quarta-feira, 9 de maio de 2012

358- AGEs e risco de fratura óssea em diabetes


Recente meta-análises revelou que o risco de fratura óssea está aumentada em ambos pacientes diabéticos tipo 1 e tipo 2; isto não pode ser explicado pela baixa densidade mineral óssea, porque ela está aumentada no diabete tipo 2, embora baixa no diabete tipo 1. Embora vários fatores podem influenciar a qualidade do osso e aumentar a fragilidade do osso na diabetes, há um acúmulo de provas para a associação entre a osteoporose e calcificação vascular, que é um preditor independente de morbi-mortalidade cardiovascular. Produtos de glicação avançada (AGEs) são formados por uma reação não enzimática entre aldeídos de açúcares redutores ou de outros compostos e os grupos amino das proteínas, lipídios ou de ácidos nucléicos, que podem contribuir para o envelhecimento de macromoléculas. A formação e acumulação de AGEs, progrede a uma taxa acelerada em diabetes. Há evidências que AGEs e seu receptor (RAGE) provocam a geração de estresse oxidativo e, posteriormente, uma cascata de respostas inflamatórias nas células da parede vascular, onde osteoblastos e osteoclastos são envolvidos em ambas a calcificação vascular e osteoporose em diabetes. Além disso, a ligação cruzada na matriz óssea orgânica causada por AGEs podem afetar adversamente a resistência à fratura do osso. Portanto, analisar o papel fisiopatológico do sistema de estresse oxidativo AGEs-RAGE na densidade mineral óssea diminuída e no aumento da fragilidade óssea em diabetes e discutir as intervenções terapêuticas potenciais do eixo AGEs-RAGE para a prevenção de osteoporose em diabetes, foram os objetivos do trabalho abaixo citado:

Yamagishi S. Role of advanced glycation end products (AGEs) in osteoporosis in diabetes. Curr Drug Targets. 2011;12(14):2096-102.

Os produtos de glicação são formados em excesso, principalmente durante o envelhecimento e o diabetes mellitus (DM). No caso do DM, uma das consequências prejudiciais da hiperglicemia crônica e do constante estresse oxidativo, causados por um controle glicêmico inadequado, é a formação acelerados dos AGEs in vivo, via reação de Maillard (lapolla et al., 2005).Esta hiperglicemia crônica pode resultar em um significante acúmulo de AGEs em certas proteínas de vida longa como as do cristalino. O cristalino está sujeito a uma progressiva modificação por AGEs, ocorrendo um escurecimento lenticular e acúmulo de ligações cruzadas (Monnier et al., 1981) O resultado dessa opacificação é a formação de cataratas, processo associado com diabetes e envelhecimento.
Os AGEs acumulam-se em proteìnas da matriz extracelular, como no processo fisiológico de envelhecimento (Frye et al., 1998); entretanto, isso ocorre mais rapidamente em indivíduos com diabetes mellitus do que em indivíduos não diabéticos (Schleicher et al., 1997). Também foi demonstrado que há uma grande correlação entre a importância dos depósitos de AGEs e a severidade das complicações diabéticas (Brownlee et al., 2001).
Portanto, a formação e o acúmulo de AGEs são características em tecidos de indivíduos mais idosos (envelhecimento e em pacientes com diabetes mellitus, sendo que esses produtos estão implicados com a patogênese das complicações micro e macrovasculares no diabetes (Brownlee, 2001). A disfunção microvascular, incluindo o espessamento da membrana basal, aumento da permeabilidade vascular estado prè-trombótico, e redução de fluxo sanguíneo, é uma característica onipresente na doença microvascular da retina, rins e nervos periféricos (Singh et al., 2001).

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