terça-feira, 5 de agosto de 2014

Produtos avançados de glicação (AGE) e diabetes: causa, efeito, ou ambos?

Abstract

Despite new and effective drug therapies, insulin resistance (IR), type 2 diabetes mellitus (T2D) and its complications remain major medical challenges. It is accepted that IR, often associated with over-nutrition and obesity, results from chronically elevated oxidant stress (OS) and chronic inflammation. Less acknowledged is that a major cause for this inflammation is excessive consumption of advanced glycation end products (AGEs) with the standard western diet. AGEs, which were largely thought as oxidative derivatives resulting from diabetic hyperglycemia, are increasingly seen as a potential risk for islet β-cell injury, peripheral IR and diabetes. Here we discuss the relationships between exogenous AGEs, chronic inflammation, IR, and T2D. We propose that under chronic exogenous oxidant AGE pressure the depletion of innate defense mechanisms is an important factor, which raises susceptibility to inflammation, IR, T2D and its complications. Finally we review evidence on dietary AGE restriction as a nonpharmacologic intervention, which effectively lowers AGEs, restores innate defenses and improves IR, thus, offering new perspectives on diabetes etiology and therapy.

 2014 Jan;14(1):453. doi: 10.1007/s11892-013-0453-1.

Advanced glycation end products (AGE) and diabetes: cause, effect, or both?

Apesar de terapias novas e eficazes drogas, a resistência à insulina (RI), o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e suas complicações permanecem como grandes desafios médicos. Aceita-se que a RI, muitas vezes associada com o excesso de nutrição e obesidade, resultando no estresse oxidativo cronicamente elevada (OS) e inflamação crônica. Menos reconhecido é que uma das principais causas para essa inflamação é o consumo excessivo de produtos de glicação avançada (AGEs) com a dieta ocidental padrão. AGEs, que foram em grande parte pensado como derivados oxidativos decorrentes da hiperglicemia diabética, são cada vez mais vistos como um risco potencial para a lesão de células da ilhota-β, IR periférica e diabetes. Aqui nós discutimos as relações entre AGEs exógenos, inflamação crônica, IR, e diabetes tipo 2. Propomos que a pressão de AGEs oxidante exógeno a depleção crónica de mecanismos de defesa inatos é um factor importante, o que aumenta a susceptibilidade à inflamação, IR, DM2 e suas complicações. Finalmente, uma revisão de evidências sobre restrição dietética AGE como uma intervenção não farmacológica, o que reduz de forma eficaz os AGEs, restaura as defesas inatas e melhora IR, assim, oferecendo novas perspectivas sobre a etiologia diabetes e terapia.

quinta-feira, 22 de maio de 2014


Conclusão
Do ponto de vista geral, o tratamento térmico
melhora a segurança alimentar e aumenta o tempo
de prateleira do leite e seus produtos. No entanto, as
temperaturas elevadas utilizadas no processamento
favorecem reações, tais como Reação de Maillard,
ligação cruzada de proteínas, formando compostos
(FUR, LAL, CML) que representam danos proteicos,
diminuindo o valor nutritivo do leite. Apesar de não
haver evidências sobre os efeitos negativos da Lisinoalanina
em seres humanos, a ocorrência desses efeitos
em animais serve de alerta para o incentivo a mais
estudos nos humanos.
Diante do que foi relatado nesta revisão, os
AGEs contribuem de maneira importante no processo
etiológico de numerosas enfermidades crônicas não
transmissíveis, entre elas a diabete e a aterosclerose,
além das gastrointestinais e neurodegenerativas.
Fórmulas infantis líquidas e em pó são alimentos
muito sensíveis em termos de danos proteicos, causados
pelo calor, por causa de seu alto teor de lactose e
a suplementação com vitamina C e ferro, provocando
reações de oxidação, que levam a formação de AGEs.
Para minimizar os danos, é necessário um controle de
qualidade baseado na determinação de um ou mais
marcadores de danos proteicos, pois a formação de
AGEs pode ter efeitos adversos para a saúde, principalmente
de lactentes, uma vez que essas fórmulas
são alternativas ao aleitamento materno, podendo ser
a única fonte de nutrientes para crianças até os seis
meses de idade.
De acordo com os dados relatados no decorrer do
texto, observa-se que o leite pasteurizado é a melhor
opção para consumo, com menor formação desses
compostos e menor prejuízo do valor nutritivo, se
comparada com o UHT e o leite em pó, agravado
pelo armazenamento, no qual a reação continua de
forma lenta.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Carne e saúde

