Existem uns 5 tipos de substâncias na soja que podem ser tóxicas para os humanos, caso não sejam removidas através de processamento especial.
Existem substâncias químicas produzidas naturalmente na soja que, se não forem removidas (deixar a soja de molho antes de cozinhar, fazer um cozimento lento e permitir fermentação), podem causar sérios problemas de saúde, se ingeridos em demasia.
As principais toxinas da soja são alergênicos, fitatos, inibidores de protease, genisteína, e goitrogênicos (causadores do bócio, ou papo).
Os asiáticos, após milhares de anos, aprenderam a remover as toxinas e a tirar proveito dos ricos nutrientes da soja.
Os alergênicos podem causar reações alérgicas muito pronunciadas em algumas pessoas, que provavelmente inclui de 10 a 20 por cento da população do mundo ocidental.
Os fitatos por se ligarem muito fortemente a minerais essenciais, especialmente o zinco, impedindo que esses minerais sejam absorvidos no organismo, podem ser um problema
Alguns estudos têm indicado que um consumo excessivo de fitatos em crianças pode causar raquitismo, devido à sua ação zinco-depletiva.
Os fitatos deixam de ser um problema se proteína animal for incluída na dieta.
O zinco é necessário para mais de 50 reações enzimáticas no organismo, inclusive muitas daquelas necessárias para as funções cerebrais.
Altos níveis de cobre e baixo de Zinco
E se tiver predominância estrogênica, ou estiver tomando anticoncepcionais, você já tem um problema com os altos níveis de cobre e os baixos níveis de zinco, e isso só vai piorar a situação.
A Dra. Ellen Grant, pesquisadora hormonal da Inglaterra, acredita que é esse desequilíbrio que causa mudanças de humor e irritação na TPM, bem como em mulheres na menopausa.
A genisteína [das isoflavonas] é a próxima na lista dos antinutrientes.
A sua estrutura é similar à do estradiol, se encaixa muito bem nos receptores de estrogênio das células, acionando esses receptores da mesma forma que o estradiol.
Porém, a genisteína desempenha muitas outras atividades no corpo humano.
Ela inibe um grande número de diferentes enzimas, algumas das quais responsáveis pela síntese do estrogênio, incluindo as que convertem androgênios em estrona (aromatase) e estrona em estradiol (17-HSD).
A genisteína é também um potente inibidor da tirosina cinase - enzima que transporta moléculas de fosfato de alta energia para o interior das células, com o objetivo de acionar processos celulares como a proliferação de células.
As células cancerosas tendem a ativar a tirosina cinase, portanto a genisteína tem demonstrado ser bastante útil no bloqueio da proliferação de células.
No entanto, isso pode ser uma faca de dois gumes, pois as células normais também necessitam de um pouco de atividade das tirosinas cinases.
Isso inclui folículos capilares, neurônios da memória no cérebro, etc.
Outra coisa que um alto nível de genisteína faz é bloquear o transporte de glicose para as células, ao inibir a enzima chamada GLUT-1.
Ela é um dos principais transportadores de glicose que ficam no lado de fora das células cerebrais, glóbulos vermelhos do sangue, e em muitos outros locais, e que levam glicose para as células.
Como o cérebro é muito dependente da glicose como fonte de energia, existe uma preocupação que muita genisteína por um período prolongado de tempo possa ser tóxica para o cérebro.
Posição do Dr. David Zava:
"Com terapia de reposição de progesterona e/ou estrogênio, a mulher muitas vezes obtém um alívio completo dos sintomas da menopausa.
Como os hormônios naturais são seguros e eficazes, quando usados de forma adequada, eu acho que forçar o uso da soja é uma abordagem equivocada, além de comprometer seriamente a saúde e a qualidade de vida de milhões de mulheres."
Alimentos à base de soja podem ser importantes como parte de uma nutrição equilibrada e estilo de vida adequado para os sintomas da menopausa, porém eles não representam uma solução por si mesmos. Mesmo o consumo em altas doses de derivados de soja repletos de isoflavonas pode suprimir apenas minimamente os sintomas da menopausa, para a maioria das mulheres.
O recente estudo da Bowman-Gray School of Medicine examinou o poder da proteína de derivados de soja em aliviar os sintomas da menopausa. O lado positivo do estudo foi que a intensidade das ondas de calor foi reduzida. Porém, não houve diferença estatística quanto ao número de ondas de calor que essas mulheres apresentavam.
