Recomendo, também, a leitura das postagens: 323, 307, 306, 190 etc... todas com o marcador, a direita do blog, ômega 6/ ômega 3.
Utilizando como instrumento de consulta a tabela da TACO, a proporção aproximada da relação ω6/ω3 dos óleos abaixo relacionados, foi a seguinte:
Óleo de CANOLA 3:1
Óleo de SOJA 9:1
Óleo de BABAÇU 9,54:1
Azeite de OLIVA 12:1
Óleo de MILHO 52:1
Óleo de GIRASSOL 159:1
Observação: É importante não só a razão entre ácidos graxos ômega 6/ômega 3, mas a quantidade absoluta de ômega 3 presentes nos alimentos.
Estes ácidos graxos essenciais são aqueles que não podem ser sintetizados pelo organismo, mas são necessários para o funcionamento do organismo. A razão entre a ingestão diária de alimentos fonte de ácidos graxos ω6 e ω3 resultou em várias recomendações que tem sido estabelecidas por autores e órgãos de saúde, em diferentes países. Há muitas evidências de que uma razão ω6/ω3, oferecida pela dieta de 4:1, fornece ótima razao tecidual de ácido araquidônico para ácido eicosapentaenóico, ambos fornecem eicosanóides, com funções fisiológicas benéficas nos sistemas cardiovascular, reprodutivo, respiratório, renal endócrino e imune, em doenças cardiovasculares, dislipidemias, doenças inflamatórias crônicas como a diabete, artrite reumatóide e depressão.
O ácido linoléico (18:2 ω6) forma o γ linolénico, que é convertido a dihomo-gama-linolênico e este, na sequência gera ácido aracdônico. Este é precursor de eicosanóides . Os eicosanóides são produzidos nos tecidos, sendo responsáveis pela formação especificamente dos prostanóides (prostaglandinas e tromboxanos) da série 2 e leucotrienos da série 4, mediadores bioquímicos potentes envolvidos na inflamação, infecção, lesão tecidual, modulação do sistema imune e agregação plaquetária. Em outra via, o ácido linolênico (18:3 ω3) é convertido de forma lenta em ácido eicosapentanóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), precursores de mediadores químicos menos potentes, os prostanóides da série 3 e leucotrienos da série 5, que promovem efeitos fisiológicos, incluindo modulação da resposta imune, menos potentes.
Os ácidos graxos ômega 3 favorecem a produção de prostaciclinas, prevenindo a formação de coágulos e causar vasodilatação, efeitos diferentes daqueles favorecidos por eicosanóides gerados a partir de ácidos graxos ômega 6. Por esse motivo, considera-se, de modo geral, que os ácidos graxos ω3 tem papel maior no mecanismo de defesa do sistema imune enquanto que o ω6 participa de forma mais efetiva do processo inflamatório.
As séries de ácidos graxos ômega 3, ômega 6 e ômega 9 competem entre si, pela enzima Δ6 dessaturase, que é uma chave metabólica clássica e comum para ambas as vias metabólicas e apresentam maior afinidade pelos substratos mais altamente insaturados. Logo, devido essa natureza competitiva, cada ácido graxo pode interferir no metabolismo do outro, apresentando implicações nutricionais. Um excesso de ômega 6 irá reduzir o metabolismo de ômega 3, levando possivelmente a um déficit de seus metabólitos, incluindo o ácido eicosapentanóico. O DHA e o EPA interferem no sistema imune competindo com o ácido aracdônico (AA) no metabolismo da cicloxigenase na membrana celular.