Estudo Comer carne frita, assada e grelhada potencia risco de demência

Um estudo levado a cabo pela Icahn School of Medicine at Mount Sinai, em Nova Iorque, revela que consumir carne assada, frita ou grelhada aumenta o risco de demência. Em causa, lê-se no site da BBC, estão as substâncias químicas libertadas pela carne quando cozinhada destas formas.
Cozinhar carne no forno, na frigideira ou na sertã pode ser prejudicial à saúde. O alerta foi dado por investigadores da Icahn School of Medicine at Mount Sinai, em Nova Iorque, que defendem que comer carne assada, frita ou grelhada aumenta o risco de demência.

Após alguns testes em pequenos ratos, os investigadores norte-americanos revelam que uma dieta rica nestes produtos de glicação avançada pode afetar o cérebro, aumentando os riscos de demência e reduzir ainda a atividade física.
Em causa, lê-se na edição online da BBC, estão os produtos de glicação avançada. Estes AGE (sigla inglesa) são compostos tóxicos formados por meio de uma reação não enzimática entre açúcares redutores e proteínas, fosfolipídeos ou ácidos nucleicos e têm origem quando proteínas ou gorduras reagem com açúcar, o que acontece quando de assa, frita ou grelha a carne.
O estudo sugere uma correlação entre a existência de altos níveis de AGE e o declínio cognitivo em pessoas, o que para alguns estudiosos pode ser um novo passo no combate a doenças como o Alzheimer.

http://www.noticiasaominuto.com/mundo/180285/assar-fritar-ou-grelhar-carne-aumenta-risco-de-demencia


Carne frita ou assada aumenta risco de demência, diz estudo

O cozimento de carne no forno, na grelha ou em frigideira libera substâncias químicas que podem aumentar o risco de desenvolver demência, sugerem pesquisadores norte-americanos. Os chamados Produtos de Glicação Avançada (os AGE, da sigla inglesa Advanced Glycation Endproducts) têm sido associados a doenças como a diabetes tipo 2.
Ratos alimentados com uma dieta rica em AGEs apresentaram acúmulo de proteínas perigosas no cérebro e tiveram a função cognitiva prejudicada.
Especialistas afirmaram que os resultados são “convincentes”, embora não forneçam “respostas definitivas”.
AGEs são formadas quando proteínas ou gorduras reagem com açúcar. Isso pode acontecer naturalmente ou durante o processo de cozimento.
Pesquisadores da Icahn School of Medicine at Mount Sinai, em Nova York, testaram o efeito da AGEs em camundongos e pessoas. A experiência com animais, divulgada na publicação Proceedings of the National Academy of Sciences, mostrou que uma dieta rica em AGEs afeta a química do cérebro.
Isso leva a um acúmulo de proteína defeituosa beta-amilóide – uma característica da doença de Alzheimer. Os ratos que comeram uma dieta baixa em AGEs foram capazes de impedir a produção da proteína.
Por outro lado, os ratos realizaram bem menos tarefas físicas e mentais depois de dietas ricas em AGEs. Uma análise de curto prazo de pessoas com mais de 60 anos sugere uma ligação entre altos níveis de AGEs no sangue e o declínio cognitivo.
http://doutissima.com.br/2014/02/26/carne-frita-ou-assada-aumenta-risco-de-demencia-diz-estudo-47535/


