contenha entre 12 a 22 milhões de unidades de produtos de glicação avançada, os quais podem ser parcialmente absorvidos e distribuídos pelo sistema circulatório nos diversos tecidos, contribuindo para o estado pró-inflamatório associado ao diabetes.
No artigo é possível saber mais sobre a ação e a correlação dos diferentes tipos de AGEs na patogênese das complicações diabéticas. Outro destaque é a compilação de parte da tabela com conteúdo de AGEs em alimentos adaptada de Goldberg et al. (2004).
O assunto é muito interessante e desperta em nós, nutricionistas e diabetologistas, uma nova área para pesquisa em diabetes. Boa leitura a todos!
Artigo original:
Produtos de glicação avançada dietéticos e as complicações crônicas do diabetes. Barbosa, J. H. P; Oliveira, S. L.; Seara, L. T. Revista de Nutrição de Campinas, 22(1): 113-124, jan/fev, 2009.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

368- Lançamento de Livros da Fanut/Ufal na IV Bienal Internacional do Livro de Alagoas


Convidamos a comunidade da Faculdade de Nutrição (FANUT), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), para o lançamento dos livros “Sabores Sem Trans”, “...3,4 Feijão com arroz no prato” e “Manual de uso e interpretação das DRIs na análise quantitativa de inquéritos dietéticos”, a ocorrer no dia 28 de outubro, às 19 horas, na V Bienal Internacional do Livro de Alagoas, no Centro de Convenções Ruth Cardoso, através da Editora da Universidade Federal de Alagoas (EDUFAL).
O livro “Sabores Sem Trans” foi desenvolvido por integrantes do projeto de extensão “ZeroTrans: preparações alimentares isentas de gorduratrans para a saúde da população”, da FANUT/UFAL, coordenado pela Profa. Ms. Manuela Mika Jomori,em parceria com o SESC – Serviço Social do Comércio e Restaurante Universitário (RU/UFAL).Este livro explica o que é gordura trans, seus malefícios à saúde e apresenta dicas de como substituí-la na alimentação, com receitas desenvolvidas ao longo de um ano de atuação do projeto junto à comunidade, com o intuito de propagar práticas alimentares saudáveis, sem gordura trans.
O livro “...3,4 Feijão com arroz no prato” foi elaborado pelo grupo do Laboratório de Nutrição em Cardiologia e Co-morbidades (NUTRICARDIO) da FANUT/UFAL, coordenado pela Profa. Dra. Sandra Mary Lima Vasconcelos, com apoio da Diretoria de Promoção da Saúde (DIPS)/Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (SESAU-AL). Este livro consiste num importante instrumento de educação alimentar e nutricional, uma vez que visa à propagação de uma alimentação saudável, com estímulo ao consumo de feijão com arroz, prato típico do brasileiro, sendo produto do projeto de extensão “Feijão com arroz” também da FANUT/UFAL. Este trabalho tem se destacado na comunidade científica e na mídia, com a exibição recente de uma matéria sobre o feijão com arroz no Jornal Hoje da TV Globo.
O livro “Manual de uso e interpretação das DRIs na análise quantitativa de inquéritos dietéticos”, o qual também foi elaborado por integrantes do grupo NUTRICARDIO, trata das recomendações de ingestão de nutrientes e sua aplicação no estudo do consumo alimentar, avaliado a partir da aplicação de inquéritos dietéticos populacionais. É um guia prático na interpretação dessas recomendações usualmente realizada por profissionais e estudantes de Nutrição.

Outro evento: ASSOCIAÇÃO ALAGOANA DE NUTRIÇÃO (ALNUT)
Centro de Convenções de Maceió
31/out a 2/nov de 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

366- Prato da alimentação saudável -Harvard

Departamento de Nutrição da Escola Harvard de Saúde Pública.

Este guia busca superar as falhas de seu antecessor, o MyPlate, lançado este ano pelo governo dos Estados Unidos.