Logo, o aumento exagerado de ω3 reduz a relação desses ácidos graxos (ω6:ω3) a níveis mais baixos de 3:1, podendo propiciar alterações indesejáveis na coagulação sangüínea (como aumento do tempo de hemorragia, diminuição da agregação plaquetária, viscosidade do sangue e fibrinogênese, aumento da deformidade eritrocitária, diminuindo a tendência para formação de trombos) e na própria resposta citocínica e inflamatória. Porém, em nenhum dos estudos analisados por Simopoulos (1991) evidenciou-se que pacientes submetidos à cirurgia de artéria coronariana e que ingeriram ω3 tiveram aumento de hemorragia devido à ingestão desse PUFA. Devido ao fato dos ácidos graxos essenciais necessitarem da mesma enzima para serem convertidos, ressalta-se a importante manutenção da proporção 5:1 entre ômega 6 e 3 na dieta oral e enteral.
Segundo, Haag e col. (2003), a proporção de ω6 e ω3 pode influenciar na formação de neurotransmissores e prostaglandinas, fatores que são vitais para manter a função cerebral normal.
Um excesso de ω6 irá reduzir o metabolismo de alfa linolênio ω3, levando possivelmente a um déficit de seus metabólicos. Pode causar uma resposta inflamatória muito exacerbada, atenuando o catabolismo protéico e comprometendo a homeostasia corporal. A família de ácidos graxos ω6 facilita a estocagem das células adiposas, a coagulação e as respostas infamatórias às agreções exteriores (pró-inflamatórias).
A família de ácidos graxos ω3 atua na constituição do sistema nervoso, tornam as células mais flexíveis, reduzindo as reações inflamatórias ( anti-inflamatório), e limitam a fabricação de células adiposas. Deve-se salientar também que o fundamental é o equilíbrio entre essas famídias de ácidos graxos, pois embora se realce os pontos positivos do ω3, o excesso deste pode suprimir a produção de agentes inflamatórios, levando a uma diminuição do sistema imunológico e o corpo precisa desse processo para atuar como mecanismo de defesa. Logo, os ácidos graxos da família ω6 são pró-inflamatórios, precisam estar presentes na alimentação de um indivíduo em maior proporção que os da família ω3. Se estes ω3 estiverem em maior quantidade que os ω6, o mecanismo de defesa através do processo inflamatório poderá ser comprometido, prejudicando assim o sistema imune.
O alto consumo de ácido linoléico ω6 favorece o aumento do conteúdo de ácido araquidônico nos fosfolipídios das membranas celulares, aumentando consequentemente, a produção de prostaglandina E2 (PGE2) e leucotrieno B4 (LTB4), por meio das vias enzimáticas de cicloxigenase (COX) e 5-lipoxigenase (5-LOX), respectivamente. A PGE2 e LTB4 são mediadores que apresentam maior potencial inflamatório, quando comparados com os eicosanóides sintetizados a partir dos ácidos graxos ω3, como a prostaglandina E3 (PGE3), leucotrieno B5(LTB5) e tromboxano 3(TX3), levando a uma resposta inflamatória exacerbada, por exemplo: a PGE2 induz à febre, promove vasodilatação, aumenta a permeabilidade vascular e potencializa a dor e o edema causados por outros agentes, como a bradicinina e histamina.
Com o avanço tecnológico, os seres humanos evoluíram de uma dieta que tinha uma proporção de ω6/ω3 de 1:1, para uma dieta, considerando-se o padrão ocidental, de até 40:1, ricas em gordura de carnes, leite e queijo, incluindo produtos industrializados, tais como: tortas, biscoitos, bolachas, salgadinhos, batatas frita. Atualmente, os pesquisadores vem considerando aceitável uma dieta com a proporção até 10:1, preconizando a proporção 4:1 ou até mesmo 1:1. Valendo lembrar ainda que o consumo de ácidos graxos poliinsaturados deve estar associado a um consumo de antioxidantes e práticas adequadas para evitar oxidação dos mesmos.
Há evidências de que o cálcio, magnésio, vitamina D, proteínas, antioxidantes e ácidos graxos ω3 consumo são inversamente associado com o risco de osteoporose e fraturas de quadril.
Nenhum comentário:
Postar um comentário