AGE – Produtos de Glicação Avançada

O cozimento de carne no forno, na grelha ou em frigideira libera substâncias químicas que podem aumentar o risco de desenvolver demência.
Já se sabia que as carnes bem-passadas trazem riscos à saúde.
Essa preocupação aumentou recentemente com a descoberta de compostos químicos centenas de vezes mais mutagênicos que surgem na preparação do churrasco e em outros tipos de queima.
Os chamados Produtos de Glicação Avançada (AGE, da sigla inglesa Advanced Glycation Endproducts) também têm sido associados a doenças como a diabetes tipo 2.
Agora, um novo estudo realizado com cobaias e pessoas mostrou um acúmulo de proteínas perigosas no cérebro e uma consequente degradação da função cognitiva.
A dieta rica em AGEs dada aos animais de laboratório afetou a química do cérebro, levando a um acúmulo de proteínas beta-amiloide defeituosas – uma característica também presente na doença de Alzheimer.
Os animais que ingeriram uma dieta com baixo nível de AGEs foram capazes de impedir a produção da proteína.
Demência e alimentos
A seguir, os pesquisadores estudaram os efeitos de uma dieta rica em AGEs em pessoas com mais de 60 anos.
Embora tenha sido um estudo de curto prazo, os resultados indicam uma ligação entre altos níveis de AGEs no sangue e o declínio cognitivo.
“Relatamos que a demência relacionada à idade pode ser causalmente associada a altos níveis de alimentos com Produtos de Glicação Avançada. O mais importante, a redução da AGEs derivados de alimentos é viável e pode ser uma estratégia de tratamento eficaz,” escreveram os pesquisadores no artigo publicado na revista científica Pnas.
“Como a cura para a doença de Alzheimer continua a ser uma esperança distante, os esforços para evitá-la são extremamente importantes, e este estudo deve ser visto como incentivador à continuidade dos trabalhos de pesquisa, mesmo sem fornecer respostas definitivas,” comentou o Dr. Derek Hill, da Universidade College de Londres, que não participou do estudo.

http://www.unimedrc.com.br/2014/03/carne-frita-ou-assada-aumenta-risco-de-demencia/

sexta-feira, 11 de abril de 2014

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domingo, 12 de janeiro de 2014

PRODUTOS DE GLICAÇÃO AVANÇADA A RESTRIÇÃO DIETÉTICA DESTES COMPOSTOS TRAZ BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE?