O MyPlate indica apenas a proporção de cada classe alimentar na refeição, sem especificar quais as opções mais saudáveis.

http://hsph.harvard.edu/nutritionsource/


Esta é o prato da Alimentação Saudável que recomenda:

Metade da sua refeição deve ser constituída de vegetais e frutas. Procurar variedade entre este alimentos. Contudo, ter em mente que as batatas e batatas fritas não devem ser consumidas devido seu alto teor em amido.
Escolha cereais integrais sempre que puder. Limitar o consumo de grãos refinados, como arroz branco e pão branco, porque o corpo rapidamente os transforma em açúcar no sangue.
Escolha as mais saudáveis ​​fontes de proteína, como peixe, aves, feijões e nozes; diminuir a carne vermelha, evitar bacon, carnes em conserva, e outras carnes processadas.
Óleos saudáveis ​​(como azeite de oliva e canola) devem ser consumidos. Não tenha medo de usá-las para cozinhar, na salada e à mesa. Não para fritar, aliás as frituras devem ser evitadas.
Beber água, chá ou café.
Leite e seus derivados -limitá-los a 1-2 porções / dia. Vá devagar com suco. Evite bebidas açucaradas.
E permanecer ativo!

Comer o alimento natural. Essa é a essência da mensagem de hoje da nutrição. Nosso conhecimento de nutrição deu uma volta completa, preferir o alimento que é o mais próximo possível à maneira como a natureza o fez. Baseado em uma base sólida de ciência da nutrição atual, Eating Harvard Relatório Especial de Saúde Saudável: Um guia para a nutrição novos descreve como comer para uma ótima saúde.
http://www.health.harvard.edu/plate/comparison-of-healthy-eating-plate-and-usda-myplate







http://youtu.be/yLgL9lop-GI

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

365- Relevância fisiológica de melanoidinas dietética

Um pré-requisito para componentes da dieta ter um efeito biológico é a sua biodisponibilidade, com exceção relevante do efeito dentro do trato gastrointestinal.

Em geral, a biodisponibilidade de alto peso molecular de Produtos da reação de Maillard (MRPs) é assumida ser altamente limitada, enquanto que  baixo MRPs molecular, em especialmente quando administrado como livre, compostos não-ligados a proteína, quantidades substanciais pode ser detectada na urina após a ingestão dietética (Somoza 2005). Portanto, quando falamos em AGEs, estamos falando de adutos livres, que são absorvidos em proporções que variam conforme diversos autores, isto é, diferentes autores estudaram adutos de livres isoladamente, mostrando absorção variada de cada tipo de aduto, entenderam?

Os primeiros dados metabólicos do trânsito de frutosilisina como um composto de Amadori em voluntários humanos foram relatados por Erbersdobler et al. (1986), mostrando que a excreção urinária
de frutosilisina administrada por via oral é de cerca de 3%, enquanto excreção fecal pode ser estimada em cerca de 1%.  Estes dados confirmou uma hipótese feita 16 anos antes (Erbersdobler et al. 1970), quando os microorganismos intestinais foram pensados ​​para degradam produtos Amadori. A prova desta hipótese foi finalmente, fornecida pelo Wiame et al. (2002) que descobriu o enzima frutosamina-6-quinase, que permite a Escherichia coli e outras espécies de metabolizar produtos Amadori. Nos últimos 20 anos, alguns estudos mais focados na metabolismo dos alimentos derivados de MRPs (para revisão, ver Faist e Erbersdobler 2001; Bergmann et al. 2001; Somoza et al. 2005, 2006), todos demonstrando uma taxa de absorção de MRPs LMW de até 30%, dependendo da estrutura e da dose administrada.

Bergmann et al. (2001)  usou PET para monitorar biodistribuição e eliminação de radiofluorinatado Ne-carboxymethyllysine (CML). Os autores descobriram que o composto foi rapidamente absorvido e transportado para a circulação, seguido por uma excreção através dos rins.