Com terapia de reposição de progesterona e/ou estrogênio, a mulher muitas vezes obtém um alívio completo dos sintomas da menopausa. Como os hormônios naturais são seguros e eficazes, quando usados de forma adequada, eu acho que forçar o uso da soja é uma abordagem equivocada, além de comprometer seriamente a saúde e a qualidade de vida de milhões de mulheres.
http://www.novatrh.net/soja.html
GOITROGÊNICO
O quinto antinutriente da soja é um goitrogênico. É uma substância que se "gruda" ao iodo, evitando a sua absorção pelo organismo a partir do trato gastrointestinal.
Este fator diminui na captação de iodo pela tireóide.
O iodo é necessário para a produção do hormônio da tireóide.
A genisteína funciona como um pró-estrógeno e não como um antiestrógeno, como o tamoxifen.
A sugestão da imprensa popular de que a genisteína, em concentrações encontradas nos alimentos, inibe o desenvolvimento do câncer da mama está simplesmente errada e não tem base em fato científico.
Na Segunda Conferência Sobre Soja, ocorrida em Bruxelas - Bélgica, relataram que proteínas de derivados de soja aumentaram a proliferação de células normais dos seios de humanos saudáveis.
Se você não for alérgico a alimentos de soja, consuma de preferência os produtos fermentados, como missô ou tempê, pois muitos dos antinutrientes já foram reduzidos nessa forma.
Caso você coma soja na forma de tofu, leite de soja ou em pó, por exemplo, coma-os em conjunto com plantas marinhas ricas em minerais, como kombu e nori, além de proteína animal, de preferência peixe, para contrabalançar os conteúdos mais elevados de antinutrientes, tais como fitatos e inibidores de enzimas digestivas.
Médicos continuam afirmando que reposição hormonal continua sendo o tratamento de primeira escolha.
Os fitohormônios acabam sendo usados em duas ocasiões: contra-indicações precisas dos remédios tradicionais e inadaptação da paciente à terapia.
Recentemente, a agência indeferiu os pedidos de registro de alguns alimentos, entre os quais os derivados da soja Mega Soy, Isoflavona de soja, Isoflan, Soybean, Isoflavona, Proestron, Isoflaris e Previna.
Estes são alguns dos 18 produtos investigados pelo Idec.
Além disso, um workshop sobre isoflavonas, promovido pela Anvisa em 29 de setembro, estabeleceu como consenso que isoflavonas sejam consideradas medicamentos fitoterápicos.
A literatura científica mostra que as doses terapêuticas diárias de isoflavona necessárias para obtenção dos efeitos propostos são variáveis ou extraordinariamente elevadas.
Como exemplo, efeitos cardiovasculares desejáveis devem ser produzidos por doses em torno de 62 mg/dia, segundo estudo de John Crouse, do Departamento de medicina da Wake Forest University, Carolina do Norte, EUA.
Para produzir efeitos protetores contra osteoporose, a dose diária seria em torno de 80 mg de isoflavona.
Quanto à utilização na terapia de reposição hormonal, doses de 50 mg a 90 mg ao dia são propostas em vários trabalhos, enquanto para o combate ao câncer seriam necessárias de 100 mg a 400 mg por kg/dia.
Por exemplo, o Gynoflavona, indicado para terapia de reposição hormonal, proteção contra osteoporose, doenças cardiovasculares e câncer, propõe a ingestão de um a três comprimidos ao dia. Como o produto apresenta-se na forma de comprimidos de 8 mg ou de 16 mg, nem mesmo a dose diária máxima sugerida pelo fabricante (48 mg) seria capaz de produzir os efeitos sugeridos, conforme dados mencionados nos trabalhos científicos.
Outro problema verificado com a utilização de isoflavonas tem fundamento em sua necessária associação com componentes nutricionais da soja para surtir os efeitos desejáveis.
Um estudo demonstrou que apenas quando 95 mg de isoflavona são administradas em associação com 50 g de proteínas da soja pode-se promover um declínio de 2,6% nas concentrações de colesterol não HDL em tempo médio de tratamento.
Isso corresponderia a uma modesta redução de 6 mg/dL.
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