Produtos de glicação avançada (AGEs) são compostos tóxicos formados por meio de uma reação não enzimática entre açúcares redutores e proteínas, fosfolipídeos ou ácidos nucleicos, conhecida como reação de Maillard. Isto ocorre como parte do metabolismo normal, porém, quando produzidos em excesso, os AGEs promovem estresse oxidativo, inflamação e alteração na função de proteínas, tornando-se patogênicos. Carboximetilisina (CML) e derivados do metilglioxal (MG) estão entre os mais estudados1.
Além da produção endógena, estas glicotoxinas também estão presentes nos alimentos, sendo o processamento (temperatura e método de cocção) o principal responsável pela formação de AGEs nos alimentos. A exposição ao calor (alimentos grelhados, fritos, assados e churrasco) gera mais AGEs do que a cocção em temperaturas mais baixas e na presença de água (alimentos cozidos em água ou no vapor)2. Por exemplo, amostras de peito de frango frito apresentam 73.896 U/g de AGEs, enquanto este valor em amostras cozidas é de 11.236 U/g3.
Durante muito tempo o papel destes compostos nos processos de saúde e doença foi ignorado, pois se acreditava que eles praticamente não eram absorvidos no trato gastrointestinal. Entretanto, atualmente sabe-se que aproximadamente 10 a 30% dos AGEs consumidos são absorvidos, com um terço da quantidade ingerida sendo excretada na urina e nas fezes. Assim, as concentrações plasmáticas parecem sofrer influência direta do consumo alimentar e da capacidade fisiológica de eliminação destas substâncias4.
As consequências negativas à saúde pelo aumento dos AGEs incluem inflamação, aumento da rigidez arterial, disfunção endotelial e aterosclerose. A glicação da LDL aumenta sua susceptibilidade à oxidação e a torna ainda mais aterogênica5. Há evidências de que os AGEs favoreçam a ocorrência de complicações do diabetes, doenças renais e cardiovasculares5.
Luévano-Contreras et al. (2013)6 investigaram o efeito da restrição dietética de AGEs sobre parâmetros inflamatórios (TNF-α e proteína C-reativa) e relacionados ao estresse oxidativo (malondialdeído) em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. Para isso, conduziram um estudo prospectivo randomizado no qual os indivíduos receberam durante seis semanas uma dieta convencional ou pobre em AGEs. A intervenção levou a uma redução estatisticamente significante nas concentrações séricas de AGEs, TNF-α e malondialdeído. 
Kellow e Savige (2013)7 realizaram uma revisão sistemática para avaliar o efeito da restrição dietética de AGEs em indivíduos saudáveis ou com diabetes ou doença renal, incluindo 12 trabalhos. Destes, apenas cinco (42%) foram considerados de alta qualidade metodológica. Embora tenha sido encontrado que a diminuição da ingestão promove menor inflamação, resistência à insulina e modificação oxidativa da LDL, a baixa qualidade das pesquisas torna os achados inconclusivos. Os autores afirmam que ainda não há dados suficientes para recomendar a restrição de AGEs, até que mais ensaios clínicos bem conduzidos e com grandes amostras tenham sido realizados para fortalecer estas evidências.
De qualquer forma, uma dieta com menor quantidade destas glicotoxinas pode ser alcançada pelo consumo de frutas, hortaliças, leguminosas, laticínios desnatados, carnes magras e peixes, o que é condizente com a maioria das diretrizes e guias de alimentação saudável. Além disso, os métodos de cocção em água ou vapor também são mais adequados do que frituras, por exemplo, e podem ser recomendados em conjunto à adoção de hábitos de vida como cessação do tabagismo e prática regular de atividade física1.
Referências:
1) Uribarri J, Woodruff S, Goodman S, et al. Advanced glycation end products in foods and a practical guide to their reduction in the diet. J Am Diet Assoc 2010; 110(6): 911-16.e12
2) Uribarri J, Cai W, Sandu O, et al. Diet-derived advanced glycation end products are major contributors to the body’s AGE pool and induce inflammation in healthy subjects. Ann NY Acad Sci 2005; 1043: 461–466.
3) Barbosa JHP, de Oliveira SL, Tojal L. Produtos da glicação avançada dietéticos e as complicações crônicas do diabetes. Rev Nutrição 2009; 22(1): 113-124.
4) Kellow NJ, Savige GS. Dietary advanced glycation end-product restriction for the attenuation of insulin resistance, oxidative stress and endothelial dysfunction: a systematic review. Eur J Clin Nutr 2013; 67(3): 239-248.
5) Nedić O, Rattan SI, Grune T, et al. Molecular effects of advanced glycation end products on cell signalling pathways, ageing and pathophysiology. Free Radic Res 2013; 47 Suppl 1: 28-38.
6) Luévano-Contreras C, Garay-Sevilla ME, Wrobel K, et al. Dietary advanced glycation end products restriction diminishes inflammation markers and oxidative stress in patients with type 2 diabetes mellitus. J Clin Biochem Nutr 2013; 52(1): 22-26.
7) Kellow NJ, Savige GS. Dietary advanced glycation end-product restriction for the attenuation of insulin resistance, oxidative stress and endothelial dysfunction: a systematic review. Eur J Clin Nutr 2013; 67(3): 239-248.