Melanoidinas de alto peso molecular, Finot e Magnenat (1981) relataram uma taxa de excreção urinária de um 10.000 de uma fração  marcada com C14, aquecida a 100° C, mistura de caseína / glicose de 4,3%, em oposição a uma excreção urinária de 27% da dose administrada para o LMW fração abaixo de um peso molecular de 10000 Da.
Tomado juntos, há indícios de que baixa e até mesmo alta MRPs molecular estão sendo absorvidos pelo menos até certa medida, embora dados relativos ao trânsito metabólica para uma estrutura de MRP mostrando uma bioatividade-estrutura específicos, tais como um antioxidante atividade in vivo ainda são insuficientes. Alimentos submetidos a tratamento térmico, no entanto, constam de numerosos estudos de intervenção em animais e os seres humanos realizados visando a sua capacidade de aumentar a capacidade antioxidante no plasma ou tecidos. Em relação melanoidinas, estudos em ratos sugeriram que eles são absorvidos, provavelmente após alguma modificação por enzimas intestinais  e / ou microorganismos. Curiosamente, em estudos realizados por Finot e Magnenat (1981), um LMW fração não era detectado por cromatografia em gel na fezes de ratos alimentados com uma dieta contendo melanoidinas HMW 2%, mas as melanoidinas excretadas tiveram uma proporção ainda menor de componentes LMW do que o original.

Portanto, pode-se especular que mesmo os melanoidina HMW fração na dieta foi degradado em frações LMW por microorganismos intestinais, e estes produtos foram absorvidos nos intestinos. No entanto, mesmo não absorvidas melanoidinas podem provocar efeitos benéficos passando pelo intestinos (Gokmen et al. 2009).
A ingestão diária de melanoidinas de diferentes fontes está na ordem de grandeza da quantidade recomendada para ingestão de fibra alimentar que é de 30 g / dia. No entanto, melanoidinas não se enquadram na definição de fibra dietética porque elas não são exatamente polissacarídeos naturalmente' presentes em alimentos crus, são formados no processamento e além disso elas incluem uma molécula de  aminoácido e proteínas além de polissacarídeos.
Por outro lado, há evidências de que melanoidinas realmente se comportam como fibra dietética, sendo largamente indigesríveis por seres humanos e fermentadas no intestino. comparando melanoidinas com os vários tipos de recursos naturais polissacarídeos, uma semelhança estrutural com arabinoxilanos dos cereais.

A outra característica fundamental que deve ser investigada para qualquer ingrediente alimentar não digerível é a capacidade de promover o crescimento de bactérias benéficas no intestino grosso.
Esta importante propriedade é atribuída a compostos prebióticos em alimentos. Em geral, "substância pré-biótica" o termo refere-se a fibra dietética solúvel (fruto-oligossacarídeos e inulina) que é capaz de modificar o equilíbrio intestinal de microorganismos, principalmente aumentando a concentração de lactobacilos e bifidobactérias (Gibson et al. 2004).

Dados de estudos em humanos e animais têm demonstrado que melanoidinas alimentares não são digeridos no trato gastrintestinal superior e elas são principalmente recuperada nas fezes (Faist e Erbersdobler 2001). Portanto, melanoidinas alimentares, como parte de material indigerível do alimento que chega ao intestino grosso, pode ser metabolizada pelos microrganismos do intestino e pode ser considerado como um potencial material prebiótico. A este respeito, primeiras investigações foram abordados por Erbersdobler et al. (1970) e Horikoshi et al. (1981) sobre o efeito de MRPs sobre os microrganismos em ratos. Mais tarde estudos mostraram que a digestão de melanoidinas escapam e passam através do trato gastrointestinal superior, onde podem interagir com as diferentes espécies microbianas presentes no intestino grosso (Finot e Magnenat 1981).

Ames et al. (1999) testaram a atividade prebiótica de albumina de soro bovina glicada -BSA, mas não foram encontrados efeitos benéficos. Mais tarde, Dell'Aquila et al. (2003) mostraram que produtos de baixa massa molecular  formados por peptídeos e tripepitídeos digeridos de melanoproteinas, são capazes de alterar o crescimento de bactérias.
Borrelli e Fogliano (2005) investigaram a potencial atividade prebiótica por uma cultura com melanoidinas isolado do pão. Os resultados mostraram que bactérias anaeróbias, particularmente cepas bifidobactérias, são capazes de usar melanoidinas da crosta de pão como única fonte de carbono. O crescimento bacteriano foi diferente para os diversos tipos de amostras de melanoidina, indicando que o  material e as condições de processamento têm uma forte influência sobre o potencial prebiótico das melanoidinas  do pão. Em particular, foi possível notar que após cerca de 10 h de fermentação do pão, resultando assim melanoidinas de apoio ao crescimento bifidobactérias, enquanto as outras bactérias consideradas (Clostridia, Bacteroides spp., Estreptococos e Enterobacteriacea) mostraram uma aptidão limitada para usar as melanoidinas.
Em conclusão, melanoidinas da crosta de pão pode ser metabolizada / fermentada pelos microrganismos do intestino grosso humano.
Estas melanoidinas seletivamente aumentam o crescimento de bifidobactérias, que são bactérias desejáveis ​​no intestino devido às suas propriedades promotoras à saúde.

