7 de maio de 2010 — Definition of Advanced Glycation Endproducts (AGEs) and the consequences of AGE accumulation.
7 de maio de 2010 — Formation of Advanced Glycation Endproducts (AGEs) through two distinctive pathways: the Maillard reaction/glycation and the oxidative pathway.
Formação de produtos finais de glicação avançada (AGEs) por duas vias distintas: a reação de Maillard glicação / e a via oxidativa.
0 de maio de 2010 — The AGE Reader provides an immediate risk prediction for major chronic diseases, such as diabetes, cardiovascular disease and renal failure. The AGE Reader yields a real time and non-invasive assessment of cardiovascular risk by measuring the tissue level of Advanced Glycation Endproducts (AGEs). The method is convenient, easy to use and validated.
O leitor de AGE fornece uma previsão de risco imediato para as principais doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares e insuficiência renal. O leitor de AGE produz uma leitura em tempo real e conduz a uma avaliação não invasiva do risco cardiovascular através da medição do nível de produtos finais glicação avançada (AGEs ) do tecido. O método é prático, fácil de usar e validado.
7 de maio de 2010 — Effects of Advanced Glycation Endproducts (AGEs). AGEs play a key role in the development of chronic age related diseases such as diabetes, renal failure, atherosclerosis and Alzheimer's disease. In particular AGEs are involved in the development of the cardiovascular complications of diabetes and renal failure.
Efeitos de produtos finais da glicação avançada (AGEs). AGEs desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de doenças crônicas relacionadas com a idade, como diabetes, insuficiência renal, aterosclerose e doença de Alzheimer. Em particular AGEs estão envolvidos no desenvolvimento de complicações cardiovasculares, de diabetes e insuficiência renal.
25 de maio de 2010 — Oxydation and glycation vidéo
Os AGE´s(advanced glycation end-procuts, em inglês), um tema pouco conhecido, mas muito importante para a compreensão da clínica da diabetes.
Os AGE´s são produtos formados por interações amino carbonila, de natureza não-enzimática, entre açúcares redutores ou lipídeos oxidados e proteínas, aminofosfolipídeos e ácidos nucléicos.A formação de AGE´s ocorre naturalmente e age sobre moléculas de meia-vida longa, como o colágeno. Um dos melhores indicadores de que a formação de AGE´s pode estar acontecendo em níveis anormais é a hemoglobina glicada, discutida no meu último post. Esses produtos estão relacionados a diversas complicações que ocorrem na diabetes.
Os AGE´s são formados pela ligação de um açúcar redutor ao grupo amino-terminal de um aminácido, como é o caso da hemoglobina glicada. A hemoglobina glicada, uma estrutura instável, é classificada como produto de Amadori. Uma característica desses produtos é a presença de grupos carbonila reativos, que se condensam com grupos aminas primários disponíveis, gerando os produtos da glicação avançada (AGE´s). Existe também uma via alternativa de formação dos AGE´s, que inclui a oxidação de açúcares e lipídeos, gerando compostos dicarbonílicos intermediários altamente reativos. Esses compostos dicarbonílicos reagem com outras substâncias, principalmente, aminoácidos, gerando a formação de AGE´s. Por exemplo, a oxidação da glicose promove a produção de metilglioxal e glioxal, que reagem com aminoácidos para formar AGE´s. (Veja o vídeo acima)
Além da formação de AGE´s endógenos, essas substâncias podem ser absorvidas do meio externo, principalmente através do fumo e da dieta. O fumo promove a volatização de substâncias relativas aos AGE´s e sua inalação pelos pulmões. O preparo de alimentos com baixa umidade e altas temperaturas, ou seja, fritos, cozidos ou grelhados, potencializa a formação de AGE´s.
O mecanismo de ação das AGE´s é bastante complexo. Em uma visão geral, pode-se dizer que eles precisam ligar-se a receptores, denominados RAGE´s, que são imunoglobulinas. Os genes promotores desses receptores estão associados ao fator nuclear kB( NF-kB). Esse fator nuclear está presente no citoplasma ligado a um inibidor, o IkB. Para ser liberado e translocado para o núcleo, é necessário que ocorra a fosforilação e degradação do seu inibidor. O sinal para que isso ocorra é a associação dos AGE´s com os RAGE´s. No núcleo, é realizada a transcrição do NF-kB, o que promove um aumento da expressão de seus genes alvo. Esses genes alvo codificam endotelina-1(substância vasoconstritora), VEGF( fator de crescimento do endotélio vascular) e citocinas pró-inflamatórias. O RAGE é altamente ativo em células endoteliais, macrófagos, monócitos e células musculares lisas, sob condições de aumento de AGE.
Os AGE´s estão diretamente relacionados às complicações diabéticas. As complicações vasculares devem-se a produção de endotelina-1, uma substância vasoconstritora e da inibição do óxido nítrico e da prostaciclina, substâncias vasodilatadoras. Além disso, eles promovem a oxidação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL), que se acumulam na parede dos vasos, atraindo macrófagos, que obstruem os vasos. Esses fatores relacionam-se principalmente à hipertensão e a arterosclerose.
Os AGE´s, associados ao seu receptor, também promovem a síntese do fator de crescimento do endotélio vascular, que estimula a neovascularização e a angiogênse, fatores relacionados a retinopatia diabética. A nefropatia diabética, por sua vez, ocorre devido ao estímulo a produção do fator de crescimento beta (TNF beta), responsável pelo aumento da síntese de colágeno, que contribui, em parte, para o espessamento da membrana basal. Esse espessamento da membrana basal promove uma compressão nos capilares e diminui a área em que ocorre a filtração do sangue, prejudicando essa função exercida pelo rim. O espessamento da membrana basal deve-se também às células mesangiais, que estão aderidas aos capilares dos glomérulos renais e possuem receptores para os AGE´s. A associação dos AGE´s com esses receptores promove um aumento na síntese de colágeno tipo IV e de proteínas da matriz. (Veja o vídeo acima)
Os diabéticos apresentam dificuldade de cicatrização, uma vez esta depende da deposição de uma parte da matriz extracelular para o fechamento da ferida. O complexo AGE-RAGE estimula a síntese de fator de crescimento alfa (TNF alfa) e metaloproteinases, que degradam a matriz e limitam o fechamento da ferida. A neuropatia diabética, outra complicação da diabetes, deve-se principalmente a desmielinização dos nervos. A alta taxa de glicose no sangue favorece a formação da mielina glicada, que é mais suscetível a ação de macrófagos, que podem ser estimulados a secretar proteases, o que provoca a desmielinização do nervo. A desmielinização do nervo é também conseqüência da associação da mielina aos AGE´s, que podem se ligar a outras proteínas, como alguns tipos de imunoglobulinas, gerando uma reação autoimone, que provoca a desmielinização do nervo. Além disso, a neuropatia diabética pode estar associada ao espessamento dos vasos sanguíneos provocado pelos AGE´s.
Percebe-se, então, a abrangência de ações dos AGE´s no nosso organismo e os riscos que eles trazem para os diabéticos. Por isso, estão sendo procurados tratamentos para esses produtos, que consistem em impedir a formação dos produtos de Amari, detoxificação de intermediários dicarbonílicos, diminuição de absorção dos AGE´s, entre outros métodos. É uma área extremamente promissora para tentar encontrar melhores soluções para as complicações causadas pela diabetes.
Parabéns Luci, pelo belo trabalho bem como pelos frutos que colhe!!!
ResponderExcluirGlaucevane