sábado, 9 de junho de 2012

368-Bloqueio de "RAGE" e "AMPHOTERINA" alvo para terapia anticâncer


http://www1.unimed.com.br/nacional/bom_dia/saude_destaque.asp?nt=7426 
18/05/2000

Estudo indica alvo para terapia anticâncer

Bloqueio de proteínas reduz tamanho de tumor e inibe formação de metástases, atrasando o progresso da doença
DA REPORTAGEM LOCAL
Cientistas norte-americanos conseguiram identificar proteínas que atuam no crescimento de tumores e na formação de metástases (quando células cancerosas saem da sua localidade primária e se instalam e outro lugar). Ao bloquear essas proteínas, por meio de medicamentos específicos (ainda por desenvolver), seria em princípio possível impedir a progressão do câncer.
Testes com ratos, feitos por cientistas da Universidade Columbia (EUA), indicaram que o bloqueio de duas proteínas, "RAGE" e "amphoterin", deixaram as células cancerosas "dormentes", detendo a progressão do tumor.
"Aplicado a outros tratamentos usados para reduzir o crescimento do tumor, a técnica pode aumentar o benefício de terapias anticâncer", escreveram os cientistas na revista "Nature" de hoje.
A proteína RAGE atua em vários sistemas do corpo, inclusive em processos de inflamação e em doenças como diabetes e mal de Alzheimer. Por ser um receptor (espécie de fechadura), a RAGE é ativada quando encontra a sua "chave" -a proteína amphoterina. No cérebro, as duas proteínas têm a função de controlar o crescimento de neurônios.
Uma vez acionada, a combinação RAGE-amphoterina promove uma série de mudanças químicas nas células, alterando seu comportamento. Os cientistas partiram da hipótese de que a ligação RAGE-amphoterina poderia estimular a migração das células cancerosas e a invasão de outros tecidos pelas mesmas, resultando em metástases (veja quadro).
"Ao bloquear as interações entre as duas proteínas, foi possível comprovar que houve redução no crescimento de tumores e a eliminação quase total de metástases em ratos", disse a pesquisadora Anne Marie Schmidt.
Confirmação em humanos
Os pesquisadores querem investigar melhor os efeitos do bloqueio das proteínas e testá-lo nos mecanismos anteriores à instalação da metástase.
Embora os cientistas considerem essa descoberta um novo alvo para medicamentos, o estudo ainda precisa ser confirmado em humanos. "Não sabemos ainda se o resultado será o mesmo em humanos", disse Schmidt.
Com agências internacionais
Novos medicamentos ainda demoram
DA REPORTAGEM LOCAL
A aplicação dessa descoberta dependerá do desenvolvimento de drogas capazes de bloquear as proteínas RAGE e amphoterin. No estudo publicado na revista "Nature", a pesquisadora Anne Marie Schmidt, da Universidade Columbia, nos EUA, testou várias formas de bloquear a RAGE e a amphoterin em três tipos de ratos com câncer.
Schmidt testou anticorpos específicos contra a RAGE e contra a amphoterin. Outra forma foi introduzir nos ratos formas defeituosas da RAGE. Testou também substâncias para bloquear a RAGE, impedindo que a amphoterin se ligasse a ele. As três formas foram eficientes, mas sua transformação em medicamentos seguros pode consumir anos.
"Bloquear a interação das proteínas impedindo o desenvolvimento de tumores, sem efeitos colaterais, é o objetivo", informaram os cientistas.
Reduções significativas no tamanho do tumor foram observadas em ratos após 21 dias. Schmidt afirmou ainda que o uso simultâneo de anticorpos específicos contra RAGE e amphoterina funcionou melhor do que o uso individual de cada um dos compostos. As drogas eram administradas uma vez ao dia.
A pesquisa testou também em laboratório e em animais a ação desse tratamento em outros tipos de câncer. O estudo indicou que a administração dessas terapias inibiu também a formação de um tipo de câncer de pele em ratos estimulados geneticamente para desenvolver a doença.
Fonte: Folha de São Paulo - São Paulo/SP 

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