Nunes e Coimbra (2007) também demonstraram que melanoidinas do café que são principalmente constituídos por polissacarídeos, como arabinogalactanos e galactomananas tem um bom potencial prebiótico.
Recentemente, uma série de artigos publicados pelo grupo de Bunzel da Universidade de Minnesota (Gniechwitz et al. 2008a, b; Reichardt et al. 2009) mostraram que melanoidinas do café definitivamente se comportam como uma fibra dietética solúvel desde elas sejam fermentadas pelos microrganismos no intestino. Alta quantidades de acetato e propionato foram produzidos após degradação microbiana de componentes de alto peso molecular do café; os autores também apontam que a maior parte do efeito
é devido a galactomananas e arabinogalactanos que estão também presentes na fração de alto peso molecular do café.
As atividades biológicas também pode ser atribuídas à produtos de degradação da melanoidinas no intestino grosso.


Francisco J. Morales, Veronika Somoza, Vincenzo Fogliano. Physiological relevance of dietary melanoidins. Amino Acids , pp. 1-13. Article in Press

364-Aspectos benéficos do processamento de alimentos

Aspectos benéficos do processamento de alimentos com foco principal na cozinha / tratamento térmico, incluindo outras técnicas de processamento de alimentos (por exemplo, fermentação). Benefícios do processamento térmico incluem inativação de patógenos, toxinas naturais ou outros componentes prejudiciais, o prolongamento do prazo de validade, a digestibilidade e biodisponibilidade de nutrientes, palatabilidade melhorada, textura e sabor e melhores propriedades funcionais, incluindo aumentado antioxidantes e outras defesa da eficácia antimicrobiana aumentada. Processamento térmico pode trazer algumas conseqüências não intencionais indesejáveis, tais como perdas de determinados nutrientes, formação de compostos tóxicos (acrilamida, furano ou acroleína), ou de compostos com efeitos negativos sobre a textura, sabor percepção, ou cor. Tratamento térmico de alimentos precisa ser otimizado a fim de promover efeitos benéficos e para contrariar, para o melhor possível, os efeitos indesejáveis. Isto pode ser conseguido de forma mais eficaz / forma sustentável por meio do ajuste fino consistente de processos tecnológicos, dentro de condições normais de cozimento doméstico. Os pontos mais importantes identificados para posteriores estudos estão informações sobre os alimentos processados ​​a serem considerados no trabalho epidemiológico, bases de dados deve ser construído para estimar o consumo de compostos de alimentos processados​​, a tradução de ensaios in vitro resultados para in-vivo relevância para a saúde humana devem ser trabalhado, processos térmicos e não térmicos devem ser otimizados pela aplicação dos princípios de cinética.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/mnfr.200900608/pdf

Martinus van Boekel et al. A review on the beneficial aspects of food processing. Mol. Nutr. Food Res. 2010, 54, 1215–1247

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

363 - FAO disponibiliza Tabela de Composição de Alimentos da América Latina


A necessidade de se contar com informação sobre composição de alimentos atualizada, adequada e confiável é cada dia mais importante para os países da América Latina.
A presente edição da Tabela de Composição de Alimentos da América Latina contém dados proporcionados pela Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Honduras, México, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. E é parte de um esforço organizado para disponibilizar informações regionais atualizadas, documentadas e, especialmente, próprias dos alimentos da região.

Clique em INTRODUCCIÓN para busca dos alimentos, conforme instruções da página.
Muitos alimentos não apresentam informações completas, somente de alguns nutrientes.